Clemente Viegas

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CARTA ABERTA A JONAS RIBEIRO

EMÉRITO COLUNISTA SOCIAL DE O PROGRESSO

Meu caro Jonas Ribeiro (de velhas e memoráveis lembranças do colunismo social em mais de trinta anos) - saudações...

Já se vão perdendo na poeira do tempo velhas lembranças daquele nosso velho ido de 1987,  1988 e mais adiante, quando nos cruzávamos na penumbra ora no salão do Clube Tocantins ao som do saxofone de Raimundo Bossa Show, ora na penumbra da Boate Balaio, ora sob as luzes da calçada da Panificadora DULAR, ora na agitada “Boate ...

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BRILHA UMA NOVA LUZ NO INFINITO

Semana passada tomei conhecimento de que JOSÉ MOREIRA, o nosso “ZÉ MOREIRA”, uma das antigas pilastras desta cidade, havia partido do plano terra para  o infinito da vida eterna. E quando perguntei ao relojoeiro, que dividia o seu espaço com as instalações do serviço de som de MOREIRA, senti uma voz embargada em sua resposta e,  afinal, me disse que, em Goiânia, Moreira não resistira à cirurgia do coração.
Foi para mim um impacto que doeu e insistiu  doendo. E amarguei daí por diante uma odisseia ao encontro do seu ...

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OZÉBIA GRANDE
Lá pras bandas da minha Baixada, assim um tanto mais adiante, tem uma distinta  figura a qual não conheço pessoalmente – chama-se OZÉBIA GRANDE. OZÉBIA é Mãe de  Santo profissional, praticante dos cultos de magia. Temida e respeitada no seu ofício. Dois fatos que chegam ao meu conhecimento, me trazem uma “curiosidade” em conhecê-la pessoalmente. E qual nos meus tempos colegiais, também entrevistá-la. E vou fazer isso em breve.  Não sei por que cargas d’água o meu irmão paterno AFONSO tem lá suas simpatias com OZÉBIA GRANDE, esta que lhe conta suas bravatas e ele ...

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A SAGA DO MEU VELHO PAI
(e a escolaridade dos filhos)

Ainda nos tempos de capina e coivara e sol a sol, eu ouvia as declarações do meu pai: “quando me casei só tinha o dia, a noite e o caminho para andar”. Numa dessas meu pai mostrava suas vantagens na vida. Agora tinha um cavalo de cangalha, um burrico, um arreio de sela; uma casa de taipa e palha, uma posse de terras; tinha uma pistola (mauser) enferrujada que era o seu enfeite principal, tinha um luzidio dente de ouro, um charme e tanto! ...

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O DIA EM QUE A TERRA PAROU (de olho no lixão)
Tenho particular respeito e atenção pelos “lixões” por aí. Devo  explicar que nasceu do lixo, os meus primeiros passos na imprensa escrita. Na época, na capital, havia um carro aberto, um caminhão-basculante. Cá embaixo, garis jogavam latas de lixo e lá em cima um homem segurava e derramava o conteúdo na carroceria-basculante. Pessoas que passavam pelas ruas, fazia pilhérias com o homem da carroceria. Lá em cima. Chamavam-no de “goleiro”.  E provocavam os outros garis, dizendo que estavam ocupando a rua perturbando o trânsito. 
Certa feita, ...

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BENDITA, MÁQUINA DE ESCREVER!!!
Eu deveria  ter quinze anos, cursava o secundário, quando o meu pai me levou para o Curso de Datilografia, na Escola São José de Ribamar, do Professor Carlos Galvão, na Rua Agostinho Torres, no Bairro do João Paulo, em São Luís, capital. O curso era servido por quatro precárias máquinas de escrever que se somavam a uma quinta máquina, esta  xodó do mestre, que só era cedida com restrições aos alunos mais adiantados, em vias de conclusão do curso, este previsto para seis meses.
Eu estava no terceiro mês de frequência, quando ali ...

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"Felipe vira bucho"

O professor AG era, ao seu tempo, indo e voltando, a maior autoridade em DESENHO TÉCNICO, sua cátedra e especialidade. Imagine-se um quadro com cinco metros de comprimento por um metro e meio de largura, e aquela fera enchia aquilo tudo  em desenho técnico com linhas cheias e pontilhadas,  vista frontal, vista lateral, perspectiva cavaleira,  eixo cartesiano - sombras e tudo o mais. Dava um banho e dava um baile. Líder no seu ofício.
 AG "tirava sarro" com um e outro, puxava lero e dizia "jacaré te nhanha". Era uma senha que, ...

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Texto que enviei para o programa PÁGINA DE SAUDADE, Mirante/AM São Luís, domingos, 07:45 hs,  em cadeia com mais de vinte emissoras do Estado, na  crônica PÁGINA DE SAIDADE.
Noite  dessa quando dei por mim, qual um asteróide vagueando pelo espaço sem fim, eu me pegava vendo e vivendo, um velho tempo para esta PÁGINA DE SAUDADE. E então vi os carros de boi, cantando com a sua cantadeira, lentos, cansados, carregando  cana e lenha do roçado. Vi aqueles tempos em questão de moça”, que iam parar na Delegacia. Vi minha avó que batia o algodão e ...

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Clemente Viegas

Viegas, Clemente Barros. (São Clemente papa e mártir). CLEMENTE vem do Almanaque de Bristol, antiga publicação do laboratório farmacêutico. Estudou as primeiras letras na escola da palmatória e dos joelhos ao chão, no sertão. Concluiu o curso primário (na terra natal), no tempo em que a escolaridade era levada a sério. Foi menino de recado e de mandado. Nos cursos Secundário e Técnico no internato da Escola Federal, onde ingressou via do “Exame de Admissão”. Cursou Direito, num tempo em que não havia celular, nem internet, nem FIES, nem as vantagens atuais. Não tinha livros, escrevia em papéis avulsos, taquigrafava as aulas ao verbo dos professores. Morou em casas de estudantes e cortiço, andava a pé, driblou o bonde, poucas roupas, curtiu a “Zona” e jamais dirá que “comeu o pão que o diabo amassou”. Trabalha desde os cinco anos, com intervalo dos onze aos vinte anos. Está na casa dos 73. Não brincou quando criança ou adolescente e na vida adulta tem três brinquedos que os leva a sério: 1 - Escreve a coluna CAMINHOS POR ONDE ANDEI; 2 - Escreve a crônica PÁGINA DE SAUDADE, Rádio Mirante/AM, domingos, há mais de dez anos; 3 - Tem uma “rádio”, com antena de 300 mm de altura, 1.000 a 1500 mm de alcance, com dois ou três ouvintes que, como você vê, “um que pode ser você”. É o rastro e a sombra de si mesmo. É o filho que veio e os pais que se foram. Superou milhares de concorrentes para nascer. É mais um na multidão e considera-se a escrita certa por linhas tortas, na criação do CRIADOR. Cumprimenta os seus interlocutores com votos de “saúde”! E diz aos semelhantes todos os dias que “...a vida continua”. (•) Viegas questiona o social. e-mail: viegas.adv@ig.com.br