(PALMAS-TO) - O estado do Tocantins completou 23 anos de criação nesta quarta-feira, 5, tendo à frente da administração estadual, pela quarta vez, o principal personagem da sua criação, o governador Siqueira Campos (PSDB). Para o historiador Júnior Batista, o Tocantins nesses 23 anos de história teve muitos avanços, entre eles, nas áreas econômica, demográfica e orçamentária. “No setor da economia, podemos citar o aumento da produtividade através dos programas de irrigação, aumento da agricultura familiar e da agropecuária”, ressaltou.
No setor da agropecuária, ele lembrou que antes da criação do Estado, o rebanho bovino era um gado sem raça. “Era, como o nosso agricultor costuma se expressar, um gado pé duro. Hoje, não, existe uma criação de raça”, comentou. No setor demográfico, ele enfatizou que os indicadores apontam que houve diminuição na mortalidade infantil e também na taxa de analfabetismo.
Apesar do progresso, o historiador afirmou que o Estado do Tocantins tem muitos desafios à frente. Entre as prioridades ele citou a educação, saúde, saneamento e geração de emprego. “A educação precisa conquistar mais espaço; no saneamento a água encanada, esgoto e recolhimento e o destino do lixo ainda precisam receber mais atenção”, enumerou.
Já no setor de geração de emprego, ele frisou que o Estado possui 41 cidades que tiveram sua população diminuída. “O Tocantins está perdendo a população e isto é ruim. As pessoas estão saindo de suas cidades porque não encontram condição de trabalho e estudo. É necessário avançar neste segmento para que a população cresça”, comentou.

Política
“A volta do governador foi boa, uma vez que provocou uma mudança política no Estado. Com o seu retorno, quebrou-se a hegemonia da ala política que predominava no Tocantins nesses últimos anos”, ressaltou o historiador Júnior Batista, acrescentando que Siqueira Campos também conhece todas as dificuldades do Estado.
Ainda conforme o também professor, caso o ex-governador Carlos Gaguim (PSDB) tivesse ganho as eleições de 2010 teria acabado com a União do Tocantins. “Não existiria oposição no Estado. A esperança que o partido dos tucanos voltasse a fazer parte da política tocantinense era com a volta do governador”, enfatizou.
Júnior Batista disse também que a permanência do tucano como representante do Poder Executivo não significa que não houve renovação do quadro político do Estado. “Não só no Tocantins, mas em alguns Estados da Federação não houve renovação. A permanência de algumas famílias no poder é um fato no Brasil”, complementou o professor, acrescentando que esta continuação familiar já faz parte da cultura brasileira.
No Tocantins não é diferente. “No Maranhão, o sobrenome Sarney é mantido; em Goiás é Marco Anterino que continua à frente do governo; no Rio Grande do Norte é a família Jaime Pinto que conservar-se no poder; No Ceará continua o Ciro Gomes, e por vai”, afirmou o historiador, defendendo que a volta de Siqueira, hoje, com 83 anos, não significa retroceder no tempo, mas manter um “equilíbrio político”.