Hoje eu vou de Cleviegas. Cleviegas era um cara, encasquetado, queria ser "jornalista", nunca passou de um "foca". Foca era aquele que queria vivera entrujado pelo meio mas nunca passava da perferia. O cara vivia entevistando as pessoas nas ruas. Postitutas, gays, cafetinas, estivadores, marujos, cachaceiros, pedintes, desocupados e mandava para o jornal! Um dia ele ouviu uma música "VISÃO GERAL" e guardou em silêncio o título para uma futura "coluna" que um dia enfim escreveu. E então, hoje eu vou de CLEVIEGAS.
RETRATO DA VIDA Ali está uma mulher. É uma magricela, ...
Quando D. Joao VI, Rei de Portugal, exilado de sua pátria, pelas forças de Napoleão Bonaparte, veio com a sua Corte dar com os costados no Brasil, então uma colônia portuguesa, trouxe além de outras peculiaridades da sua Europa, um artefato que aqui ficou conhecido como "BAÚ", uma grande mala destinada a acomodar e guardar objetos e utensílios pessoais do seu vestuário e da sua família, bem como adereços e ornamentos de sua mulher, a Rainha D. Carlota Joaquina. É que naquela época, não existiam por aqui nem as Casa Bahia, nem Casas da Banha, nem as ...
Em data de 18 de setembro do ano passado, publiquei neste espaço uma "CARTA ABERTA AO CABO JOTA RIBAMAR", Secretário de Trânsito local, da qual transcrevo parte do texto, apenas para o seu comando e de mera informação. Diz: ... "Recentemente, entanto, quando nos cruzamos nos bastidores do Programa (***) expus-lhe que, no cruzamento das Ruas Manoel Bandeira / Benedito Leite, fora ali, outrora uma "central" de acidentes, inclusive com seguidas danificações de uma residência de esquina, hoje fechada. Disse ...
Toquei um sítio durante 19 anos. Fiz tudo a que tinha direito. Casa-sede, dependências de caseiro, cozinhas, banheiros, gramado, passarelas, estacionamento, cerca elétrica, gerador de energia, poço semiartesiano, rede de água e tudo o mais. Mais de quatrocentas árvores frutíferas em trinta espécies diferentes. Algumas poucas alegrias e outros tantos aborrecimentos nesse meio de caminho. E quando chegava naquele calhambeque, já saía com facão na cintura, enxada ao ombro, chapéu na cabeça, rumo ao eito roceiro. Nos finais de semana e feriados e lá se ia eu com a mulher e auxiliares e voltava de coração apertado ...
Hoje eu ataco de CLEVIEGAS. Conheci ainda na minha juventude um cara chamado CLEVIEGAS. Era o tempo da Revolução de 64, quando o moleque apareceu, começou escrevendo e assinando temas de protesto no JORNAL PEQUENO, em São Luís. Um protesto “laite”, como se diria hoje em dia. Gostou da aventura e foi-se aventurando por outros canais: Rádio Educadora, Jornal do Maranhão (da Igreja Católica), Rádio Gurupi-AM; Rádio Timbira, Jornal Vanguarda (de estudantes). Era um “foca”, um “penetra”, na linguagem dos entrujões como se dizia, na época. Assim era o CLEVIEGAS. Deixa que certa noite, quando a ...
O velho, peçonhento, solitário e tenebroso Zé Bicudo é tema recorrente dos meus textos. Já escrevi diversas vezes sobre o tal sujeito, mas nunca refaço nem copio o texto que escrevo. Isso faz parte da minha "personalidade", nos meneios da escrita. Imagino que se copiar daqui, control-C e control-V dali, vou acabar plagiando a mim mesmo e, de plágio em plágio, tenho medo de perder o espírito da criatividade; o exercício dos neurônios que estimulam o escriba. E então volto pela "enésima vez" ao lendário Zé Bicudo. Zé de Fosta, Zé da Gorda e Zé Bicudo ...
Aqui, neste Maranhão que significa "águas que correm brigando", habituais e contumazes frequentadores de festa têm lá seus pejorativos indicadores que os diferenciam dos demais festeiros. Na capital, os festeiros de carteirinha são cognominados de "ARIRI" - "Ariri de Festa". Ao passo que lá na Baixada, o pejo, isto é, o escárnio, vem com o epíteto de "LAMPARINA DE FESTA". Ariri de festa. E por que ARIRI DE FESTA? Ariri é uma palmeira nativa dos trópicos que costuma enfeitar terreiros e arraiais em festas populares. De sorte assim que as palmeiras de ARIRI, vindas do matagal ...
Longe se vai a era em que o destino por um tempo cruzou-nos ainda que à distância. Você morava na Rua do Passeio, Centro Histórico, no cruzamento com a Rua de Santana, num sobranceiro e altaneiro casario de tom amarelo que, imagino, pertenceu ao patriarca dos Macieira, enquanto eu residia logo ali ao lado, na Rua de Santana, no “pensionato” da Dona Zenite, mãe de Fátima, tua amiga. O que me remete a esse tempo,são (eram) as contantes referências da meiguice de ...
Viegas, Clemente Barros. (São Clemente papa e mártir). CLEMENTE vem do Almanaque de Bristol, antiga publicação do laboratório farmacêutico. Estudou as primeiras letras na escola da palmatória e dos joelhos ao chão, no sertão. Concluiu o curso primário (na terra natal), no tempo em que a escolaridade era levada a sério. Foi menino de recado e de mandado. Nos cursos Secundário e Técnico no internato da Escola Federal, onde ingressou via do “Exame de Admissão”. Cursou Direito, num tempo em que não havia celular, nem internet, nem FIES, nem as vantagens atuais. Não tinha livros, escrevia em papéis avulsos, taquigrafava as aulas ao verbo dos professores. Morou em casas de estudantes e cortiço, andava a pé, driblou o bonde, poucas roupas, curtiu a “Zona” e jamais dirá que “comeu o pão que o diabo amassou”. Trabalha desde os cinco anos, com intervalo dos onze aos vinte anos. Está na casa dos 73. Não brincou quando criança ou adolescente e na vida adulta tem três brinquedos que os leva a sério: 1 - Escreve a coluna CAMINHOS POR ONDE ANDEI; 2 - Escreve a crônica PÁGINA DE SAUDADE, Rádio Mirante/AM, domingos, há mais de dez anos; 3 - Tem uma “rádio”, com antena de 300 mm de altura, 1.000 a 1500 mm de alcance, com dois ou três ouvintes que, como você vê, “um que pode ser você”. É o rastro e a sombra de si mesmo. É o filho que veio e os pais que se foram. Superou milhares de concorrentes para nascer. É mais um na multidão e considera-se a escrita certa por linhas tortas, na criação do CRIADOR. Cumprimenta os seus interlocutores com votos de “saúde”! E diz aos semelhantes todos os dias que “...a vida continua”. (•) Viegas questiona o social.
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