Ela ganhou nova geração em 2015, adotando um visual mais agressivo, nível de segurança superior, melhor entretenimento e remotorização diesel, mais eficiente. E com tudo isso, a Toyota SW4 ganhou uma importante alteração: agora tem identidade própria.
Antes uma variante SUV da picape Hilux, agora a SW4 adota estilo bem diferenciado para se distanciar da irmã, mas ainda compartilhando muitos itens com ela. O resultado foi bom e parece ter agradado aos clientes da Toyota.
Em 2016, o SUV nipo-argentino foi o quinto mais vendido em seu segmento, emplacando 12.168 unidades ou 4,03% do mercado de utilitários esportivos. A SW4 só perdeu para os compactos HR-V, Renegade, EcoSport e Duster.
Avaliamos a versão SR 2.7 Flex com sete lugares que, no mercado, tem dois rivais principais: Pajero HPE Flex e Trailblazer 3.6, ambos são V6 e bem mais potentes que a Toyota, além de serem igualmente mais baratos. A SW4 Flex de sete lugares custa R$ 168.930 contra R$ 165.990 e R$ 167.090 das rivais, respectivamente. Mas ainda assim vendeu quase o triplo dos dois somados!
Por fora…
A Toyota SW4 2017 ficou mais agressiva e sofisticada em termos visuais, adotando frente mais pronunciada com faróis duplos harmonicamente integrados à grade cromada, adotando também um para-choque envolvente e bem delineado, com mais cromados, faróis de neblina e um grande ângulo de ataque. O SUV tem ângulo de entrada de 29°.
Os retrovisores possuem repetidores de direção e basculamento elétrico, enquanto as colunas B e C são pretas. Chama atenção a elevação acentuada na traseira, comprimindo as vigias laterais e criando uma curvatura negativa. O teto incorpora barras longitudinais em cinza, além de vincos como reforços.
Há um bom estribo emborrachado para facilitar o acesso ao interior. As rodas de liga leve aro 17 polegadas têm pneus 265/65 R17 e bom aspecto visual. Na traseira da Toyota SW4 SR 2.7 Flex 2017, as lanternas horizontais são de LED e divididas pela tampa do porta-malas. Um spoiler na parte superior dá um leve tom "esportivo" ao modelo. Há uma barra cromada, detalhes em preto brilhante, sensores de estacionamento e câmera de ré.
Por dentro…
O interior tem um aspecto luxuoso, oferecendo volante em couro com imitação de madeira na parte superior, assim como materiais acolchoados em partes do painel, que ainda mesclam detalhes em preto brilhante, couro marrom e cromados. O marrom é visto no volante e no acabamento em tecido das portas e assentos, deixando o ambiente mais sóbrio.
Os apoios de braço das portas da Toyota SW4 SR 2.7 Flex 2017 são em couro marrom, enquanto as maçanetas são cromadas. Há detalhes em tonalidade cinza e materiais plásticos duros em preto no restante do acabamento. O painel tem desenho moderno e se destaca pela instrumentação bem nítida, que conta ainda com um bom computador de bordo, apesar do visual antiquado.
Falando nisso, a velha alavanca do piloto automático está lá, contrastando com comandos de mídia, computador e telefonia no volante.
O ar condicionado é manual, mas possui regulagens e extensão com difusores para as outras duas fileiras.
Há USB e auxiliar, mas a multimídia Toyota Play tem DVD, TV Digital, GPS, bluetooth, câmera de ré e tela sensível ao toque de 7 polegadas.
Um relógio digital simples entre os difusores traz de volta os anos 80 e 90. Ter dois porta-luvas é ótimo para quem tem muita coisa para guardar. Existem mais porta-copos e objetivos entre os bancos dianteiros, nas portas e dois escamoteáveis no painel.
A Toyota SW4 tem bom posicionamento da coluna de direção - ajustável apenas em altura - e da alavanca de câmbio, que tem base em cinza e opção de mudanças manuais, além do modo Sport. Há também os comandos dos modos Eco e Power. O freio de estacionamento é manual, mas sente-se a necessidade de um freio de pé, como no Prius, por exemplo.
Os bancos possuem ajustes manuais e os da segunda fileira são facilmente rebatíveis, bem como ajustáveis em distância e inclinação do encosto. O acesso à terceira fileira é bom, ainda mais com a ajuda o estribo externo, mas o espaço para as pernas é muito ruim.
Para rebatê-los, basta puxar duas cordinhas e prendê-los nas laterais do espaço traseiro com ganchos apropriados. Dá para fazer a operação com uma mão. Com eles suspensos, o espaço para bagagens é bem generoso, ainda se os bancos da segunda também forem rebatidos.
Isofix nos assentos da segunda fileira e iluminação suficiente, cumprem a tarefa de oferecer segurança e conforto para a família na Toyota SW4 SR 2.7 Flex 2017. Para quem se lembrou da SRX 2.8 diesel, esta versão SR 2.7 não tem tampa traseira com acionamento elétrico.
