Crônica da Cidade

Crônica da Cidade

É Isso que a Sociedade Quer?

Os parlamentares de 1988, ao elaborarem a Constituição Federal, promulgada pela Assembleia Constituinte, presidida pelo deputado Ulysses Guimarães, tiveram a preocupação de reservar um capítulo para tratar especificamente sobre a segurança pública. Refiro-me ao Capítulo III do Título V, que contempla a defesa do Estado e das instituições democráticas. Nesse capítulo, define a Constituição brasileira quais os órgãos da segurança pública, ressaltando que “é exercida para preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio” (art. 144).

Para o que vem ocorrendo no Brasil inteiro e, notadamente, em nosso Estado, interessa ...

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A CRISE E O TÉDIO

A crise anda solta. Basta que se leia os jornais e se ouça os noticiários da televisão. Para o forte sentido da crise, o Brasil não atravessará o ano de 2015. Está delirantemente acabado. A mais nova crise é o modelo (no trivial, a roupa) usado na posse pela presidenta Dilma. Criou-se um debate nacional com bizantinas manifestações prós e contras. Uns mais exaltados, outros comedidos, embora mal-humorados. Deu-se a crise do modelito. Kátia Abreu, ministra da Agricultura, coitada, apareceu vestida à natureza, ecologicamente correta, de acordo com o cargo, prestando justa homenagem às nossas matas. ...

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2015: Como Mudar de Roupa

Coelho Neto tem uma crônica em Canteiro de Saudades, cujo título é O ano novo. O cronista narra sua perplexidade sobre essa festejada data: “Falavam tanto do Ano Novo, que eu resolvi esperar a meia-noite”. Assim iniciou a vigília da meia-noite para ver a entrada do Ano Novo. Mas decepciona-se. Embora despertado pelos brindes à mesa, beijos, abraços e bênçãos, não conseguiu enxergar com os próprios olhos a presença viva do Ano Novo. Inconformado pela impossibilidade de presenciar a auspiciosa chegada do ano, foi até a mãe preta para certificar-se da verdade, perguntando-lhe: “E o Ano Novo? Onde ...

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POEMAS SEM DATA

AMORDORA

amor
aroma
amora
sabor 
cheiro
sentir
              agora
amor
aroma
amora
              mora
              namora
              Dora!

DÚVIDA

Daqui
Olhando o tempo
Estou
Ora frio, ora quente
Não me vejo ontem
Sou apenas hoje
Uma dúvida: - O amanhã.

Só. Tão só.
Passa o vento.
Alma ...

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NATAL: SAUDADE DAQUELA MESA

PAZ
Esta janela aberta
As cadeiras em roda por volta da mesa
A luz da lâmpada na moringa
Duas meninas que conversam longe...

Paz!
O telefone que descansa
As cortinas azuis que nem balançam

Mas sobre uma cadeira alguém está chorando.
Paz!
(de Manoel de Barros, do livro de poemas Face Imóvel)

Não sei por que, aproximando-se o Natal, esse poema de Manoel de Barros, Paz, me despertou uma melancólica atenção. Talvez não seja porque o poeta do Pantanal nos tenha deixado recentemente, partindo ...

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O Humanista Carlos Amorim

O que ficou de você, Carlos, foi a sua vida: um imenso céu de bondade. Não a morte. Um homem como você não morre. Nunca morrerá. Pereniza-se em face de uma suposta possibilidade de morte. Rubem Alves, em A Ostra Feliz não Faz Pérola, nos diz que a vida é aquilo que fazemos com a nossa Morte. Acrescento: – Vivemos a vida e vivemos a Morte. Alguns morrem definitivamente, materialmente; outros, jamais. Você, Carlos, incluído entre esses outros, não morrerá. A sua vida nega veementemente a sua morte. Nesse desfecho de partida, há duas possibilidades, sim, ...

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Black Friday

Costume norte-americano, importado para a nossa terra. Os comerciantes se acertam e fazem um grande bota-fora, liquidando, a preços desafiadores, alguns produtos, que, retirados do seu estoque, não lhes venham a causar nenhum prejuízo. Estive em Belém do Pará e vi a grande confusão nas áreas comerciais. Seja o comércio de rua, seja o de shopping. Num dos shoppings, quase não se podia andar. Uma quantidade imensa de pessoas a fazer compras nas lojas que estavam promovendo liquidação. Tudo indica que a moda pegou. Vem desde 2010. Soube que por aqui a coisa andou pegando fogo. ...

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Semler: Nunca se Roubou tão Pouco

Tomei conhecimento do texto, cujo título faço uso dele, apropriando-me, ao ler a coluna Painel do Leitor, da Folha de São Paulo, publicada na página A3, edição do dia 22 de novembro deste ano. Algumas manifestações dos leitores me chamaram a atenção. Roberto A. Schussel (São Paulo, SP): “Nos anos 70 e 80, vivi a mesma experiência que Ricardo Semler. Minha empresa tentava vender brinquedos para as festas de Natal de montadoras de automóveis, mas sem o pagamento de 10% para o setor de compras, nada era aprovado. Gozado como todos esquecem o que eram as ...

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