OS FRUTOS DA VIZINHANÇA A PALAVRA DE DEUS dita em seu DÉCIMO MANDAMENTO: “Não cobiçai as coisas alheias”. Roberto Carlos, em “A Namoradinha de Um Amigo Meu”, que cantou para o um diletantismo, diz: “... O que é dos outros não se deve ter”. Cioso de tais princípios é que começo e dou continuidade a este. Da minha cativa cadeira à “sala de jantar” que fica ao terraço externo (aos fundos) da minha casa, podia ver do outro lado do muro divisório à vizinha, a copa de um pé de ata (também conhecida por fruta do conde ...
O ARATOÍ Você já viu um aratoí? Conhece o aratoí? Tem ideias do que seja um AratoÍ? Se tiver resposta positiva, escreva à coluna, no endereço eletrônico abaixo declinado. Eu ainda era um garoto, 5, 6, 7 anos de idade e, nas noites, na casa do meu avô materno, à frente pouco ao lado do seu terreiro, eu costumava ouvir um canto solitário, “dissilábico” e monótono, que hoje interpreto como triste e agourento. Era o canto do ARATOÍ. Jamais o vi “pessoalmente”. Era um tempo em que “criança não podia perguntar”. Então sufoquei em silêncio as minhas ...
Tocado pelos ventos do destino, tornei-me um morador perdido nos meus próprios horizontes, daquela cidade na Baixada, quando tinha então 27 anos, um anel de rubi ao dedo e um diploma de bacharel em direito. Corria o início dos anos setenta. Foi quando conheci um negro de cabelos carapinha e esbranquiçados, corpulento, falaz, eloquente, que se chamava JEREBA. De início logo me despertou o seu codinome: JEREBA, que naquelas bandas é uma conhecida espécie de urubu. Urubu jereba. Certa feita, nos acasos da vida, cruzei com JEREBA, ...
EIS A NATUREZA! EIS A VIDA! Certa feita um padre, durante o ato litúrgico, anunciava ou conjecturava a criação de um “jornal da comunidade”. E conclamava os fiéis a que se dispusessem a colaborar com o periódico. O padre, com tanta gente na solenidade referiu-se diretamente a mim e, nominalmente, me provocou a escrever para o jornal que, enfim, ao que eu saiba, nunca circulou. Saí dali me questionando sobre o que escrever para um “jornal católico”, se não tinha qualquer experiência sobre esse viés. E fiquei fuçando na mente uma saída para atender ao clérigo ...
CARTA ABERTA A LUÍS DANDA (SEU DANDA) Março de 2.017 - Meu Caro DANDA, Onde você estiver, receba esta com o meu pranto de admiração e com as minhas cordiais saudações... Longe se vai o tempo, meu caro Danda, em que os despropósitos propositais da vida nos cruzaram pela primeira vez, tete a tete, cara a cara. Depois por uma segunda vez, tete a tete, cara cara e, por último, mais recentemente, por outras tantas vezes. Fomos vizinhos até, na Manoel Bandeira, mas é como se morássemos a centenas de milhas. Também não posso evocar ...
... NA NOITE ACORDADA A noite não passa. O dia está longe de amanhecer. Desde as duas e meia da madrugada que estou acordado e não consigo conciliar o sono – sorte da minha terceira idade. Nesse “clarão” da noite, com a mente vagando pelas enseadas e “caminhos por onde andei”, recuso-me em voltar ao computador, de onde já vim e até já escrevi dois textos: um para o jornal e outro para o rádio, este, a minha última paixão do momento. Na mente, vindo desse “clarão da noite” já fiz e refiz, no imaginário, a pracinha ...
cada semana que passa e com ela as edições desta coluna - umas que vão ao ar, outras que não vão a nenhum lugar, vejo então que estes CAMINHOS se estreitam qual a água do rio que seca, qual a folha que cai; qual o filho que se vai e deixa a casa do pai e me convenço, enfim, de que a vida é princípio, meio e fim. E, porque a vida continua, repagino aqui textos que mandei para a minha crônica PÁGINA DE SAUDADE, Rádio Mirante AM, domingos, 07:45, Programa CLUBE DA SAUDADE.
O fato é recente. Era noite. Eu estava na minha terra natal, na Baixada do Estado. Um vizinho de nome JUAREZ me pede para, em companhia de dois outros, ir buscar uma “carrada” de leite, junto a pequenas fazendas da região. Estranhei, afinal naquelas terras não tem nem pequenas fazendas, muito menos leite para uma “carrada” e, de resto, para absolutamente nada. E colocou sua camioneta S-10 preta à disposição do serviço.
O veículo era dividido em duas partes: a parte do motor e cabine e outra parte em carroceria que era ...
Viegas, Clemente Barros. (São Clemente papa e mártir). CLEMENTE vem do Almanaque de Bristol, antiga publicação do laboratório farmacêutico. Estudou as primeiras letras na escola da palmatória e dos joelhos ao chão, no sertão. Concluiu o curso primário (na terra natal), no tempo em que a escolaridade era levada a sério. Foi menino de recado e de mandado. Nos cursos Secundário e Técnico no internato da Escola Federal, onde ingressou via do “Exame de Admissão”. Cursou Direito, num tempo em que não havia celular, nem internet, nem FIES, nem as vantagens atuais. Não tinha livros, escrevia em papéis avulsos, taquigrafava as aulas ao verbo dos professores. Morou em casas de estudantes e cortiço, andava a pé, driblou o bonde, poucas roupas, curtiu a “Zona” e jamais dirá que “comeu o pão que o diabo amassou”. Trabalha desde os cinco anos, com intervalo dos onze aos vinte anos. Está na casa dos 73. Não brincou quando criança ou adolescente e na vida adulta tem três brinquedos que os leva a sério: 1 - Escreve a coluna CAMINHOS POR ONDE ANDEI; 2 - Escreve a crônica PÁGINA DE SAUDADE, Rádio Mirante/AM, domingos, há mais de dez anos; 3 - Tem uma “rádio”, com antena de 300 mm de altura, 1.000 a 1500 mm de alcance, com dois ou três ouvintes que, como você vê, “um que pode ser você”. É o rastro e a sombra de si mesmo. É o filho que veio e os pais que se foram. Superou milhares de concorrentes para nascer. É mais um na multidão e considera-se a escrita certa por linhas tortas, na criação do CRIADOR. Cumprimenta os seus interlocutores com votos de “saúde”! E diz aos semelhantes todos os dias que “...a vida continua”. (•) Viegas questiona o social.
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