“... COMO SE ESTIVÉSSEMOS NA GUERRA” Costumo dizer aos meus “colabores” – operários, serviçais e outros que deveremos enfrentar situações como se estivéssemos na guerra: preparados, enfim, para suportar e vencer dificuldades, quebrar barreiras, superar obstáculos. E nesse raciocínio, substituir um cabo de aço por uma corda; um palito de fósforo por uma lâmpada; um cipó por um prego e por aí vai. Deles que não acreditam, mas trabalho o verbo e realizo em concreto. Procuro encontrar uma saída honrosa para situações aparentemente sem solução. Tem dado certo! São exemplos tantos. Situações incríveis, até! Faz 44 ...
TALENTO E JOGO DE BOLA DE MEIA Certa feita, nas minhas inquietudes e em tom de irresignação, perguntei a Deus: Deus, qual foi o talento que Vós me destes? Não sei cantar, não sei tocar nenhum instrumento, não sei jogar bola, não sei nem assoviar! Cursei mecânica e não sei apertar um parafuso. Estudei desenho técnico e mal faço uma linha reta com o auxílio de uma régua... E segui a minha rotina sem esperar a resposta de Deus, imaginando que a minha pergunta fora feita ao desvão do nada. Daí a pouco, tive a sensação ...
“AGERMIRO DE BASTIÃO” (segunda edição) Naquele meu chão feito a foice e facão, mutilado em crendices e roças de crua sobrevivência - tanto quanto ainda o é, entre tantos roceiros analfabetos que ali mourejavam, “AGERMIRO DE BASTIÃO” era mais um entre os demais. Filho da trinca de Bastião Folhá, mal-tolerados em terras alheias, Agermiro era mais um sobrevivente da peleja do sol a sol em meio àqueles que punham o dedo como assinatura. Ainda cedo juntou-se com Godença de João-Guegué e lá se foi uma queira de filhos, todos entregues à pobreza e à vida crua ...
OS MEUS DISCOS DE VINIL Quando eu tocava um programa na Rádio Imperatriz, uma jornada que durou por doze ou quatorze anos, obtive autorização da emissora para colaborar com o programa com os meus próprios discos – com os quais entrava e saía debaixo do braço, em que pese o grande acervo da emissora. Um procedimento, aliás, de que não se te conhecimento em qualquer outra emissora do planeta. Com isso adquiri o gosto e o hábito por comprar discos e assim fui montando o meu pequeno acervo. Certa feita, uma família local mandou um operário ...
TROFÉU DOMINGÃO DO FAUSTÃO O jornal da IG, provedora da internet que assino, publicou na edição de 16 do corrente, matéria com o título “Troféu Domingão está longe de ofertar a consistência democrática da premiação oferecida anualmente pelo SBT, o Troféu Imprensa”. Tenho por convicção que a referida matéria grita ainda que em parte do quanto penso e gostaria de dizer a respeito dessa premiação. A Globo, como sempre, com o rei na barriga e na empáfia do seu poderio, “não se junta nem se mistura”, deixa a entender que não há talento fora de casa ...
... UMA GRANDE OBRA Professor Wady Sauáia, de longe, um dos maiores luminares do direito que os meus olhos já viram, ele que tinha todos os códigos e leis e doutrinas na cabeça e que os recitava “de cor e salteado”, que leu incontáveis autores e que de inopino, mandava transcrever textos entre aspas com página e tudo, ele mesmo um culteranista da língua portuguesa como ninguém, ele mesmo que qual um Rei Midas, onde tocava virava ouro e, portanto, uma das maiores propriedades materiais que o Maranhão já conheceu em terras e gado; ele que dava ...
“AVACALHAR” Sofro a dolorosa sensação de que o SUPREMO não é (mais) tão supremo assim. Aquela do Supremo ter firmado liminar para afastamento de Calheiros da Presidência do Senado e que foi descumprida pela “Mesa Diretora do Senado”, obviamente com as manobras do interessado, a mim me parece uma desmoralização do “poder dos poderes”. Também a mim me parece que o STF “amarelou e piou fino” diante do Senado e encontrou uma “saída honrosa” para o seu próprio vexame: correu com a cangalha e antecipou o julgamento de Renan que continua podendo tudo, menos concorrer à Presidência ...
“BATE NA LATINHA” Quisera hoje escrever um tema sobre os meus “discos de vinil” e a riqueza que se guarda lá dentro; os meus cabelos negros que ficaram por lá, o meu rosto sem rusgas a que me vi no espelho e vou encontrando nas músicas que revejo na radiola, um pedaço da minha vida que ficou registrado nas suas canções. E assim vou derramando emoções. Mas hoje eu vou de “Bate na latinha”, um bordão do Marcelo Rodrigues, narrador esportivo da Mirante local. E tento contar os meus percalços, agruras e passagens pelo rádio – uma ...
Viegas, Clemente Barros. (São Clemente papa e mártir). CLEMENTE vem do Almanaque de Bristol, antiga publicação do laboratório farmacêutico. Estudou as primeiras letras na escola da palmatória e dos joelhos ao chão, no sertão. Concluiu o curso primário (na terra natal), no tempo em que a escolaridade era levada a sério. Foi menino de recado e de mandado. Nos cursos Secundário e Técnico no internato da Escola Federal, onde ingressou via do “Exame de Admissão”. Cursou Direito, num tempo em que não havia celular, nem internet, nem FIES, nem as vantagens atuais. Não tinha livros, escrevia em papéis avulsos, taquigrafava as aulas ao verbo dos professores. Morou em casas de estudantes e cortiço, andava a pé, driblou o bonde, poucas roupas, curtiu a “Zona” e jamais dirá que “comeu o pão que o diabo amassou”. Trabalha desde os cinco anos, com intervalo dos onze aos vinte anos. Está na casa dos 73. Não brincou quando criança ou adolescente e na vida adulta tem três brinquedos que os leva a sério: 1 - Escreve a coluna CAMINHOS POR ONDE ANDEI; 2 - Escreve a crônica PÁGINA DE SAUDADE, Rádio Mirante/AM, domingos, há mais de dez anos; 3 - Tem uma “rádio”, com antena de 300 mm de altura, 1.000 a 1500 mm de alcance, com dois ou três ouvintes que, como você vê, “um que pode ser você”. É o rastro e a sombra de si mesmo. É o filho que veio e os pais que se foram. Superou milhares de concorrentes para nascer. É mais um na multidão e considera-se a escrita certa por linhas tortas, na criação do CRIADOR. Cumprimenta os seus interlocutores com votos de “saúde”! E diz aos semelhantes todos os dias que “...a vida continua”. (•) Viegas questiona o social.
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