Nova Nissan Frontier 2018, agora em quarta geração

Agora em quarta geração, a Nova Nissan Frontier 2018 chega ao mercado nacional com tudo novo, desde o chassi de longarinas -  que muda de conceito - até o motor, que agora vem com dois turbocompressores e eficiência que levou nota B no Inmetro.
O visual também foi completamente alterado, ganhando uma aparência mais moderna e robusta. O nível de equipamento nesta versão LE, importada do México, é bem generoso e chama atenção, entre outras coisas, pelos bancos dianteiros "Gravidade Zero".
Além disso, a Nova Nissan Frontier 2018 ganhou um conjunto de suspensão traseira Fivelink, que através de múltiplos braços e molas helicoidais, foca não só no conforto, mas também na dirigibilidade, bem distinta de outras picapes do segmento.
Com 190 cv e 45,9 kgfm em seu novo motor 2.3, a Nova Frontier adota também um novo câmbio automático com sete marchas, além de um sistema de tração 4×4 condizente com a proposta. 

UMA OUTRA PICAPE

A aparência da Nova Frontier 2018 melhorou muito em relação à anterior, que tinha um visual mais quadradão. O capô, por exemplo, possui vincos bem acentuados nas laterais e o conjunto ótico é composto por faróis full LED e LEDs diurnos.
A grade cromada tem aspecto robusto na impressão do "V-Motion", característica da Nissan atualmente. Diferentemente do modelo vendido no México, a grelha não possui pintura. O para-choque tem um aspecto mais harmônico, sustentando dois faróis de neblina e molduras com frisos cromados.
O protetor central é na cor do carro, reduzindo o apelo (visual) 4×4, embora isso não seja necessário em um produto como a Nova Frontier. Bons estribos laterais ajudam no acesso ao interior, enquanto o teto apresenta duas barras longitudinais. As maçanetas são cromadas e dotadas de botões para o keyless.
Já as rodas de liga leve têm novo desenho, mas são apenas de tamanho aro 16 polegadas, calçadas com enormes pneus 255/70 R16. No segmento, existem concorrentes com até 20 polegadas. No entanto, o fator conforto é completamente alterado por conta disso.
As lanternas traseiras foram redesenhadas, assim como a tampa da caçamba, que tem aplique cromado e câmera de ré. Seu travamento é feito somente por uma chave, presente dentro do chaveiro do keyless. O para-choque tem sensores de estacionamento, degrau e extremidades cromadas, assim como os retrovisores com repetidores de direção, desembaçador e rebatimento elétrico.
A caçamba tem um bom espaço com 1,52 m de comprimento por 1,56 de largura e 47,3 cm de altura. Ela é toda revestida em material abrasivo, que protege a estrutura da picape e também reduz as chances de deslocamento de objetos sobre o assoalho. Ganchos metálicos ajustáveis nas laterais, garantem melhor posição para amarração da carga. Tem até uma tomada 12V para equipamentos elétricos adicionais.
No interior, a Nova Nissan Frontier 2018 apresenta um visual bem mais moderno que o anterior, destacando-se a parte central com desenho em "V" dividido pelo corpo superior com multimídia e ar-condicionado, enquanto o inferior envolve o túnel, sempre com frisos prateados e acabamento interno em preto brilhante.
O volante é o mesmo encontrado no Sentra, por exemplo, não refletindo o atual estilo da Nissan para esse elemento do habitáculo, que tem ajuste apenas em altura, mas que vem com couro, piloto automático e comandos de mídia, telefonia e computador de bordo.
A instrumentação é nova, simples e funcional, conta com tela TFT do computador de bordo, que é bem completo e vem até com histórico de consumo. Dotada de botão de partida, a Nova Nissan Frontier 2018 vem ainda com a multimídia MultiApp, que dispõe de vários aplicativos instalados, entre eles Spotify e Waze. Há imagem da câmera de ré e navegador GPS com mapas em 3D e dados de tráfego.
Essa central de entretenimento conta ainda com CD/DVD, duas entradas SD (uma para os mapas de navegação), duas USB e duas auxiliares, nestes dois últimos um de cada presente no console mais abaixo, enquanto os demais ficam no painel do display, que tem 6,2 polegadas e é sensível ao toque. Ela tem HD interno de apenas 2GB para baixar aplicativos extras, músicas e fotos, além de Bluetooth e hotspot Wi-Fi.
Contamos 3 tomadas de 12V no habitáculo da Nova Frontier 2018, que aumentou 874 mm em relação ao anterior, de acordo com a Nissan. Para resfriá-lo, ar-condicionado dual zone com difusores de ar na traseira, que cumprem bem o seu papel. Porta-copos no painel e entre os bancos tornam o ambiente mais cômodo, assim como outro display retrátil no assoalho traseiro e espaço nas portas.
O acabamento geral é de plásticos duros com apliques em cinza e maçanetas cromadas, bem como revestimento em couro nos bancos (perfurados) e apoios de braços nas portas. Os comandos de tração, controle de descida e sensor de estacionamento estão em boa posição. O porta-luvas tem tamanho pequeno.
Os assentos apresentam a tecnologia Gravidade Zero nos dianteiros, que também possuem aquecimento. Desenvolvida em parceria com a NASA, a tecnologia ajusta o revestimento do banco de acordo com peso e postura da pessoa, garantindo mais conforto. O do motorista tem ajustes elétricos, inclusive lombar, mas sem memória. Travas e vidros são elétricos, mas infelizmente apenas o do motorista é "one touch".
O banco traseiro da Nova Nissan Frontier 2018 é inteiriço e peca por ter apenas dois apoios de cabeça e cinto central de dois pontos. Possui assento e encosto articuláveis. O espaço atrás é apenas mediano e o ângulo de inclinação do encosto é adequado para a proposta da picape.
Por fim, existe alça apenas nas colunas A do passageiro e B, além das demais presentes no teto. O painel ainda conta com um porta-objeto com fonte 12V, enquanto os porta-copos nas extremidades do painel são bem práticos. Os espelhos de cortesia são iluminados e as luzes de leitura são em LED. Há também porta-óculos, mas o retrovisor interno é apenas dia e noite.

