Nissan March Versa-2
Fiat-Mobi-Drive-GSR-2018-8

Descansar o pé esquerdo deixou de ser um "luxo" disponibilizado somente a proprietários de carros mais caros há muito tempo. Agora, é possível encontrar modelos de porte compacto e a preços mais acessíveis que oferecem a opção de transmissão sem o pedal de embreagem, seja ela automatizada convencional, automatizada de dupla embreagem, automática com conversor de torque e automática do tipo CVT.
Porém, você sabe quais são esses carros mais em conta disponíveis com tais transmissões e o funcionamento dessas caixas? Fizemos um breve comparativo entre todas os câmbios sem pedal de embreagem e os modelos que ofertam essas opções no mercado brasileiro. Confira:

Modelos com câmbio automatizado
Entre os exemplares com câmbio automatizado, os que mais se destacam são os da Fiat. Até pouco tempo atrás, a marca só ofertava este tipo de transmissão para seus carros mais em conta no mercado - agora, o Argo traz transmissão automática convencional, por exemplo. Esta caixa era oferecida anteriormente como Dualogic, mas agora foi rebatizada como GSR (Gear Smart Ride) nos carros mais recentes.
O câmbio GSR está disponível para o Mobi 1.0 Firefly, Uno 1.3 Firefly, Argo 1.3 Firefly, Grand Siena 1.6 E.torQ e Weekend Adventure 1.8 E.torQ - nesses três últimos, a caixa ainda é nomeada como Dualogic. Na linha da Fiat, é possível adquirir um carro com transmissão automatizada por a partir de R$ 45.990 (Mobi Drive 1.0 GSR), podendo chegar a R$ 78.970 no modelo topo de linha (Weekend Adventure 1.8 Dualogic).
Há ainda o i-Motion da Volkswagen, que está disponível para os modelos up! 1.0 MPI, Gol 1.6 MSI, Voyage 1.6 MSI, Fox 1.6 MSI e SpaceFox 1.6 MSI. Neste caso, os preços variam de R$ 51.490 (move up! 1.0 i-Motion) a R$ 66.520 (Fox Highline 1.6 i-Motion). Outra marca que dispõe de câmbio automatizado é a Renault, com o Easy'R apenas para o Sandero Stepway Dynamique 1.6, que custa a partir de R$ 65.640.
Em todos esses modelos, o câmbio automatizado tem praticamente a mesma concepção. Os componentes de câmbio e embreagem são basicamente os mesmos de uma transmissão manual. Entretanto, um sistema auxiliar entra no lugar do pedal de embreagem para desacoplar o motor da transmissão e também para engatar as marchas.
No caso do GSR ou Dualogic da Fiat e do i-Motion da Volkswagen, a transmissão automatizada traz um sistema eletrohidráulico da marca Magneti Marelli. Ele é gerenciado por uma central eletrônica de transmissão que, em conjunto com a central eletrônica do motor, determina qual marcha deve ser utilizada, isso tudo de acordo com a pressão do pedal do acelerador e a velocidade do veículo.
Já o Easy-R da Renault traz um sistema totalmente eletrônico da ZF Sachs. Ele conta com três motores elétricos de corrente continua, que faz o acionamento da embreagem e seleção e engate das marchas. Um sinal elétrico é emitido para o módulo de controle da caixa, que juntamente com o módulo do motor, determina a marcha a ser utilizada seguindo a pressão do pedal do acelerador e a velocidade.
Apesar do nome sugerir o contrário, o câmbio automatizado de dupla embreagem tem concepção diferente de uma caixa automatizada convencional. Dá para falar que este tipo de transmissão já "nasceu" com o intuito de ser um modelo sem o pedal de embreagem, não tendo ligações com o câmbio manual, por exemplo.
Na automatizada de dupla embreagem, como o próprio nome indica, há duas embreagens que trabalham de forma simultânea e sincronizada. Enquanto a primeira atua na marcha selecionada, a segunda já se prepara para entrar em ação juntamente com a próxima marcha. Na prática, uma embreagem engata a primeira, terceira e quinta marchas, enquanto a outra fica com a segunda, quarta, sexta e ré.
Esse funcionamento elimina boa parte dos trancos (comuns em modelos automatizados de embreagem simples) e também oferece trocas mais rápidas, que segundo as marcas apresentam um terço do tempo de um automático comum. Fora isso, ela dispensa conversor de torque e fluidos, diminuindo o desgaste das peças e os custos com manutenção.
Neste caso, estamos falando do PowerShift que equipa atualmente a linha do Ford Fiesta em nosso mercado. Convenhamos que o Fiesta não é um carro tão "popular" assim, visto que o PowerShift está disponível somente a partir da versão SEL 1.6, que custa a partir de R$ 63.190. Além disso, esta transmissão tem um histórico de problemas envolvendo diversos exemplares. Sendo assim, é válido fazer uma pesquisa para ver se tal modelo pode ser considerado uma boa compra.
A transmissão automática convencional, dotada de conversor de torque, é a mais comum entre os carros compactos. Na lista, há a Citroën com o C3 1.6, a Kia Motors com o Picanto 1.0, a Chevrolet com o Onix 1.4 e o Prisma 1.4, a Fiat com o Argo 1.8 a Hyundai com o trio HB20 1.6, HB20S 1.6 e HB20X 1.6, a Peugeot com o 208 1.6, a Volkswagen com o novo Polo 1.0 TSI e a Toyota com o Etios 1.3 e 1.5 e Etios Sedan 1.0 e 1.5. Praticamente todos eles possuem um câmbio automático de seis marchas, com exceção do Picanto e do Etios, que usam uma caixa de quatro velocidades - um tanto quanto defasada, é verdade.
No caso da transmissão automática convencional, como dá para notar logo no nome, o câmbio se encarrega de fazer as trocas de marcha sem intervenção do motorista, como acontece nos demais. Ele conta com engrenagens, que se interligam e criam todas as diferentes relações de marchas que a caixa pode produzir, engatando e trocando as marchas conforme o necessário.
O câmbio automático consegue detectar o momento certo de mudar de marcha graças ao conversor de torque. Ele "calcula" o momento da troca de marcha de acordo com a posição das engrenagens. Nele, há rolamentos, turbina, catraca e bomba. Ou seja, trata-se de um sistema bastante completo, tanto é que é o item mais caro da transmissão como um todo.
Atualmente, o carro automático mais em conta disponível no mercado brasileiro é o Toyota Etios X, com motor 1.3 litro e transmissão automática de quatro marchas. Ele parte de R$ 51.870. A transmissão automática do tipo CVT (continuamente variável) também é uma realidade entre os carros populares no mercado brasileiro. Por aqui, ela é ofertada somente na linha do March e do Versa, ambos da Nissan, com preços que partem de R$ 56.990 (no caso do March na versão intermediária SV com motor 1.6 e transmissão Xtronic CVT).
O câmbio do tipo CVT, ao contrário do automático convencional, não funciona com engrenagens. No lugar, há duas polias lisas interligadas por uma corrente metálica submersa em fluido. Essas polias se movimentam e determinam o ponto em que estará a corrente de transmissão em questão de instantes. Com isso, as relações criam uma espécie de "marcha" para cada momento, mais especificamente de acordo com a velocidade requisitada na condução.
Tanto é que boa parte dos câmbios CVT disponibilizados pelas fabricantes têm aquela sensação de que o motor está constantemente acelerado. Em outros casos, como no CVT que equipa o Toyota Corolla, há marchas simuladas para oferecer uma certa sensação de esportividade.