Curitiba/PR - A Renault apresentou sua nova linha de motores SCe na capital paranaense e promoveu um test drive apenas com a versão 1.0 SCe, que estreia nos Logan e Sandero. Andamos no sedã fabricado na cidade vizinha, São José dos Pinhais. Visualmente, não há diferenças em relação ao modelo anterior. Nem mesmo há identificação externa do novo propulsor. Por fora, o que realmente mudou foi o conjunto de pneus, agora com menor resistência à rolagem.
Por dentro, nada indica que o Renault Logan 2017 tem um novo motor. Mas isso muda ao se virar a chave. O ronco mais grave, acompanhado do descompasso característico do pequeno 1.0 de três cilindros é que revela a novidade. A primeira impressão é de que o nível de ruído aumentou, mas ao rodar, o barulho no habitáculo fica bem mais tênue, mas ainda no mesmo nível do 1.0 anterior.
A natural vibração é sentida no interior, mas nada que incomode. Além disso, conforme sobe de giro e a condução se inicia, o motor 1.0 SCe fica mais suave em funcionamento. No Logan 2017, esse novo motor se mostrou bem mais disposto que o anterior 1.0 D4D. Sem mudanças no câmbio manual de cinco marchas, logo de cara ele apresenta a força em baixa apregoada pela Renault, tendo saídas mais animadoras.
O vigor do pequeno de três cilindros é um ganho importante para o uso urbano do Logan 2017, sendo necessário atender ao pedido do indicador de marcha para trocas bem adiantadas, geralmente ocorrendo a partir de 2.000 rpm. A impressão é que o motor vai perder embalo, mas se exigido, logo ele começa a subir de giro e elevar a velocidade.
Em subidas não muito íngremes, o Logan 1.0 SCe 2017 apresentou boa performance, incluindo mantendo terceira marcha sem pedir redução. Em planos mais inclinados, em velocidade moderada, o veículo também apresentou boa disposição. Claro, por ser um 1.0, subir com trânsito vai exigir mudanças entre primeira e segunda, não tem jeito.
No ciclo urbano de Curitiba, o 1.0 SCe apresentou boas respostas, inclusive em retomadas, tendo um regime de funcionamento bem elástico. No máximo, em condução normal, a rotação atingiu 3.500 rpm. Na estrada, o sedã da Renault ficou devendo mais, mas é natural para um carro com motor 1.0, cujo foco é o uso urbano.
A rotação atingiu 3.700 rpm a 110 km/h. Com duas pessoas a bordo, o Renault Logan 2017 não exigiu longas acelerações para acompanhar o ritmo do trânsito rodoviário. As retomadas são adequadas para a proposta do modelo. A direção eletro-hidráulica poderia ser totalmente elétrica. Durante a condução, ela atende bem. No entanto, em manobras, ela é bem mais pesada do que o desejável.
Quanto ao restante, os freios são satisfatórios, tendo boa estabilidade e ajuste adequado do conjunto de suspensão, que filtra bem as irregularidades do piso. O espaço interno é muito bom, especialmente para quem vai atrás e, é claro, também em seu generoso porta-malas. Ruim mesmo é o acabamento, muito simples.
Para um sedã de R$ 48.200 (preço da versão Expression testada), ele ficou devendo vidros traseiros e retrovisores elétricos, além de outros itens, tais como rodas de liga leve e faróis de neblina, por exemplo. Mas, há a multimídia MediaNav com dicas de consumo, score de eficiência energética, navegador GPS com dados de tráfego, Bluetooth, USB e auxiliar (opcional, que junto com o sensor de estacionamento, custa R$ 1.300). O sedã ainda tem comandos de áudio e telefonia na coluna de direção, ar-condicionado e computador de bordo.
Em comparação com o antigo D4D, o novo 1.0 SCe é um motor bem mais "enérgico", que age rapidamente quando solicitado e ainda bebe menos por isso. O Logan - e evidentemente o Sandero - ganharam pontos importantes com esse propulsor, que dá um ânimo extra à dupla de entrada da Renault no Brasil.
Publicado em Veículos na Edição Nº 15768
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