Para a psicóloga da DPE/MA, Márcia Serra, os traumas vividos por uma vítima de violência sexual, independente da faixa etária, causam muito sofrimento e podem demandar acompanhamento terapêutico constante. O comprometimento pós-traumático é tão sério que a literatura científica mostra que 18% dos episódios de suicídios tem entre as causas a violência sexual. Isso pode estar relacionado ao sentimento de culpa carregado pelas vítimas, que potencializa a dor, e ainda se torna gatilho para que crianças e adolescentes desenvolvam síndromes, com a do silêncio.
Ainda segundo a psicóloga da DPE/MA, Márcia Serra, além da assistência prestada às vítimas, sua área de atuação também se preocupa em disseminar orientações que possam ajudar a sociedade, em especial pais e responsáveis, a identificar os sinais deste tipo ocorrência. Para tanto, ela disse que é necessário ficar atento a certos tipos de comportamento típicos de quem pode estar sofrendo abuso sexual.
Márcia afirmou que as crianças são muito transparentes e algumas atitudes, incomuns no seu comportamento até então, podem indicar que algo não está bem. "Neste contexto, alguns sintomas mais recorrentes é a introspecção, onde a criança começa a querer se isolar, se esconder. Muitas vezes, elas passam a apresentar episódios recorrentes de choro e ainda passam a ter um sono muito agitado, queixando-se de pesadelos", alertou.
Marcia acrescentou ainda que é importante observar as pessoas que as crianças não querem mais estar perto, evitando o convívio. "Outro aspecto que pode ser prejudicado é o rendimento escolar. Portanto, vale muito a pena os pais avaliarem uma possível relação entre a queda no desempenho dos alunos com possíveis abusos", esclareceu, destacando que estreitar os laços de proximidade e confiança com o filho pode ser a chave para fazer a criança conversar sobre o assunto e até mesmo afastar uma possível investida por parte do agressor. (Assessoria)
Publicado em Justiça na Edição Nº 16700
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