Walter Ohofugi: “Nós temos decapitações, prisões superlotadas, mortes e a OAB não se manifesta”

PALMAS - Profissional da advocacia há mais de 25 anos, Ohofugi defende a retomada do protagonismo da OAB, que, no Estado, “perdeu seu papel histórico” na defesa dos interesses da sociedade. “Hoje a OAB não é consultada em nenhuma questão, não opina em nada e não participa dos temas que impactam a população”, ressaltou Ohofugi.
Para Ohofugi, a OAB tem condições de, rapidamente, voltar a ser protagonista, com um papel de independência. “A Defensoria Pública tem feito isso magnificamente bem. Você vê problemas de saúde, problemas de concurso público e a Defensoria está lá. Onde está a nossa OAB? Está em lugar algum”, destacou o pré-candidato, ao ressaltar que esse quadro não pode mais permanecer.
Ohofugi também ressaltou que, quando necessário, a OAB tem que ter uma relação de combate, como, por exemplo, nos problemas do sistema penitenciário. “Nós temos decapitações, prisões superlotadas, mortes e a OAB não se manifesta”, detalhou.
Para isso, segundo ele, é essencial que os quadros que comandam a entidade sejam independentes de poder público e atuem com o máximo de transparência necessária, o que não vem ocorrendo hoje.
Ohofugi também descartou qualquer aliança com as outras três pré-candidaturas colocadas até agora na eleição. “Quero mandar uma mensagem para os simpatizantes do movimento que nós não vamos compor. Poderão ter certeza que em novembro terão a opção de um grupo de oposição de verdade. Um grupo para mudar radicalmente toda essa história que está aí”, declarou, ao falar que a OAB precisa ter seus quadros renovados, já que o mesmo grupo, a apenas com revezamento de algumas pessoas, está há mais de 26 anos no poder.
Dentro dessa linha, o pré-candidato foi claro ao destacar que, em hipótese alguma, buscará uma reeleição se for eleito presidente da OAB no pleito marcado para novembro. “Nós defendemos o mesmo modelo que ocorreu no Ceará. Temos que extirpar a reeleição da Ordem. A OAB tem que ser um ônus e não um bônus onde se faz carreira política e profissional”, explicou Ohofugi.