O golpe militar encerrou o governo do presidente João Goulart, o Jango, eleito pelo povo. Jango era o vice-presidente na chapa de Jânio Quadros, que renunciou oito meses depois de ter sido empossado presidente do Brasil. Os defensores da ditadura não chamavam de golpe militar, mas de "Revolução de 1964". Jânio era do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e Jango era do Partido Trabalhista Nacional (PTN). Os dois contaram com o apoio da União Democrática Nacional (UDN). De acordo com a Wikipédia, "o golpe estabeleceu um regime autoritário e nacionalista alinhado politicamente aos Estados Unidos e acarretou ...
"Além da limitação da liberdade de opinião e expressão, de imprensa e organização, naquela época tornaram-se comuns as prisões, os interrogatórios e a tortura daqueles considerados suspeitos de oposição ao regime, comunistas ou simpatizantes, sobretudo estudantes, jornalistas e professores".
Até hoje há pessoas que defendem o golpe militar e até mesmo a volta da ditadura. Alegam que o Brasil seria melhor, sem tanta corrupção e alto índice de violência. Talvez estas pessoas não tenham noção do que estão falando ou não tenham vivido na pele o que é viver sob uma ditadura militar. Talvez estas pessoas não saibam que a liberdade de um modo geral, especialmente a de imprensa e a musical, é fundamental para um povo. Talvez estas pessoas não tenham noção da falta que faz (ou faria) a democracia.
"O golpe de Estado de 1 de abril teve como desdobramento a instauração do regime militar. Nos anos que se seguiram haverá uma significativa recuperação da economia e taxas de crescimento que chegam a 10% ao ano, constituindo o que se chamou milagre econômico, com entrada significativa de capitais externos, atraídos também pela estabilidade política. O aumento da dívida externa seria um problema a ser enfrentado posteriormente. Paralelamente ao crescimento do PIB, caiu a renda real média do trabalhador brasileiro e com a crise da dívida pública, houve hiperinflação, que aumentou a desigualdade social no Brasil".
Lembro muito bem que durante o governo do general Ernesto Geisel eu servi ao Exército em Marabá e depois voltei para Brasília. Pois bem! Eu morava com meu irmão Gilberto Lima Rodrigues e o amigo Antônio Cruz Pinto em um apartamento da cidade satélite do Guará I. Era comum vê gente ser abordada nos bares só porque se manifestava contra o regime militar. Os olheiros ou dedos duros do regime andavam soltos no dia a dia para entregar os "comunistas", como eles - militares - chamavam os opositores à época.
O ano era de 1984 e como a proposta do então jovem deputado federal pelo Mato Grosso, Dante de Oliveira (já falecido) não fora aprovada, aos que eram contra o regime e defendiam a democracia, só restava torcer por um candidato de esquerda no Colégio Eleitoral do Congresso Nacional, ou seja, onde deputados e senadores elegeriam o presidente da República.
Lembro-me muito bem que o candidato do governo militar no Colégio Eleitoral era o então deputado Paulo Maluf, do PDS de São Paulo. Ele havia vencido o outro pré-candidato do regime, o então ministro do Interior, Mário Andreazza. A disputa foi com o deputado mineiro Tancredo Neves, que não chegou a tomar posse porque morreu na véspera e o cargo foi assumido pelo maranhense José Sarney, cuja história o Brasil todo conhece.
Em 1989, o eleitor brasileiro conseguiu, após mais de 20 anos de regime militar, escolher por intermédio do voto popular o presidente da República. E o eleito foi o jovem carioca criado em Alagoas, Fernando Collor de Mello, que não chegou a cumprir seu mandato acusado de corrupção e foi substituído pelo vice, o então senador mineiro Itamar Franco. O resto da história você já sabe.