Considerado termômetro da economia, o segmento de caminhões despencou 70% desde 2011

De acordo com o presidente da Mercedes-Benz no Brasil, Philipp Schiemer, a alta taxa de juros impede o crescimento econômico do Brasil. Ele se refere à taxa básica Selic, que regula as demais taxas de juros no país. Para o executivo, o ideal é reduzir a taxa atual, que é de 12,25% ao ano.
Sem uma alteração na Selic, negociações sobre o futuro do setor automotivo e da economia brasileira não irão adiante. Considerado termômetro da economia, o segmento de caminhões despencou 70% desde 2011, quando foram emplacados mais de 165 mil unidades ante os 47 mil de 2016. Segundo Schiemer, atualmente o setor está com 80% de ociosidade.
Diante de altas taxas de juros, o mercado de caminhões entrou em queda livre pela impossibilidade de financiamento de veículos. Além da Selic, o chefe da Mercedes no país afirma que também são necessárias as reformas trabalhista, tributária e da Previdência Social. Outro ponto que precisa ser abordado, na visão do executivo, é a melhora na infraestrutura logística do país, o que reduz custos.
Philipp Schiemer diz que é necessária também uma agenda econômica que simplifique as regras e dê segurança jurídica. Com isso, ele garante que o mercado se tornará competitivo sem a necessidade de incentivos fiscais, que criam uma "ilusão de competitividade". Diante do cenário atual, a falta de previsibilidade preocupa o setor, pois não se sabe com certeza se 2017 será um ano de recuperação ou mais um de queda.