São Paulo (SP) - As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caíram 31,4% em janeiro na comparação com dezembro, e 18,8% ante o mesmo mês do ano passado, divulgou nessa quinta-feira (5) a Anfavea — Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. No primeiro mês de 2015, foram emplacadas 253.803 unidades em todo o País.
Levando em conta apenas automóveis e comerciais leves, as vendas em janeiro totalizaram 244.253 unidades, baixa de 31% na comparação com dezembro, e recuo de 18,6% ante janeiro de 2014. Ao todo, foram vendidos 206.112 automóveis e 38.141 comerciais leves no mês passado.
As vendas de caminhões, por sua vez, atingiram 7.675 unidades em janeiro, queda de 44% na comparação com dezembro e recuo de 28,8% ante janeiro de 2014. No caso dos ônibus, foram vendidas 1.875 unidades no primeiro mês deste ano, queda de 19% na comparação com dezembro, mas alta de 8,1% ante o mesmo mês do ano passado.

Antecipação de vendas e clima ruim na economia pesaram
Para o presidente da Anfavea, Luiz Moan Yabiku Junior, alguns fatores de momento levaram ao resultado ruim de janeiro, em especial a antecipação da compra do carro novo provocada pelo aumento anunciado no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que estava reduzido e voltou à incidir de forma integral nos preços em 1º de janeiro. Também pesou a instabilidade econômica que vive o País e suas consequências.
- A baixa confiança dos consumidores, o processo de operacionalização das taxas do Finame/PSI e uma expectativa pelo impacto das medidas de ajuste anunciadas no começo do ano influenciaram os resultados. Estes fatores confirmam o cenário extremamente difícil para este primeiro trimestre.

Produção começou estável, mas exportações preocupam
Ainda de acordo com o boletim da Anfavea, a produção nacional de veículos caiu 13,7% em relação a janeiro de 2014, com 204,8 mil unidades entregues contra as 237,3 mil que deixaram as linhas de montagem no primeiro mês do ano passado. Em contrapartida, a comparação com dezembro (204 mil veículos) mostra estabilidade, embora o resultado tenha sido motivado por demissões e pelo período de férias coletivas.
Já as exportações vão de mal a pior. A queda em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2014 foi intensa, com 27,9% de retação e apenas 16,3 mil modelos enviados ao exterior — ante os 22,6 mil do ano passado. Frente a dezembro, quando foram exportadas 23,4 mil unidades, o resultado também foi desanimador.