O professor AG era, ao seu tempo, indo e voltando, a maior autoridade em DESENHO TÉCNICO, sua cátedra e especialidade. De longe, INCOMPARÁVEL! Imagine-se um quadro com cinco metros de comprimento por um metro e meio de meio de largura, e aquela fera enchia aquilo tudo em desenho técnico com linhas cheias e pontilhadas, vista frontal, vista lateral, perspectiva cavaleira, eixo cartesiano - sombras e tudo o mais. Dava um banho e dava um baile. E ai de quem, em sua aula, ao menos arrastasse o sapato! AG, na moral, "tirava sarro" com um e outro, ...
Qual um bicho assustado na gaiola, foi assim como cheguei aos onze anos em São Luís ainda de calças curtas para fazer o "EXAME DE ADMISSÃO ao Ginásio", num tempo em que passar do 5º ano primário para a primeira série ginasial, principalmente nos colégios públicos, exigia o tal "Exame de admissão", um verdadeiro e temível vestibular da época. As "escolas de exame de admissão" eram como os "Cursinhos" de hoje. Era manhã, com cara de domingo. E quando fui à porta da rua, o que vi? A molecada inteira da rua e vizinhança num fuzuê ...
O meu pai (em memória) é o meu ídolo e herói. Dele sou fruto e a ele devo uma banda desse meu estar por aqui. O meu pai “estudou”, quer dizer: leu, tão somente até a “cartilha”, um livreto de oito ou dez folhas, do tempo do bê-a-bá - mas ainda assim era um verbo solto, uma polêmica eloquente, um advogado nato. Bom de prosa e chegado num rabo de saia. E por último um poeta de cordel. Na origem, porém, era um roceiro que ficou órfão de pai aos cinco anos, cuja mãe, jovem-viúva e roceira, ...
São Luís (do Maranhão), como se sabe, é uma terra feita de costumes portugueses, desde a sua gestação. De sorte assim que aquela Ilha Sagrada, vinda de um tempo colonial, com suas ruas estreitas, seus casarios coloniais, seus paredões em azulejos - azulejos que emolduram e identificam a cidade - é marcada e remarcada pelas heranças de Portugal. Honra-me lembrar que cheguei a São Luís aos onze anos de idade em "calças curtas e pés no chão" e de lá saí aos 27 com diploma de "doutor", como costumava dizer. Foi por onde comecei a fazer e ...
Cumprimentando-o, peço vênia para remeter um texto, embora sucinto mas que traduz exato e específico os... CAMINHOS POR ONDE ANDEI. Permita-me o gesto, mas é que o fato de receber um título de CIDADÃO DE IMPERATRIZ deixa a gente assim... "descadeirado", quer dizer: "ensimesmado", "embevecido", com a honraria, com a festa, com os aplausos, enfim: com aura que disso resulta, cujo estado de espírito acaba por comprometer o compromisso que tenho com este espaço CATIVO que essa editoria a mim generosamente concede, faz mais de seis anos! A solenidade de entrega pela Câmara Municipal do Título ...
Concluí o "terceiro livro" na Escola do Tio Mundico (ESCOLA SERTÃOZINHO). Tinha sete anos de idade e não conhecia um sapato, nem um chinelo, nem uma toalha de banho, nem creme dental. E copo de vidro era coisa de ocasião. A esse tempo ninguém tinha ali um rádio sequer. E uma geladeira a querosene só chegou anos depois, a algumas léguas dali. Na Escola do Tio Mundico, reinava a palmatória, o joelho no castigo e o olhar incisivo e dominador do Mestre. A Escola ensinava basicamente a ler, a escrever, ensinava tabuada, noções de História do Brasil, ...
Envio, semanalmente, textos e produção completa para o programa CLUBE DA SAUDADE, Rádio Mirante/Am (São Luís), com retransmissão local, no tema "PÁGINA DE SAUDADE", um quadro que se completa com a sugestão musical. Vejamos!
QUANDO A GENTE TOMAVA A BÊNÇÃO Havia um tempo e os pais impunham a que os filhos tomassem a bênção aos mais velhos. Fosse por onde fosse, encontrasse os mais velhos e tomar a bênção e respeitar aos mais velhos. Era a "lei", o costume do meu lugar. E assim se fazia respeitar. Tios, padrinhos, avós, parentes cobravam A ...
Minha querida Imperatriz do Maranhão - te amo! E isso você já sabe. E agora com título formal de CIDADÃO DE IMPERATRIZ a receber, aí é uma "taça" e tanto, uma honraria a que não mereço mas que consagra os meus quarenta anos pisando ao teu chão, bebendo a tua água e vivendo o teu quotidiano. Mais do que uma taça, uma GRAÇA e Bênção do Criador nas alturas que, não sei porque, iluminou ao Raimundo Roma - justo aquele do Bandeira 2 - para me presentear com tamanha honraria. Obrigado Imperosa, por você existir! Falando ...
Viegas, Clemente Barros. (São Clemente papa e mártir). CLEMENTE vem do Almanaque de Bristol, antiga publicação do laboratório farmacêutico. Estudou as primeiras letras na escola da palmatória e dos joelhos ao chão, no sertão. Concluiu o curso primário (na terra natal), no tempo em que a escolaridade era levada a sério. Foi menino de recado e de mandado. Nos cursos Secundário e Técnico no internato da Escola Federal, onde ingressou via do “Exame de Admissão”. Cursou Direito, num tempo em que não havia celular, nem internet, nem FIES, nem as vantagens atuais. Não tinha livros, escrevia em papéis avulsos, taquigrafava as aulas ao verbo dos professores. Morou em casas de estudantes e cortiço, andava a pé, driblou o bonde, poucas roupas, curtiu a “Zona” e jamais dirá que “comeu o pão que o diabo amassou”. Trabalha desde os cinco anos, com intervalo dos onze aos vinte anos. Está na casa dos 73. Não brincou quando criança ou adolescente e na vida adulta tem três brinquedos que os leva a sério: 1 - Escreve a coluna CAMINHOS POR ONDE ANDEI; 2 - Escreve a crônica PÁGINA DE SAUDADE, Rádio Mirante/AM, domingos, há mais de dez anos; 3 - Tem uma “rádio”, com antena de 300 mm de altura, 1.000 a 1500 mm de alcance, com dois ou três ouvintes que, como você vê, “um que pode ser você”. É o rastro e a sombra de si mesmo. É o filho que veio e os pais que se foram. Superou milhares de concorrentes para nascer. É mais um na multidão e considera-se a escrita certa por linhas tortas, na criação do CRIADOR. Cumprimenta os seus interlocutores com votos de “saúde”! E diz aos semelhantes todos os dias que “...a vida continua”. (•) Viegas questiona o social.
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