Clemente Viegas

Clemente Viegas

caminhos por onde andei

A SAGA DE SEU OSVALDO
Dona AGA-E era uma viúva bem comportada, discreta, decente. Ficou viúva ainda em boa idade. Sozinha, tocava uma pensão e dormitório populares naquela cidade e naquele rua que veio a ser o metro quadrado mais caro do planeta. Nessa batalha diária, pensão, dormitório, gente que chega, gente que sai, atendimentos noturnos e ao amanhecer, dona AGA-E foi-se cansando do ofício. Mas eis que lhe aparece um hóspede “diferente”. Um olhar atravessado daqui, uma meiguice dacolá, despedida em “adeus e até a próxima”. Nada não, era SEU OSVALDO.
Seu Osvaldo era “ALHEIRO”, ...

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... DA MÁQUINA DE ESCREVER, ATÉ AQUI
(segunda edição)

O meu pai (em memória) é o meu ídolo e herói. Dele sou fruto e a ele devo uma banda do meu ser. O meu pai “estudou”, tão somente, até a “cartilha”, um livreto de oito ou dez folhas, do tempo do soletrar - mas ainda assim era um verbo solto, uma polêmica eloquente, um advogado nato. Bom de prosa e chegado num rabo de saia. E por último um poeta de cordel. Órfão de pai aos cinco anos, criado pela avó, ao lado da mãe, “moradeira” ...

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A VIDA E O SONHO DE CABO ZÉ (2ª. Edição)
CABO ZÉ é um ser humano em carne e osso. Quarenta e cinco anos, solteiro. José Pereira de Carvalho, um nome de que só ele tem notícia. “Naifabeto” como ele mesmo costuma se autodenominar, ainda assim “junta as letras grandes” e soletra nomes e lê pequenos números. Sua assinatura se dá com a sua impressão digital. Aos oito anos, vindo da “região do Japão”, o moleque chegou com os seus pais e irmãos nos costados da Imperatriz. Situação difícil, a entidade familiar, pais e filhos em sete ...

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CASA DO ESTUDANTE-II
Carrego comigo a grata experiência de ter vivido num internato por quatro anos, bem como a oportunidade de ter morado em duas casas de estudante. A primeira em nível secundário, onde fiquei por quatro anos; a segunda em nível universitário, também por quatro anos. Ainda a considerar um bom tempo nos antigos “pensionatos” e outros tantos em “comensal” de restaurantes coletivos. Quinze anos no “currículo” em diferentes moradias, não é coisa para qualquer um. Eu, no entanto, declaro-me grato por essas promissoras passagens. Mas o que quero falar aqui é da CASA DO ESTUDANTE ...

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PRINCÍPIO, MEIO E FIM
(porque tudo na vida é um tempo)

Lá pras bandas daquelas terras onde o vento faz a curva, havia dois irmãos, latifundiários,  donos de légua de terras, tidos como ricos da região. E eram. Em meio àqueles roceiros cuja grande-maior parte morava em terras alheias; plantavam e pagavam aluguel em terras alheias, aqueles dois irmãos eram de fato ricos, tal como era do vozerio popular. Afinal, eles tinham canavial todos os anos, eram donos de engenho de fabricação de cachaça e açúcar mascavo e dispunham de nada menos do que uma dúzia ...

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A JANELA E O TEMPO
Diria que a JANELA DO TEMPO na nossa vida começa aos quatro... cinco anos e com ela as primeiras noções do mundo ao redor. E então a nossa janela vai-se abrindo, deixando entrar os primeiros raios de luz.
Lá em cima, janela aberta, cá embaixo a vida segue na certa! O tempo passa. Agora já estamos com 15, 16, 17 anos - é como se o sol da nossa vida já bata à nossa janela com mais definição. E então  começamos a ter mais consciência do mundo ao redor. E segue ...

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Textos que os faço para o programa CLUBE DA SAUDDE, Rádio Mirante AM, domingos, 07:45 hs, em cadeia com 19 emissoras de todo o Maranhão, na minha crônica “PÁGINA DE SAUDADE”
A CANÇÃO DE JERRY ADRIANY
Rolava meados e um pouco mais adiante dos anos 1960. A jovem guarda estava no ar; a Revolução de 64 estava no ar; as festinhas de baile em radiola e discos de vinil também estavam no ar. Eu era feliz e doido pra amar. É uma história que eu não vou nem contar... ...

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HOJE É O MEU DIA DE “SAN RAFAEL”
Pouco mais de meados dos anos sessenta. Eu tinha meus vinte e poucos anos.  Naquelas lindas tardes de domingo a Jovem Guarda estava no ar. Roberto, Erasmo, Vanderléia, Golden Boys, Renato e seus Blue Caps, Trio Esperança... E põe gente nesse baile!!! A esse tempo eu me ufanava de morar na Casa do Estudante Secundarista do Maranhão.  Cursava o Técnico. Era feliz e não sabia! Te juro!
Aos sábados, às noites, as “festinhas”, espalhavam-se pelos bairros capital, com suas luzes acesas. Eram bailes tocados a  radiola e disco de ...

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Clemente Viegas

Viegas, Clemente Barros. (São Clemente papa e mártir). CLEMENTE vem do Almanaque de Bristol, antiga publicação do laboratório farmacêutico. Estudou as primeiras letras na escola da palmatória e dos joelhos ao chão, no sertão. Concluiu o curso primário (na terra natal), no tempo em que a escolaridade era levada a sério. Foi menino de recado e de mandado. Nos cursos Secundário e Técnico no internato da Escola Federal, onde ingressou via do “Exame de Admissão”. Cursou Direito, num tempo em que não havia celular, nem internet, nem FIES, nem as vantagens atuais. Não tinha livros, escrevia em papéis avulsos, taquigrafava as aulas ao verbo dos professores. Morou em casas de estudantes e cortiço, andava a pé, driblou o bonde, poucas roupas, curtiu a “Zona” e jamais dirá que “comeu o pão que o diabo amassou”. Trabalha desde os cinco anos, com intervalo dos onze aos vinte anos. Está na casa dos 73. Não brincou quando criança ou adolescente e na vida adulta tem três brinquedos que os leva a sério: 1 - Escreve a coluna CAMINHOS POR ONDE ANDEI; 2 - Escreve a crônica PÁGINA DE SAUDADE, Rádio Mirante/AM, domingos, há mais de dez anos; 3 - Tem uma “rádio”, com antena de 300 mm de altura, 1.000 a 1500 mm de alcance, com dois ou três ouvintes que, como você vê, “um que pode ser você”. É o rastro e a sombra de si mesmo. É o filho que veio e os pais que se foram. Superou milhares de concorrentes para nascer. É mais um na multidão e considera-se a escrita certa por linhas tortas, na criação do CRIADOR. Cumprimenta os seus interlocutores com votos de “saúde”! E diz aos semelhantes todos os dias que “...a vida continua”. (•) Viegas questiona o social. e-mail: viegas.adv@ig.com.br