É tempo de manguita por aqui. Uma manga pequena! Aliás que já está passando a sua temporada. E você? Conhece A manguita? É uma manga pequena, arredondada, uniforme, em cores que variam entre o “verdoso”, o ferrugem e o amarelo mas, enfim, gostooooosa toda! Aliás que certa feita um amigo me disse que a mulher há que ser como uma fruta madura que a gente, sem escolher lado, come com a boca toda. Pronto! A MANGUITA é essa fruta que a gente come com a boca toda!!!!!!!!!!!!!!!
Havia um tempo em que circulava uma palavra: “Enrustido”. Era uma designação àqueles que resistiam em sair do armário. Batia o pé e diziam: não, saio, não saio, não saio. E pronto! A coisa agora está mudando, de forma voraz, até. Muitos que fazem questão de carregar a bandeira e outros que ficam em cima do muro. Da laia destes tem é muitos por aí. Ficam “enrustidos” mas estão na praça com nome, sobrenome, CPF, honrarias e tudo o mais. E “turma da praça” metendo a tesoura.
JEREBA – 2ª. edição (um sábio que viveu no deserto)
Tocado pelos ventos do destino, tornei-me um morador perdido nos meus próprios horizontes, naquela cidade. Corria o início dos anos setenta. Foi quando conheci um negro de cabelos carapinhas e esbranquiçados, corpulento, falaz, eloquente, que se chamava JEREBA. De início logo me despertou o seu codinome: JEREBA, que naquelas bandas é uma conhecida espécie de urubu. Urubu jereba.
Certa feita, nos acasos da vida, cruzei com JEREBA, com ele num hiato, entre uma pinga e outra, mandando ver e dono da situação. Uma ...
GÊ era uma boa moça, justiça se lhe faça. Deixou as bandas da outra banda para tocar promissores ares na vila da sesmaria. Chegou meio tímida, devagar, mas logo depois já compunha o corpo docente da instituição colegial. Compunha também o “raio soçaite” daquela juventude saudável e eletrizante do seu tempo. Seu rosto não colaborava muito, pecava na composição e até deixava a desejar, contudo era dona de um corpo lindo, escultural, “maravilhoso”, até! E esse desequilíbrio entre corpo ...
Eu deveria ter meus oito, nove anos e meu pai a esse tempo já ensaiava os seus primeiros passos em viagens de “vendedor ambulante”. Vendia redes artesanais que se aventurava em viagens quinzenais pelas terras de Matinha, Viana, Penalva Cajari e Pindaré, na Baixada do Maranhão. Vem desse tempo e de quando em vez que meu pai aparecia em casa com algo fora do comum, no gênero guloseima.
O primeiro deles, eu ainda me lembro, era um refresco em pó, Q-SUCO, que a gente pronunciava “QUISUCO”, lembra? Que a ...
França era o filho último do velho Norato Barros. Norato era morador do povoado Laranjal e dono de parte das terras que herdou do seu pai Fabinho de Barros. Norato e seu irmão DOCA BARROS eram titulares de uma fala de forte sotaque afetado; sotaque que até hoje os netos e outros parentes arremedam, caçoam, tal o sotaque carregado de Norato e seu irmão Doca. Não eram de festa, nem de pinga, nem de jogo, nem de dança. Eram amigos e unidos e roceiros de sol a sol. Doca era ...
... E A VIDA CONTINUA Eu ainda era um colegial, 13, 14 anos, quando ouvi em aulas de GEOGRAFIA, pela primeira vez, a palavra SATÉLITE. A lição então ensinava que “SATÉLITES são corpos espaciais menores que acompanham maiores”. Como exemplo a Lua é um satélite da terra. Vênus, Marte, Júpiter são outros satélites. Permiti-me, mais tarde, abstrair dessa lição que nós, enquanto crianças, somos SATÉLITES dos nosso pais, como enfim as crias e os animais.
Havia, nesse tempo colegial, um inocente e concorrido brinquedo da juventude - adultos ...
A GENTE ERA FELIZ E NÃO SABIA (NUM TEMPO DE RADIOLA E DISCOS DE VINIL)
Escrevo, já disse aqui, um texto semanal, cativo, faz onze anos, denominado PÁGINA DE SAUDADE, para o programa CLUBE DA SAUDADE, há TRINTA ANOS no ar, Mirante/AM – São Luís, em cadeia com mais de 20 emissoras em todo o Estado. Manhãs de domingo, 08:00 hs. O tema em foco em mais um deles.
A vida me ensina que “tudo na vida é um tempo. Só um tempo”. E nessa onda eu pego embalo e vejo UM velho tempo ...
Viegas, Clemente Barros. (São Clemente papa e mártir). CLEMENTE vem do Almanaque de Bristol, antiga publicação do laboratório farmacêutico. Estudou as primeiras letras na escola da palmatória e dos joelhos ao chão, no sertão. Concluiu o curso primário (na terra natal), no tempo em que a escolaridade era levada a sério. Foi menino de recado e de mandado. Nos cursos Secundário e Técnico no internato da Escola Federal, onde ingressou via do “Exame de Admissão”. Cursou Direito, num tempo em que não havia celular, nem internet, nem FIES, nem as vantagens atuais. Não tinha livros, escrevia em papéis avulsos, taquigrafava as aulas ao verbo dos professores. Morou em casas de estudantes e cortiço, andava a pé, driblou o bonde, poucas roupas, curtiu a “Zona” e jamais dirá que “comeu o pão que o diabo amassou”. Trabalha desde os cinco anos, com intervalo dos onze aos vinte anos. Está na casa dos 73. Não brincou quando criança ou adolescente e na vida adulta tem três brinquedos que os leva a sério: 1 - Escreve a coluna CAMINHOS POR ONDE ANDEI; 2 - Escreve a crônica PÁGINA DE SAUDADE, Rádio Mirante/AM, domingos, há mais de dez anos; 3 - Tem uma “rádio”, com antena de 300 mm de altura, 1.000 a 1500 mm de alcance, com dois ou três ouvintes que, como você vê, “um que pode ser você”. É o rastro e a sombra de si mesmo. É o filho que veio e os pais que se foram. Superou milhares de concorrentes para nascer. É mais um na multidão e considera-se a escrita certa por linhas tortas, na criação do CRIADOR. Cumprimenta os seus interlocutores com votos de “saúde”! E diz aos semelhantes todos os dias que “...a vida continua”. (•) Viegas questiona o social.
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