Risos, risos, risos pra festejar / Queixas e tristezas / Deixa pra lá / Risos, risos, risos pra festejar / Deixa de tristeza / Deixa eu te amar / Deixa, deixa eu te amar. Nesses versos dessa linda canção de autoria de Paulo Imperial e Fábio – seu grande amigo de venturas e desventuras – se encontra parcela da essência artística de Tim Maia, um dos maiores cantores e compositores da música popular brasileira. Morreu de viver a intensidade da vida. E viveu sem os limites do isso pode e aquilo não. Vivendo, encontrou-se e desencontrou-se. Integrou a ...
A cada morte violenta que tomo conhecimento me vem à mente o título de um filme que nem cheguei a ver, mas que, por isso mesmo, ficou encravado no meu inconsciente. É produção brasileira e se chama A morte comanda o cangaço. Não tendo assistido ao filme, ficou-me a ideia, em decorrência do agressivo título, que se tratava de uma história violenta de cangaceiros. Deduzi que assim fosse, porque, antes havia visto O cangaceiro, e, embora fosse em preto em branco (já havia filmes coloridos), contava a história de um cangaceiro tipo Lampião, de caráter impiedoso. ...
No domingo que passou tive a fugaz, porém muito agradável visita ao meu pedaço de retiro familiar, do meu amigo José Carlos Sousa Silva. Para os que não sabem: Sousa e mais o “e Silva”. Mas quem o conhece, é Sousa Silva, sem o “e” de ligação. E isso não mudou. Vem desde os tempos que nós trabalhávamos em oficina de jornal. Eu, como linotipista; José Carlos, ora como revisor, ora fazendo a primeira página do Diário Oficial, quando, no governo Sarney, nos idos de 1966, fora vendido na Praça João Lisboa, pelos jornaleiros, em frente à Farmácia ...
Em que pese matéria oportunista, golpista e criminosa da reacionaríssima Veja, o voto livre e soberano dos cidadãos e cidadãs brasileiros venceu ao ódio, e a eleição presidencial chegou ao final, coroando a festa da democracia e dizendo, mais uma vez, aos criminosos da informação manipulada que os eleitores desta terra brasilis não são massa de manobra da Globo, como se deu na catastrófica eleição de Collor de Mello e no enfrentamento de Leonel Brizola, no pleito de 1982, ao disputar o governo do Rio de Janeiro, quando teve que lutar, com a bravura que sempre o caracterizou ...
Os beneficiários do programa, por motivos óbvios, o amam; os mais aquinhoados e de bem com vida odeiam-no, mais do que o diabo da cruz. Esbravejam os mais insanos insultos, mesmo sem ter conhecimento da sua finalidade e dos seus efeitos sociais inclusivos. Um desses inimigos do bolsa família é uma figura do mundo midiático, cujo nome é do conhecimento da alta roda de divertimentos fúteis: Maitê Proença. Dizem as más línguas que se trata de uma ex-atriz (se ainda é, não sei, e aviso: nem quero saber), que atualmente –e desconheço o magnânimo motivo –, recebe como ...
Na Constituinte, iniciada em 1.º de janeiro de 1987, dela nascendo a Constituição de 1988, a direita, representada por parlamentares conservadores, originários do sepultado regime e eleitos pelas forças dominantes, convergiu para o Centrão, bloco formado por deputados e senadores do PMDB, PFL, PDS, PTB e de outras legendas de menor expressão, à época. Na esquerda, estavam partidos como PT e PDT. Representavam o Centrão, com maioria na Assembleia, setores da direita conservadora, e assim conseguiu decidir votações importantes, como a questão referente à reforma agrária, mantendo a distribuição desigual da terra, além do mandato presidencial ...
Resultado de pesquisa feita recentemente, não sabendo por quem, nem procurei saber, conclui que 60% dos homens são infiéis, enquanto as mulheres são 40%. A diferença na arte de trair entre os dois gêneros não é tão grande. Pensava eu, ainda apegado a valores antiquíssimos, que os homens ostentassem o troféu de grandes traidores. Enganei-me. Ainda bem. Afinal, a história bíblica nos dá notícia de duas traições. A primeira foi de Eva que recorreu ao engodo da maçã. E daí em diante o paraíso deixou de ser paraíso, surgindo, do golpe dado em cima de Adão, o inferno, ...
“Tenha pena de mim. Vá embora. Ele pode chegar. Vais me prejudicar. Tá na hora!”. Eis a essência poética de Lupe, ou, para quem já não lembra, Lupicínio Rodrigues. Cem anos de imortalidade, cantando as sofrências do amor, as desilusões de amar com toda a força de viver amando sem abrir qualquer exceção aos tormentos das inevitáveis perdas. Como um ourives a cinzelar esses sentimentos, Lupicínio foi, sem desprezar a boemia intensamente vivida, construindo a sua (e nossa) eterna obra. Por isso mesmo, quem há de dizer que quem você está vendo naquela mesa bebendo é o meu ...