Kicks chega com força para ocupar lugar no mercado e representa uma ousada estratégia entre os SUVs e crossovers

Com personalidade forte, o design do Kicks é desenvolvido pelos centros de design do Japão, Estados Unidos e Brasil, o crossover combina linhas fluidas e robustez, trazendo como destaque a parte central da grade e capô, os faróis, as caixas de roda musculosas, as rodas de 17 polegadas e o teto flutuante, efeito criado pelas colunas na cor preta. Tendo à frente o diretor do Grupo Entreposto (concessionárias Nissan/Renault) o lançamento do mais novo crossover do mercado brasileiro, acontece hoje em Imperatriz, para um seleto grupo de convidados. 

O interior tem bom espaço (são 2,61 metros de distância entre-eixos) e acabamento com três opções de revestimento em couro (preto, Macchiato e Sand). O porta-malas tem boa capacidade, com volume de 432 litros. O quadro de instrumentos conta com uma tela multifuncional de sete polegadas com 12 funções, como navegação e computador de bordo. Com estilo esportivo, o volante tem base achatada. A Nissan garante que a conformação dos bancos amplia o conforto dos passageiros.
O sistema multimídia conta com navegação por satélite, com integração ao smartphone. Por enquanto, o Kicks está disponível apenas já versão topo de linha SL, que chega ao mercado por R$ 89.990, o que influencia diretamente as impressões iniciais do acabamento e conteúdo. Entre os itens dessa versão, destaque para a câmera 360 graus com detector de movimentos, como o de pedestres próximo ao veículo. O pacote ainda traz controle eletrônico de tração e estabilidade, controles dinâmicos do chassi, airbags frontais, laterais e de cortina, sistema eletrônico de ignição, banco traseiro bipartido 60/40 dobrável, acendimento automático dos faróis, sensores traseiros de estacionamento, apoios de cabeça e cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes, ar-condicionado digital, entre outros.

MECÂNICA 
O Kicks traz debaixo do capô o velho motor flex 1.6 litro 16V, com controle de abertura de válvulas continuamente variável, que desenvolve 114cv de potência e 15,5kgfm de torque. O câmbio é automático do tipo CVT, com simulador de troca de marchas para uma condução mas ágil. O conjunto beneficia a eficiência energética, tendo obtido nota A no Programa de Etiquetagem Veicular. A suspensão é do tipo McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira. A direção tem assistência elétrica variável. Um sistema de aquecimento do combustível elimina o tanquinho do sistema de partida a frio.
O Brasil será o primeiro país a comercializar o Kicks, que na sequência será lançado em outros países da América Latina e, depois, em mais de 80 pelo mundo. Por enquanto, ele será importado do México, já que a fábrica brasileira de Resende (RJ) ainda passa por adaptações para produzir o modelo, o que está previsto para acontecer até março de 2017. A Nissan desenvolveu uma linha de acessórios exclusivos, como alarme, tapetes acarpetados e, até novembro, a coleção ganha itens como spoilers, aerofólio de teto e racks para bicicleta. O crossover tem três anos de garantia sem limite de quilometragem.

FICHA TÉCNICA

Motor: 1.6 16V flex
Potência: 114cv a 5.600rpm (g/e)
Torque: 15,5kgfm a 4.000rpm (g/e)
Câmbio: CVT
Dimensões (CxLxA): 4,30m x 1,76m x 1,59m
Entre-eixos: 2,61m
Peso: 1.142 quilos
Porta-malas: 432 litros
Ângulo de ataque: 20 graus
Ângulo de saída: 28 graus
Altura em relação ao solo: 20 centímetros
Velocidade máxima: 175km/h
Aceleração (0 a 100km/h): 12 segundos
Consumo urbano: 8,1(e) / 11,4(g)
Consumo rodoviário: 9,6(e) / 13,7(g)

PONTO DE VISTA

A Nissan dá o passo mais importante de sua recente história como montadora instalada no Brasil. Principal patrocinadora das Olimpíadas, a marca japonesa está expondo o Kicks mostrando o novo modelo não só no Brasil (primeiro mercado do mundo a recebê-lo) como também no exterior. Projeto global desenvolvido tendo o consumidor brasileiro como prioridade, o Kicks será vendido em 80 países.
O Kicks oferece airbags do tipo cortina, a chave presencial e as câmeras que compõem o sistema de visão 360 graus - uma na frente, uma na traseira e uma em cada retrovisor elétrico. O sistema é eficiente e permite, por exemplo, ver a calçada para ajudar a estacionar, além da tradicional imagem da ré. 
O Kicks é carro bacana de se estar, como o quadro de instrumentos parcialmente digital (TFT) e configurável, além do volante esportivo com base reta. No caso do cluster, você pode variar entre o conta-giros, rotado GPS, visor do som e computador de bordo. No Kicks você está sempre no alto, mesmo com o banco no nível mais baixo.
A dinâmica do Kicks se apoia em três pilares: suspensão bem calibrada, baixo peso e eletrônica. Ele tem um sistema com sensores que avaliam a inclinação da carroceria e atuam nos freios individualmente antes mesmo de o ESP intervir. Além disso, há pouca transferência de peso nas frenagens e desvios de trajetória. O resultado é que o Nissan pode ser dirigido como um bom hatch nas serrinhas da vida - ele é tão equilibrado que mal o ESP dá as caras, mesmo abusando um pouco nas entradas de curva. Já o HR-V é também bastante estável, mas, além de cobrar isso com menor conforto, você percebe a maior inclinação da carroceria, bem como a transferência de peso longitudinal mais evidente.