(Texto que compõe a minha crônica PÁGINA DE SAUDADE que está há mais de doze anos cativa no programa CLUBE DA SAUDADE, Rádio Mirante AM – São Luís, domingos, este há mais de trinta (30) anos no ar. Edição de 23 do corrente, em cadeia com mais de trinta emissoras em todo o Estado, além de outra/s voluntária/s fora do Estado. Tema adaptado (editado, acrescentado) para esta edição nestes... CAMINHOS...)
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Lembra desse bordão? “Eu te conheço carnaval”!!! Velhos tempos aqueles tempos dos bailes de ...
O exercício do escriba tem lá uma “bactéria” resistente, que não se dá por vencida. Com o tempo cria calo e continua regurgitando, viva, reciclando. Assim são uns temas que os escrevo e que continuam despertando outras tantas edições. Cada qual com uma nova leitura e, tantas vezes, sem uma única linha da vertente anterior. Vitalidade da bactéria do escriba!
Assim foram temas tais como: “Zé Bicudo”, aquele sujeito que tinha fama de virar bicho; “Mãe Nonata” – uma otcogenária senhora, reciclada do escravagismo que tinha o ofício de “acompanhar” ...
Nos anos 1960, do Governo Militar, os órgão de Imprensa estavam sob vigília cerrada do regime. A imprensa escrita de esquerda (Jornais e outros), tantas vezes de última hora e até mesmo atrasados da hora, tinham que desfazer, desmontar suas edições. Era um sofrimento. Um arraso! E então, tantas vezes, para cobrir a lacuna, jornais preenchiam o espaço proibido com RECEITAS DE BOLOS E DOCES e outras guloseimas. Eu era um estudante e ficava vendo sem entender as receitas de bolo e doces na primeira página, ocupando espaço. O texto abaixo ...
Leia-se “ancureta”. É um objeto de que tenho notícia porem não tenho qualquer intimidade. Trata-se de um um utensílio feito em madeira, borracha ou plástico com a finalidade de estocar líquido/s: água , cachaça, mel, vinho ou coisas assim. Nos caminhões e auto-cargas do passado, era costume ver-se uma “ancoreta” na parte inferior das carrocerias, adaptada aos solavancos dos veículos e de fácil acesso. Destinava-se ao armazenamento de água potável para o consumo humano. Hoje, ao que percebo quase não mais se vê “ancoretas” sob carrocerias de caminhões, ainda que destinadas às antigas finalidades. Também ...
Se me perguntassem o que é saudade, eu diria: saudade é lembrança; é marca do que se foi. Saudade é o rastro do tempo. Saudade é o passado que se faz presente. Saudade é o ontem que se faz agora. Saudade é um trecho da história. Saudade é nossa cabeça, é o coração – é memória.
- Saudade é aquela casinha de palha e chão batido, da infância; luz de querosene e tudo lá na distância... -Saudade é o meu pai – poeta e guerreiro; argumento, decidido e altaneiro... Saudade é minha ...
Uma passagem da Bíblia em Mateus capítulo 12, veículos 1 a 12, nos lembra que os Três Reis Magos, Melquior, Baltazar e GASPAR, guiados por uma estrela no céu, foram levar presentes tais como ouro incenso e mirra ao Menino Jesus que nascera em Belém. Daí então que no universo cristão-católico, com sabor folclórico praticam-se festividades a SANTOS REIS, sempre envolvida com doações, ou presentes.
Dita o ditério que “cada terra tem o seu uso e cada povo tem seu fuso”, de sorte que, ao que se ...
LENDAS DO MEDO Zé de Fosta, também conhecido por Zé da Gorda, era um sujeito taciturno, fechado, caladão. Não tinha amigos e morava só. Todos o evitavam. Na cumeeira de sua casa morava uma cobra jibóia, cuja hospedagem afastava qualquer intruso. Conheci-o morando nas terras do meu avô, num casebre dentro do mato, servido por uma precária vereda, dentro de um matagal. Meu avô dispensava-lhe atenção e exigia que o respeitassem. Zé de Fosta era um sujeito “asqueroso”, ninguém dele se aproximava também não era de se aproximar de ninguém. Só o nome já despertava vapor, ...
Deixei a casa paterna aos sete anos de idade, numa manhã fria, com a minha mãe chorando pelos cantos e o meu pai incisivo e determinado na minha escolaridade - para morar em casa alheia e continuar o primário, na VILA. A partir daí, e pelo resto dos tempos, voltava à minha casa, como visita, nas férias escolares mas sempre no trabalho da roça, como os demais.
Depois do emprego público, aos 21, voltava por vezes, nas férias do trabalho e às vezes nem isso. São as voltas que o ...
Viegas, Clemente Barros. (São Clemente papa e mártir). CLEMENTE vem do Almanaque de Bristol, antiga publicação do laboratório farmacêutico. Estudou as primeiras letras na escola da palmatória e dos joelhos ao chão, no sertão. Concluiu o curso primário (na terra natal), no tempo em que a escolaridade era levada a sério. Foi menino de recado e de mandado. Nos cursos Secundário e Técnico no internato da Escola Federal, onde ingressou via do “Exame de Admissão”. Cursou Direito, num tempo em que não havia celular, nem internet, nem FIES, nem as vantagens atuais. Não tinha livros, escrevia em papéis avulsos, taquigrafava as aulas ao verbo dos professores. Morou em casas de estudantes e cortiço, andava a pé, driblou o bonde, poucas roupas, curtiu a “Zona” e jamais dirá que “comeu o pão que o diabo amassou”. Trabalha desde os cinco anos, com intervalo dos onze aos vinte anos. Está na casa dos 73. Não brincou quando criança ou adolescente e na vida adulta tem três brinquedos que os leva a sério: 1 - Escreve a coluna CAMINHOS POR ONDE ANDEI; 2 - Escreve a crônica PÁGINA DE SAUDADE, Rádio Mirante/AM, domingos, há mais de dez anos; 3 - Tem uma “rádio”, com antena de 300 mm de altura, 1.000 a 1500 mm de alcance, com dois ou três ouvintes que, como você vê, “um que pode ser você”. É o rastro e a sombra de si mesmo. É o filho que veio e os pais que se foram. Superou milhares de concorrentes para nascer. É mais um na multidão e considera-se a escrita certa por linhas tortas, na criação do CRIADOR. Cumprimenta os seus interlocutores com votos de “saúde”! E diz aos semelhantes todos os dias que “...a vida continua”. (•) Viegas questiona o social.
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