NOVO CONCEITO

A Nova Nissan Frontier 2017 muda completamente seu conceito tanto em relação ao modelo anterior quanto à concorrência. De cara a picape japonesa vem com o novo motor 2.3 diesel com dois turbos, sendo um para baixas rotações e outro para altas.
Com injeção Common-Rail e comando de válvulas acionado por corrente, o novo propulsor vem também com sistema de gestão de bateria, que recupera carga da mesma em desacelerações, bem como bomba de óleo elétrica e variável, reduzindo o desgaste do motor com lubrificação adequada em cada momento.
Ele entrega 190 cv a 3.750 rpm e 45,9 kgfm a 2.500 rpm, um regime alto por conta da característica do novo motor, que sobe de giro mais rapidamente que o anterior 2.5. A Nissan disse na apresentação do produto que a faixa de torque máximo começa em 1.500 rpm, mas na ficha técnica consta apenas o giro mais alto.
Trabalhando com uma nova transmissão automática de sete marchas com mudanças sequenciais, a Nova pickup da Nissan apresenta uma boa performance. O novo câmbio escalona bem as mudanças, garantindo um funcionamento suave durante a condução. Aliás, esse motor 2.3 vibra bem menos, porém, seu ronco ao sair não agrada muito, pois o giro sobe para uns 2.500 rpm, dando a impressão de esforço além da conta.
Pesando 1.985 kg, a Nova Nissan Frontier logo faz essa sensação desaparecer com respostas boas ao acelerador e mudanças quase imperceptíveis da transmissão. Nas ultrapassagens, o giro sobe rapidamente para uns 3.000 rpm, limite onde o ronco do motor não incomoda, pois acima disso é bem mais elevado.
Rodando a 110 km/h, o ponteiro marca altos 2.000 rpm, fruto da concepção do motor, já que o câmbio tem duas marchas extras em relação ao anterior. Aliás, nenhuma delas é usada como reduzida, pois há uma caixa de redução.
Na cidade, conseguimos o mesmo que o Inmetro: 8,9 km/litro. Na estrada, porém, ela fez bons 13,5 km/litro, que em teoria garante autonomia de 1.080 km. O câmbio trabalha bem e não é necessário explorar as mudanças manuais, porém, elas estão na alavanca à disposição.

