Por esses dias, saí daqui deste aprazível Estado, de belas praias e rios, para fazer uma visita de compromisso (dever de função) no Rio de Janeiro. Foram-me dadas muitas recomendações. Muito cuidado com isso, muito cuidado com aquilo. Parti extremamente precavido, literalmente sem portar um mísero canivete, ainda que pudesse topar na primeira esquina com um daqueles facínoras, que me daria um tiro de fuzil na cabeça, para fazer-me ingressar na estatística de bala perdida. Mas... para o meu consolo e aplacar os meus fortíssimos temores, lembrei, ou alguém mais aflito me alertou, que o Rio, com todas ...
Esse título que nomina esta coluna foi literalmente apropriado de um opúsculo do filósofo, medievalista, semiólogo e romancista Umberto Eco, publicado pela Record, sob o título de “O fascismo eterno”, no qual ele narra, de forma crítica, a sua experiência de jovem fascista italiano, vivida no reinado de Benito Mussolini. O texto, transformado em livro, decorreu de uma conferência em inglês, pronunciada num simpósio organizado pelos departamentos de italiano e de francês da Columbia University, em 25 de abril de 1995, para celebrar a libertação da Europa. Consoante esclarece o pensador italiano, “o texto foi pensado para um ...
Estamos vivendo um período denominado enfaticamente de black friday. Manifestação de consumo de massa tipicamente norte-americana, que foi transplantada para o Brasil, que adora essas novidades estadunidenses, sobretudo na era Trump. Não sei se a tal black friday dura um dia, uma semana ou um mês. Só sei que está como um vírus letal disseminada em todos os lugares e todas as portas. Vive-se, dorme-se, acorda-se e come-se black friday. Tudo vendido a preço de banana. Expressão esta mais antiga do que andar pra frente e que caiu em absoluto desuso, sendo substituída, de algum tempo para cá, ...
Não é futurismo. Nem sonho, nem pesadelo. É a realidade. E, nós humanos, ou melhor, ainda humanos, devemos tomar os devidos cuidados. Os robôs estão chegando com muita "vontade" de assumir o comando de nossas vidas. O noticiário nos informa que a Arábia Saudita já se encontra bem à frente no processo de robotização, sendo a primeira nação do mundo a conceder cidadania a um robô. O seu nome é Sophia, até porque se veste com roupas femininas e dizem que se parece com a grande atriz Audrey Hepburn. Mas há outros que contradizem essa afirmação hollywoodiana, porém ...
No livro Ética e vergonha na cara!, de Mario Sergio Cortella e Clóvis de Barros Filho, dois grandes pensadores brasileiros, que caminham por esse Brasil a fora, fazendo palestras sobre temas o aspecto ético. Faço o relato:
"Em uma corrida de cross-country, o queniano Abel Mutai, medalha de ouro nos três mil metros com obstáculos em Londres, estava a pouca distância da linha de chegada e, confuso com a sinalização, parou filosóficos e ética, Cortella, logo de início, fala do relativismo moral, referindo-se à ética da conveniência, resumida na expressão "se é bom pra mim, tudo ...
Para a família, Abelim Maria da Cunha, nascida em 13 de maio de 1929, em Conceição de Macabu, no Rio de Janeiro, e falecida em São Paulo, em 29 de setembro de 2018, aos 89 anos de idade. Adotou o nome artístico de Ângela Maria para fugir da censura dos pais. Cedo, descobriu a sua vocação para cantar. Era filha de um pastor protestante que a proibia de exercitar o canto, só admitindo que o fizesse na igreja, pois não deveria cantar músicas profanas. Ângela Maria rompe com essa barreira. Saiu de casa e foi procurar o seu ...
Estarrecido, com um misto de temor e de profunda apreensão, li essa frase em algum lugar. Não procurei saber quem a disse. Parece que todos sabem. Há um silêncio sepulcral. Sim, isso mesmo. Silêncio dos mortos. Silêncio do medo. Do medo de que o dia não seja mais dia. Que a noite desapareça, perdendo a sua beleza estelar, com a lua ensandecida vagando de um lado para o outro, como a louca do hospício, e apague-se, e que os poetas deixem de ser poetas, as flores murchem, os galhos de nossas belas árvores sequem, os rios desapareçam, o ...
O art. 14 da Constituição Federal de 1988, a nossa carta política de direitos, dispõe que "a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos". Por seu turno, também garante a liberdade de crença e de religião, ao estabelecer no inciso VI do art. 5.º, no Capítulo dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença". O preâmbulo da Constituição brasileiro afirma que fora a mesma promulgada, "sob a proteção de Deus". Ainda assim, o Estado brasileiro é regido pelo ...