A Nissan acaba de apresentar as versões automáticas de New March e New Versa, ambas equipadas com o motor 1.6 flex de até 111 cv. A transmissão do tipo CVT (continuamente variável) é de nova geração e recebeu calibrarão específica para o Brasil. Com a caixa, toda a linha Nissan passa a oferecer opção automática. O câmbio será vendido como opcional em ambos os compactos, a um custo de R$ 4.800 e disponível apenas nas versões mais caras, equipadas com o motor maior.
Junto com a transmissão, os modelos receberam um pára-brisas acústico e revestimentos no painel e nos pára-lamas, para reduzir o ruído do motor principalmente nas acelerações, quando o câmbio CVT tende a subir bastante os giros em busca de torque. Sua principal característica é a economia de combustível, uma vez que oferece relação múltipla de marchas — nas caixas convencionais, as relações são pré-estabelecidas. A caixa recebeu diversos ajustes, ficou mais leve e com menor atrito.
Consumidores querem câmbio automático
Segundo a Nissan brasileira, o câmbio Xtronic CVT deve equipar quase a metade dos modelos vendidos, principalmente no sedã Versa, cujo segmento tem maior busca pela transmissão automática. A caixa é importada do México e, por enquanto, não há nacionalização prevista. Produção local apenas se o volume de pedidos surpreender. Apesar disso, a Nissan confirma: mais de 40% dos compradores de carros compactos no Brasil deseja adquirir uma versão automática no lugar da manual.
Os números confirmam tal afirmação. Em 2011, apenas 4% dos compactos emplacados no País eram automático, enquanto no segmento de sedãs o percentual era de 8%. A razão para o baixo volume era a oferta reduzida. Atualmente, a maioria dos modelos da categoria já oferece versões automáticas ou automatizadas. Em 2014, 19% dos modelos hatch vendidos saíram de fábrica sem o pedal de embreagem. Entre os sedãs, 22% também já estavam equipados com transmissão automática.
Primeira volta
Num primeiro contato, a transmissão Xtronic CVT no New March foi experimentada com saída de São Paulo rumo a Itatiba, cidade próxima à capital. No percurso de pouco mais de 100 km, a chance de acelerar o hatch em trechos urbano e rodoviário. Na cidade, impressionou a rapidez de resposta ao pedal acelerador e o nível baixo de ruídos. O compacto se mostrou ágil no trânsito urbano, e agradável, mantendo o motor 1.6 sempre com giros baixos e sem dar solavancos.
Na estrada, a linearidade nas acelerações chamou a atenção. Normalmente, os câmbios do tipo CVT tendem a subir demasiadamente o giro do motor, que baixa de forma lenta à medida em que o veículo ganha velocidade. No March, a caixa dosou bem o comportamento do 1.6 flex, extraindo energia de forma eficiente e produzindo acelerações agradáveis, sem fazer o motor “berrar”. O casamento do conjunto mecânico promete agradar mesmo os mais céticos em relação aos câmbios continuamente variáveis.
Consumo agradou
Durante o trajeto, o consumo do New March anotado no computador de bordo revelou a boa surpresa: 15,1 km/l. O número é maior que o anunciado pelo Programa de Etiquetagem do Inmetro, porém vale dizer que a média varia de acordo com o condutor e a situação de rodagem. Portanto, valem os números oficiais, que são ótimos. As médias são de 7,8 km/l na cidade e 9,8 km/l na estrada com etanol, e de 11,7 km/l e 14,5 km/l com gasolina, na mesma ordem. No sedã Versa, as médias são de 7,8km/l e 10km/l com etanol, e 11,6km/l e 14,1 km/l com o combustível fóssil.
Tanto New March quanto New Versa já estão nas lojas na opção automática. Junto com o câmbio CVT os modelos estreia a linha 2017, que recebeu novas versões e conteúdos. O modelo mantém a aposta na relação custo/benefício, com bom pacote de equipamentos desde a base. Há direção elétrica progressiva, ar-condicionado, airbags frontais, ABS com EBD e computador de bordo com display. Nas versões mais caras, o nível sobe bem, incluindo rodas de aros 15 e 16, trio elétrico, som e câmera de ré. Já a central multimídia Multiapp é opcional em todos os modelos.
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