Mesmo assim, ela é leve em seu acionamento.
Por ruas e estradas…
Se lembrarmos que as concorrentes em preço e capacidade de passageiros custam um pouco a menos e possuem motores V6, na Toyota SW4 SR 2.7 Flex 2017, a decepção é nítida. Para ter um V6 deste SUV é necessário desembolsar bem mais pelo V6 4.0 da SRX (R$ 225.580), mas sem os dois assentos extras.
Para quem só tem a contentar-se com o conhecido 2.7 Flex da Toyota, ele recebeu algumas alterações na linha 2017 para ficar mais potente e eficiente, mas isso não vai mudar muito o cenário já imaginado. Ele entrega 159 cv com gasolina e 163 cv no etanol, ambos a 5.000 rpm. O torque é de 25 kgfm a 4.000 rpm nos dois combustíveis.
Pesando 1.880 kg, a Toyota SW4 SR 2.7 Flex 2017 não poderia ir muito longe, nos dois sentidos: performance e economia. Mesmo com uma boa e nova transmissão automática de seis velocidades, que apresenta trocas suaves e ainda oferece opção de mudanças manuais na alavanca, o SUV japonês precisa de muito giro alto e paciência.
O propulsor 2.7 sente claramente o enorme peso do utilitário esportivo que, para seu alívio, tem apenas tração traseira (4×2). Nas mudanças, o giro alcança facilmente os 3.000 rpm e se forçar um pouco mais, os 4.000 rpm. Acima do primeiro nível, o ruído interno já denuncia a falta de força para mover o grandalhão.
O isolamento acústico pelo menos poderia ser mais reforçado que no diesel, que trabalha bem mais suave e, mesmo barulhento por natureza, só passa a sensação de sobra e força. Diferente do 2.7. Na estrada, pequenos declives pedem giros mais altos, na casa dos 3.500 rpm. No plano, o ponteiro caiu suavemente para bons 1.900 rpm em sexta a 110 km/h, o que dá um alívio para o tanque de 80 litros.
O 2.7 Flex apresenta retomadas mais lentas que o desejável, ainda mais com sete pessoas e alguma bagagem. O ponteiro sobe bem e depois de alguns momentos de espera, ele consegue uma progressão razoável.
Não dá para ficar na mão nas ultrapassagens, diga-se de passagem, mas é bom se precaver com reduções constantes e uso do modo Power para ter mais disposição. Com essas condições, conseguimos apenas 6,5 km/litro na estrada e 4,9 km/litro na cidade, ambos com o etanol que veio no tanque. Números ruins? Sim, porém, melhores que os do Inmetro.
Com tanque cheio dá para rodar pouco mais de 500 km no etanol, mas obviamente em viagens, o melhor é usar gasolina para obter mais segurança com alcance maior, especialmente em regiões desprovidas de postos confiáveis. Mas, apesar da pouca força e do consumo alto, a Toyota SW4 SR 2.7 Flex 2017 tem de sobra conforto para viagens longas ou mesmo no dia a dia.
A suspensão tem um bom ajuste para um SUV derivado de picape. Com molas helicoidais no eixo traseiro e braços individuais na frente, o utilitário esportivo pode suavemente bem na estrada e passa sem problemas nos piores asfaltos, paralelepípedos e bloquetes da geografia brasileira. Isso sem contar no fora de estrada, embora sem a segurança do 4×4.
A estabilidade é condizente com a proposta. Ou seja, não dá para brincar em serviço. Curvas bem fechadas e a traseira começa a sair facilmente. Os pneus cantam imediatamente e na pior das hipóteses com segurança, os controles de tração e estabilidade entram em ação. Em pisos muito ondulados, a Toyota SW4 SR 2.7 Flex 2017 pula um pouco, mas nada que desabone sua boa conduta.
A direção hidráulica é leve e tem boas respostas em manobras e cruzeiro. Os freios são suficientes para a proposta. O comportamento geral é bom e apropriado para um SUV de 4,8 metros com sete lugares e altura elevada. Para transpor obstáculos, bons ângulos de ataque e fuga de 29° e 25°, respectivamente. Choveu, encheu? Se conhecer o lugar e a profundidade, ela passa tranquilamente.
Por você…
Com posição de dirigir confortável e os recursos necessários para longas travessias, a Toyota SW4 SR 2.7 Flex 2017 se mostra um veículo muito bom para a estrada, sendo um pouco demais no meio urbano, devido ao seu porte. Mas se a opção for sempre pegar a estrada e levar a família para longe, não dá para pensar em outra SW4 que não seja diesel.
Ela tem um bom pacote de equipamentos de série, que ainda incluem faróis com sensor crepuscular, nivelamento dos faróis, assistente de saída em rampa, assistente de reboque, três airbags, alças nas colunas A para facilitar o acesso, tomadas de 12V e porta-luvas refrigerado, entre outros itens citados.
O acabamento geral é bom e o espaço interno generoso. Os assentos apresentam o conforto necessário e o nível de conectividade e entretenimento agrada, assim como a climatização.
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