“AVACALHAR”
Sofro a dolorosa sensação de que o SUPREMO não é (mais) tão supremo assim. Aquela do Supremo ter firmado liminar para afastamento de Calheiros da Presidência do Senado e que foi descumprida pela “Mesa Diretora do Senado”, obviamente com as manobras do  interessado, a mim me parece uma desmoralização do “poder dos poderes”. Também a mim me parece que o STF “amarelou e piou fino” diante do Senado e encontrou uma “saída honrosa” para o seu próprio vexame: correu com a cangalha e antecipou o julgamento de Renan que continua podendo tudo, menos concorrer à Presidência da República. Me comprem um bode!
Faz algum tempo que eu venho observando que o SUPREMO vem enfrentando desvantagens na cana de braço com segmentos da política, mas que agora essa perda  vem se materializando de forma mais acentuada e perversa. Nos meus tempos colegiais, havia  nos meios uma palavra para intitular a desmoralização. Chamava-se “avacalhar”. Avacalhação é desrespeito, é desordem. É o quanto se sobressai essa malsinada palavra que já começa a ressurgir. O Brasil perdido em suas próprias águas,  parece sem rumo. Morto Fidel, Dilma e Lula na orfandade, isto aqui precisa ser fechado pra balanço. Já! Sou eu acompanhando a “voz das ruas”.
“HONRA TEU PAI E TUA MÃE”
No final do junho do ano em curso, escrevi nesta coluna um texto sobre o desvelo, os carinhos e os caprichos de certa filha para com sua mãe, como bem assim já tinha presenciado por diversas vezes sempre durante a Santa Missa, nas manhãs dominicais de Santa Tereza e o meu padre Felinto. Dita um trecho:
“Observo do meu lugar que, costumeiramente, na fila de bancos à minha direita, separada pelo “corredor de passagem”, ali vai uma decente e bem posta moça, acompanhando a sua mãe, uma provecta  senhora  de passos  lentos, contida em suas deficiências físicas e visuais que eu imagino  ser portadora em seus mais de oitenta  anos. A filha conduz a mãe com calma, com carinho, com ternura, com tranquilidade  e com leveza em todos  os seus passos, até finalmente sentarem-se.”
Faz dias e nunca mais vi nem aquela filha, nem aquela mãe. A ausência das duas me trouxe doídas interrogações. Esta semana, então, para ao meu alívio, eis que, novamente, na Igreja, vejo as duas! Tive a impressão de que os passos lentos da mãe agora estão mais lentos ainda e que os carinhos e cuidados da filha agora desdobram-se, multiplicam-se, igualmente mais ainda. E os meus olhos se enchem diante daquele sentimento humano e cristão que aflora. E eu, ignaro do meio do tempo, me realizo como cristão e como ser humano!
“ENCASQUETADO”
Na minha terra havia um velho ditério que dizia: “encasquetado é pior do que doido”. Ouvi isso tantas vezes e não imaginaria que eu estava ou estaria lá.  Durante seis anos tenho voltado, constante, à minha terra natal, onde edifiquei o “MEMORIAL DE ANTÔNIO DE INEZ”, consistente em um sítio florestal (com as devidas e modestas e simplistas instalações), para honrar a memória dos meus pais. O pequeno terreno é herança de família e situa-se num povoado que, na minha criancice tinha sete (07) casas. Hoje tem trinta (30) casas. Mas lá é o meu lugar, o chão da minha origem e dos meus ancestrais, uma incontida paixão que se multiplica a cada amanhecer. Esse trabalho já se estende de por sete anos em 42 viagens. Tem até uma “rádio, casca de coco”, lá dentro.
Recente, como se não bastasse, um irmão e eu, adquirimos parte das terras do meu finado avô materno DOCA BARROS, justo onde localizava-se a sua casa. Doía-me passar por ali e ver que, no locai nem mais tapera existia. Apenas a curva do caminho, duas mangueiras ali existentes e quatro placas metálicas  que mandei erigir para lembrar a memória do meu avô, da minha avó e dos meus tios e, só lá adiante o RIO DE DOCA que igualmente agoniza com o assoreamento,  o desbarrancamento e as perversidades,  para o qual, igualmente mandei erigir uma placa que  é uma lápide de memória  e que representa o meu gesto de amor e solidariedade pelo riacho.
Agora, meu irmão e eu, no local, estamos levantando sobre a “empuca de mato” e capoeira,  ali existente, o MEMORIAL DOCA BAROS, cuja PEDRA DE MEMÓRIA ficará exatamente em cima de um “aterro”, onde foi a casa dos meus avós. Os primeiros passos estão sendo dados: Abre-se no matagal, no sofrido capoeirão, um lindo sítio florestal, desbastado por dentro. E o que era um rastro perdido do abandono, agora está se transformando numa “marca” para honrar o roceiro, meu avô. E a certeza de que... “CADA QUAL PARA O QUE NASCE...”
O MERCADO DO PEIXE.
Vejo que a cada dia, pelo lado de fora e de passagem - que o levantamento do “mercado do peixe” ganha novos ares, na sua construção.  Não acredito porém que o Prefeito Madeira, na sua plena sanidade, conclua aquela obra até os o fim dos dias contados do seu mandato quando a contragosto passará a entrega da faixa ao delegado de polícia. Aliás que o “Mercado do Peixe” tem um quê emblemático que marca a sua trajetória. Teve um primeiro presidente que ali se enfiou numa Colônia de Pescadores com o seu próprio nome e que ficou no comando da boca até que, pelo tempo, um dia, a fonte secou. Aí entrou outro presidente que vem se perpetuando. E o peixe que temos por aqui ou vem de fora ou é frutos dos criatórios, grande maior parte dos quais, também de criatórios, vindos de fora.
O mercado do Peixe, uma obra que se arrasta por tanto tempo:  Jomar (bate na madeira pra isolar), Ildon (dois mandatos e algo mais), Madeira (dois mandatos) já sofreu muitas refregas que levaram os verdadeiros pescadores e feirantes ao abandono à própria sorte. Muitas tortuosidades ali já se verificaram mas a maior delas na minha insana vesguice foi a demolição da estrutura em concreto que ali havia, deixada pelo D N O C S, quando da construção do cais, nos anos sessenta / setenta. A demolição daquelas vigas da historia, é fato imperdoável, vencida pela empáfia de ocupantes de ocasião, em nome da “modernidade”. Vejamos os novos rumos desse malsinado “mercado do peixe”.