As notícias se sequenciaram desde o dia 24 de junho, data comemorativa de São João, o santo dos festejos juninos, que me fazem lembrar das fogueiras que se enfileiravam, explodindo faíscas a distância, na ladeirosa rua de minha casa. As manchetes e chamadas dos jornais, tais quais faíscas das fogueiras, traziam inquietação. Graves inquietações. Cito algumas: do jornal O PROGRESSO, de Imperatriz: Justiça do Trabalho pode fechar em Imperatriz; Déficit em orçamento pode fechar Justiça do Trabalho em Imperatriz; Advogados fazem protesto hoje; Ato público alerta para possível fechamento da Justiça do Trabalho. Do jornal O ...
O tempo é móvel. Passa. A eternidade é imóvel. Fica. Há coisas que passam e há coisas que se eternizam. Amamos e desejamos, a um só tempo, com ou sem intensidade, a depender do tempo. O homem é corpo e espírito, razão pela qual ama e deseja. Na Grécia antiga, amor era um deus poderoso, simbolizado por Eros. E Eros: amor ou desejo? Pode ser os dois ou nenhum. Com o cristianismo, o amor deixa de ser um deus e torna-se a forma de relação entre o ser humano e o Deus único. Amar a Deus, ...
Nos dias 8 a 10 deste mês de junho, foi realizado em Maceió, Alagoas, o XXXIX Fórum Nacional de Juizados Especiais, com a presença de juízes e juízas de todo o Brasil. Esse conclave se reveste de fundamental importância para que sejam discutidos, repensados e reafirmados os princípios informadores dos Juizados Especiais, numa perspectiva de ser uma Justiça autônoma, alicerçada nos postulados da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, tendo com meta, sempre que possível, a busca da conciliação ou da transação. Assentam-se os Juizados Especiais na menor complexidade das causas ou nas infrações penais ...
Aprendi desde cedo a ter respeito por professor. Inicialmente, professora. As mestras que me deram as primeiras lições no Grupo Escolar Sotero dos Reis, em frente à Igreja São Pantaleão, cujas aulas eram no turno da tarde, quando, após o almoço, saímos de casa a pé, com a pesada bolsa nas costas, para chegar a tempo de participar dos folguedos iniciais, entrar na fila, cantar os hinos, sob a batuta das mestras, e ir para a sala de aula, após o toque seletivo do sino. Estabelecia-se uma áurea de respeito entre o discípulo, que ouvia as ...
A divulgação desses grampos me levou a essa expressão, muita usada quando alguém ficava chateado com alguma coisa ou com a atitude desconcertante de outra pessoa. Sapecava-se, com ar de desdém, a frase: – Era só o que faltava!... Não sei se, por ser sido tão corriqueira até algum tempo, se já se está em desuso. Mas não a tenho ouvido. Os nossos condestáveis da atual República do Temer devem estar murmurando aos quatro cantos o seu inconformismo com a indiscrição do boquirroto Sérgio Machado, e, quando convocados para explicarem as razões dessa epidemiologia do medo, ...
É recomendável descontextualizar, para que se possa compreender (mas isso quem quiser; por favor, ninguém é obrigado a tanto) a irresponsabilidade criminosa, política, jurídica e histórica, com mais essa mancha a toldar o Estado brasileiro, vitimado durante a sua curtíssima vida democrática por sucessivos golpes, inclusive com golpe sobre golpe, como ocorreu na posse de João Goulart, que teve a imposição goela adentro do sistema parlamentarista, e, no curso da ditadura militar-civil e midiática de 64, quando do afastamento de Costa e Silva, por ter sido acometido de derrame cerebral, o vice-presidente Pedro Aleixo, que era ...
Cauby são muitas canções. Eterno na arte de cantar, nunca haverá a última canção de Cauby. A morte anunciada do artista é um engodo. Coisa de materialistas, que creem que arte e o artista são mortais. Engano. Puro engano. 85 anos de quem nasceu com o destino do canto não se extinguem num só dia, numa só noite ou numa efêmera madrugada. Cauby, ao vir ao mundo, no primeiro contato com as estrelas, que o convidavam para a ribalta, vestiu o traje do menestrel e nos encantou cantando canções que nos embalaram nas nossas alegrias e nos raros ...
O golpe de 64 era para ser dado em 1961, quando Jânio Quadros, em 25 de agosto, renunciou, e João Goulart, vice-presidente, se encontrava na China, representando o nosso país na busca de novos mercados, já que o Brasil, além de explorado, era dependente economicamente dos Estados Unidos. Jânio, referindo-se às forças ocultas, após ter participado da solenidade do dia do soldado, renunciou ao mandato de presidente da República, provocando uma gravíssima crise político-institucional, uma vez que Goulart, que assumiria o governo, tinha o repúdio das elites econômicas e civis pró-americanas, bem como de setores conservadores ...