OUTRO INTERIOR

A Nova Frontier também dispõe de um botão para ativação do dispositivo autolimpante do filtro de partículas, localizado após o catalisador, que é recomendado após uso do veículo em condições extremas de poeira ou fuligem. Uma luz no painel indica o excesso de partículas e o mau funcionamento do motor, sendo assim necessário sua ativação
A direção é hidráulica, não sendo muito leve em manobras, mas muito eficiente e mais direta do que se espera em cruzeiro. Os freios são mais do que suficientes para a proposta. Já a suspensão é um dos principais destaques da Nova Nissan Frontier.
O conjunto dianteiro tem ajuste mais macio e focado no conforto. Seu comportamento é semelhante ao de outras picapes do segmento médio, sendo bem previsível.

GRAVIDADE ZERO 

Já o sistema Fivelink (cinco braços) com molas helicoidais na traseira é o ponto de virada entre a Nova Nissan Frontier e a concorrência.
Ela é mais firme que o sistema de feixe de molas e bem mais que os braços duplos dianteiros. Durante a condução, a surpresa é seu equilíbrio dinâmico em relação ao resto do veículo. A Nova Nissan Frontier 2018 dificilmente sai de traseira como outras picapes.
Simulamos várias situações e o eixo traseiro rígido com o Fivelink manteve-se neutro. Apenas em rápidas saídas com destracionamento das rodas traseiras é que sentimos uma leve saidinha, mas muito diferente da concorrência. Esse comportamento faz com que a frente saia um pouco, mas nada que torne a condução incômoda.
A dirigibilidade alcançada pela Nova Nissan Frontier chega a ser melhor que de alguns utilitários esportivos com chassi de longarinas. Aliás, falando em chassi, a picape nipônica adota longarinas em duplo "C", que se fecham e tornam o conjunto bastante rígido. Assim, o comportamento do modelo fica ainda mais distinto das demais rivais.
Em pisos ruins, asfaltos danificados, paralelepípedos e bloquetes, a Nova Frontier 2018 se comporta bem, filtrando a maioria das irregularidades. No fora de estrada, ela também responde bem, pulando bem menos atrás do que se imaginaria, outra característica boa da Fivelink. Porém, nota-se maior dureza na parte traseira.
A estabilidade no fora de estrada é boa, com o eixo traseiro mantendo-se bem neutro. Sobre pedras, buracos enormes e muito barro, a Nova Nissan Frontier oferece tração 4×4 com reduzida e bloqueio do diferencial traseiro. Além disso, vem com controle de descida e assistente de partida em rampa.
O motor 2.3 dá conta do recado sem reclamar demais, enquanto o conjunto de suspensão atua como se espera. Nesse ponto, num mesmo trecho onde anteriormente experimentamos uma picape rival, não conseguimos executar a manobra do pêndulo, onde a roda traseira fica suspensa, demonstrando que seu curso é maior que o da concorrente.
A estrutura se comportou bem, demonstrando maior rigidez torcional das longarinas de aço de alta resistência. Ao mesmo tempo, o conforto a bordo é muito bom, exigindo quase nenhum esforço do motorista, que assim pode se concentrar mais na condução.
O ângulo de entrada é de 31,6° e o de saída é de 27,2°, permitindo sair sem que o veículo fique preso. A altura em relação ao solo é de 292 mm. Chegamos a tocar a parte inferior do veículo em uma pedra, mas sem danos, já que partes sensíveis sob o chassi são protegidas. A atuação das duas suspensões e o bom gerenciamento de torque do motor, garantem uma condução segura no fora de estrada. No geral, surpreendeu positivamente.

PARA VOCÊ

O conjunto é bastante completo e oferece um bom nível de conforto, comodidade e entretenimento, além de focar muito em conectividade. A dirigibilidade é bem diferente das demais e surpreenderá muita gente com o comportamento do eixo traseiro. Porém, a novidade pode não agradar todo mundo, especialmente quem não abre mão dos feixes de mola.
A Nissan diz que o custo de manutenção desse novo sistema é mais barato. Além disso, as mudanças estruturais com o uso de aços de alta resistência, reduziram o peso em 176 kg, sendo 94 kg da carroceria e 44 kg do chassi, que ficou 4 vezes mais rígido. Isso influencia bem no consumo, o melhor da categoria de acordo com o Inmetro. Em resumo, a Nova Frontier agradou bastante por sua condução, conforto e eficiência. Sim, vale a pena.