Clemente Viegas

Clemente Viegas

CAMINHOS POR ONDE ANDEI

CARTA ABERTA A ITAERÇO BEZERRA

Meu caro ITAERÇO BEZERRA: receba esta acompanhada do meu afetuoso abraço e das minhas cordiais saudações.

Distanciando-se, vai o tempo em que a gente se encontrava pelas ruas e calçadas da vida, rolava uma conversa, falava dos nossos triviais e cada um saía para o seu lado.  Pouco mais adiante se vai aquela noite, no lançamento do teu livro UM PUNHADO DE POESIAS E UMA MÃO CHEIA DE PROSA na “Maçonaria da Rua Alagoas”, quando você sob as luzes da ribalta e eu lá no distante e soturno pátio, de ...

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ORLANDO DA VALE DO SOL É GENTE QUE FAZ

Fui conversar com SEU ORLANDO da Vale do Sol. E imaginei: esse homem tem muita coisa pra contar. E levei canetas, agenda de 60 páginas, notebook carregado e dispus de uma tarde para a “entrevista”. Mas SEU ORLANDO, um tremendo pé no chão, é um homem simples, escancarado; um livro aberto, sem arrodeios, sem sombras e sem meias-metades. Tão acessível quanto o dinheiro sobre a calçada alta; o ouro sobre a face da terra. Assim é ORLANDO da Vale do Sol. Um trabalhador de origem, um católico ...

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REFRESCO COM PÃO

E onde era que eu estava que com um tema deste, uma verdadeira epopeia na minha vida, história de um velho tempo, trajetória dos meus passos e durante um pedaço da minha tudo isso escorreu no ralo do “esquecimento”. Tenho a sensação de dizer que “não me perdoo” por isso. A vida, contudo, me ensina que para tudo tem o seu tempo. E então este é o meu tempo de reviver aquela refeição, o prato daquela ocasião – aquele meu REFRESCO COM PÃO.
Hoje eu amanheci lembrando daquele REFRESCO COM PÃO que ...

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Textos que apresentei no programa NOTÍCIA +, TV Band local, apresentação: Renato Santos, 4as. 14:00 hs, no quadro TEMA LIVRE onde, “se você perder, quem perde é você”.

O BANCO DOS RÉUS

- A palavra réu como linguagem forense-oficial é designada tanto aos acusados criminais, quanto aos requeridos em ações civis – e  é tida como um termo pejorativo, ofensivo. Entretanto é uma palavra comum, normal. O “banco dos réus” é uma expressão antiga e tradicional no direito brasileiro e indica um assento,  uma cadeira, um banco. O banco em que senta-se o acusado ...

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VELHO ARISTIDES E O SÍTIO ENCANTADO

Naquela cidade tinha um lugar encantado. Encantos e desencantos existiam nas fantasias da nossa mente de criança. O Encanto é criação da lenda, é lenda da criação. É fruto da imaginação. Vem da Praia do Lençóis, onde um boi encantado, endiabrado, bailava na areia, nas noites de lua cheia. Vem daquela ilha de Penalva, flutuante, natural posição se mudava. E quando tentaram domar a ilha, tanto a mãe quanto a filha viram que o encanto transformou-se em desencanto. O lago secou, o peixe acabou, o sofrimento chego e a ilha ...

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...E ENTÃO É NATAL
(um tema em três textos)

Ainda moleque, lá pelos 14, 15 anos, o senhor meu pai me levou para fazer “o curso de dactilografia”. Tudo o quanto o meu pai ditava eu escrevia, obedecia. E então o curso de datilografia, se era da vontade do velho meu pai, então deveria ser “coisa de futuro”. E lá se vamos nós. Matriculou-me na Escola São José de Ribamar, do professor Carlos Galvão, no Bairro do João Paulo, ao que eu atravessava um socavão terrível, principalmente nas enxurradas e alagadiços do inverno.
O ...

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PAPAI NOEL EXISTE!!!

Tinha onze anos de idade quando, em calças curtas, cheguei em São Luís para tentar uma vaga no exame de admissão ao ginásio. Mais que uma prova, um verdadeiro vestibular da época! Quinhentos e dez candidatos para 60 vagas. Naquele universo, sentia-me encurralado e perdido em tudo.
Era uma manhã fria de um tempo nublado, de um sol ainda preguiçoso. E de repente o que vi? A rua tomada de crianças quase tanto quanto eu. Eles, porém, cada qual com o seu brinquedo. Nunca tinha visto coisa igual. Os moleques serelepes, falantes ...

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A ÍNDOLE DAQUELA GENTE

Estou de malas arrumadas. Vou ao meu chão-natal, viagem de trabalho nº 34, em cinco anos, onde edifico o MEMORIAL DE ANTÔNIO DE INEZ, para lembrar a memória dos meus pais e, na carona, outros tantos decanos e decanas daquele meu chão feito a foice e facão, suor do rosto, “mancepa” de quebrar coco-babaçu, pilão e mão-de-pilão. Este texto criado em fevereiro de 2011. Agora é uma reescrita, “remasterizada”, que você me dá a honra da releitura.

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Doca Barros, ...

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Clemente Viegas

Viegas, Clemente Barros. (São Clemente papa e mártir). CLEMENTE vem do Almanaque de Bristol, antiga publicação do laboratório farmacêutico. Estudou as primeiras letras na escola da palmatória e dos joelhos ao chão, no sertão. Concluiu o curso primário (na terra natal), no tempo em que a escolaridade era levada a sério. Foi menino de recado e de mandado. Nos cursos Secundário e Técnico no internato da Escola Federal, onde ingressou via do “Exame de Admissão”. Cursou Direito, num tempo em que não havia celular, nem internet, nem FIES, nem as vantagens atuais. Não tinha livros, escrevia em papéis avulsos, taquigrafava as aulas ao verbo dos professores. Morou em casas de estudantes e cortiço, andava a pé, driblou o bonde, poucas roupas, curtiu a “Zona” e jamais dirá que “comeu o pão que o diabo amassou”. Trabalha desde os cinco anos, com intervalo dos onze aos vinte anos. Está na casa dos 73. Não brincou quando criança ou adolescente e na vida adulta tem três brinquedos que os leva a sério: 1 - Escreve a coluna CAMINHOS POR ONDE ANDEI; 2 - Escreve a crônica PÁGINA DE SAUDADE, Rádio Mirante/AM, domingos, há mais de dez anos; 3 - Tem uma “rádio”, com antena de 300 mm de altura, 1.000 a 1500 mm de alcance, com dois ou três ouvintes que, como você vê, “um que pode ser você”. É o rastro e a sombra de si mesmo. É o filho que veio e os pais que se foram. Superou milhares de concorrentes para nascer. É mais um na multidão e considera-se a escrita certa por linhas tortas, na criação do CRIADOR. Cumprimenta os seus interlocutores com votos de “saúde”! E diz aos semelhantes todos os dias que “...a vida continua”. (•) Viegas questiona o social. e-mail: viegas.adv@ig.com.br