Após quatro anos de declínio, o setor automotivo apresentou, em 2017, sinais de reação, e a projeção "é a de que as vendas devem fechar, este ano, com alta de 10% com relação a 2017. O ano começou muito forte, com alta de 22%, em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado", afirmou Fábio Braga, diretor de operações da JD Power no Brasil.
Ele lembrou que, mesmo com a expansão verificada no ano passado, as vendas ainda representam só 60% do auge atingido em 2012: "Naquele ano foram vendidos 3,6 milhões de veículos e no ano passado foram 2,2 milhões". Para Braga, o volume vendido em 2012 mostra que há um mercado potencial no País e que o consumidor compra quando há confiança: "O PIB crescendo, o emprego estável, a disponibilidade de crédito aumentando, a redução da taxa Selic, que deixa o crédito mais barato, aumentam a confiança do consumidor e contribuem para a expansão do mercado".
Para Fábio Braga este ano ainda apresenta grandes desafios para o País e para o mercado: "Votação da reforma da Previdência, eleições presidenciais e período de Copa do Mundo. No entanto 2017 não foi menos difícil e a indústria conseguiu apresentar resultados interessantes".
Evolução - Conforme o estudo divulgado na quinta-feira, 15, pela JD Power, destaca-se, em primeiro lugar, a General Motors, que consolidou posição de liderança pelo segundo ano consecutivo: "Impulsionada pelo Chevrolet Onix, o veículo mais vendido do País desde 2015, a marca alcançou 18,14% de participação, aumento de 0,73 ponto porcentual com relação a 2016".
A Fiat manteve a segunda posição, porém apresentou a maior queda de participação: - 1,94 pp, ficando 0,88 pp à frente do terceiro colocado. Conduzida pelo bom desempenho do Renegade e pela ascensão do Compass a Jeep apresentou o maior ganho de mercado, com + 1,09 pp.
Das dez principais, destacou a consultoria, seis marcas aumentaram seu market share.
Outra evolução notável foi a da Volkswagen, com crescimento de 1,03 pp, guiada pelo lançamento do Polo e, principalmente, pela recuperação nas vendas do Gol, que passou da oitava para a quarta posição dos automóveis mais vendidos.
Com ganho de 0,45 pp de participação, e auxiliada pelo novo EcoSport e a melhora nas vendas do Ka, a Ford subiu duas posições e retomou a habitual quarta colocação no ranking.
Apesar da perda de participação Hyundai e Toyota continuam com resultados consistentes e produtos com bom giro nas concessionárias, demonstrando forte alinhamento de produção com demanda.
A Nissan, empresa de origem asiática que apresentou maior participação, + 0,56 pp, com destaque para as vendas do Kicks, perdeu uma posição, caindo para a décima, - 0,43 pp, atrás da Jeep.
Com pequenas variações Renault e Honda conseguiram manter os respectivos sétimo e oitavo lugares. Para 2018 o Kwid promete bons resultados e um cenário mais favorável do mercado pode convencer a Honda a finalmente abrir sua fábrica de Itirapina.
Decisão de compra - Para que as empresas fabricantes de veículos fechem mais negócios este ano, o estudo Sales Satisfaction Index Brasil 2017 da JD Power mostra que das duas razões de compra mais citadas pelos clientes estão a disponibilidade do veículo em configuração desejada e o bom tratamento oferecido ao cliente, 16% cada. A primeira razão gera uma lealdade de 50% desses clientes, que afirmam que "definitivamente" comprarão a mesma marca novamente -- e o bom tratamento retém 47% deles.
Ainda segundo o estudo outro fator fundamental para a conversão de vendas é o test drive. Dos clientes que efetuaram a compra em uma concessionária 68% realizaram, ali, um test drive. No entanto, nas concessionárias que perderam o negócio, somente 33% dos clientes fizeram o test - menos do que a metade.
"Fica muito claro que o test drive ajuda as concessionárias a vender mais. O estudo mostra que o test drive é um instrumento importante para convencer o cliente e quem oferece e realiza o test vende mais. É uma ferramenta fantástica".