(que se auto declara leitor deste CAMINHOS)
Senhor Prefeito:
Em data de 18 de setembro do ano passado, publiquei neste espaço uma "CARTA ABERTA AO CABO JOTA RIBAMAR", Secretário de Trânsito local, da qual transcrevo parte do texto, apenas para o seu comando e de mera informação. Diz:
...
"Recentemente, entanto, quando nos cruzamos nos bastidores do Programa (***) expus-lhe que, no cruzamento das Ruas Manoel Bandeira / Benedito Leite, fora ali, outrora uma "central" de acidentes, inclusive com seguidas danificações de uma residência de esquina, hoje fechada. Disse ainda que após a implantação de "tartarugas" à altura do cruzamento, na Manoel Bandeira, os acidentes sofreram uma drástica interrupção e não mais ocorreram.
E prossegui na explanação: "sucede que com o tempo (algo como uns 12 a 15 anos), as "tartarugas", foram-se destruindo e sem recuperação (sem reimplantação, ou manutenção), estando o local totalmente desprotegida, de sorte assim que os acidentes voltaram a ocorrer "in loco", aliás de forma acentuada e contínua, o que tem transformado o local num famigerado "ponto de acidentes". E disse isso como testemunha ocular dos fatos - de vez que a minha residência situa-se naquele recinto. Pedi então a Vossa Senhoria, na oportunidade, que visitasse o local, ouvisse as pessoas e recuperasse a implantação das "tartarugas", na ânsia de que voltasse a reinar a paz e a tranquilidade públicas naquele setor.
Como resposta, V. Sª., na mansidão afônica que lhe é peculiar, me disse que "tartarugas" eram inviáveis porque provocavam rachaduras nas paredes dos imóveis vizinhos; declinou outras evasivas (o alto custo do redutor e velocidade) e ainda assim ficou de visitar o local. E tudo enfim continuou e continua como do trivial - qual seja: a repetição de constantes acidentes no lugar, tal a estratégia (a armadilha) do cruzamento que ali se assenta, com preferência para os veículos com tráfego pela Benedito Leite, rumo à Beira-Rio, mas com inobservância e invasão por parte de veículos que procedem pela agitada e "equivocadamente preferencial" Manoel Bandeira, rumo ao Bacuri.
Senhor Secretário:
A conversa que tivemos, se para V. Sª., se fez em "ouvidos moucos", para mim não foi assim. Sai pela cidade, em observação aos lugares sinalizados (ou protegidos) por "tartarugas" e, creia, não constatei nenhuma (nenhuma) "rachadura" nos imóveis vizinhos, o que contraria visceralmente a declaração que então V. Sa., me fizera. E, ainda hoje (ainda hoje) quando passo por qualquer cruzamento sinalizado pelas famigeradas "tartarugas", carrego o hábito de verificar se "rachaduras" existem nas casas ao redor. E decepciono-me como sempre - porque "rachaduras" não vejo e porque nossa conversa foi perdida - foi em vão. Como bem assim, tantas vezes a política se constrói - com evasivas. E daí o sangue e o DNA de que vos falei ao início desta.
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Doutor Madeira:
Como, em face da carta, o Sr. Jota Ribamar a mim, nunca me respondeu nem exerceu qualquer manifestação sobre o assunto - impõe-se lembrar que o agente do serviço público é pago e está a serviço do cidadão, eleitor e contribuinte, não de caráter pessoal ou individual mas o dever de velar e zelar pelo serviço que presta por interesse do bem comum, razão pela qual, volto-me agora diante de Vossa Excelência pelo mesmo motivo e para o mesmo objetivo.
- O cruzamento das Ruas Manoel Bandeira com Benedito Leite, continua um palco de acidentes, inclusive com vítimas e sem que nenhuma providência até o momento fora tomado pelo órgão de trânsito, tão certo que neste momento - noite de sábado, 21 de março/2012, grave acidente com vítima e nas mesmas condições declinadas, acaba de ocorrer, o que confirma a "rotina natural" do local - fato que me motiva aos termos desta. A cidade de Imperatriz, Senhor Prefeito, sobre a qual sente-se e prevê-se um colapso num trânsito cada vez mais caótico, violento e desrespeitoso não é direito que o administrador ignore ou dê as costas ou faça-se mouco diante da presente situação.
É bem verdade, doutor Madeira que nem Prefeito, nem a Prefeitura, nem a administração pode atender a todos os reclamos da comunidade a um só tempo. Os mortais não podem ser onipresentes. Afinal os mortais apodrecem como quaisquer outros. E os cofres do Município ainda que se prestem a tantas coisas, não se prestam nem a tudo nem a todos à qualquer tempo. Sabe-se disso. Todavia, diante de um ponto nevrálgico de calamidade, como é o caso em referência - penso eu - basta o mínimo (o mínimo), em implantando singularmente redutores de velocidade, para que, em princípio a situação seja equacionada, nesta cidade em que o CAOS no trânsito já é fato concreto e promete logo, para muito mais. Daí porque, senhor prefeito, urge que no local em questão uma providência seja tomada, não com essas vergonhosas, danosas e odiosas "lombadas" que se fazem por aí, mas com civilizados redutores de velocidade - práticos, simpáticos, eficientes e funcionais.
E, pela atenção que Vossa Senhoria - que tem dito reiteradamente ser leitor destes CAMINHOS - dispensar aos termos desta, cuja atenção não fora dispensada pelo subalterno a que deveria fazê-lo, de logo subscrevo-me com as minhas
Atenciosas saudações...
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* Viegas é advogado e ganha a vida fazendo cartas. Cartas que se materializam numa petição judicial, numa defesa, num recurso... num memorial. Enfim, uma "carta".
Edição Nº 14666
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