(BRASÍLIA-DF) - O governo federal decidiu suspender a venda de 268 planos de saúde comercializados por 37 operadoras. A medida foi anunciada nessa terça-feira, 10, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Entre os planos suspensos está a Unimed Federação Interfederativa das Cooperativas Médicas do Centro-Oeste e Tocantins, que atende o PlanSaúde.
O motivo foi o desrespeito aos prazos máximos de atendimento aos usuários, conforme a Resolução Normativa 259 da Agência Nacional de Saúde (ANS).
Em nota divulgada nesta quarta-feira, a empresa, com sede em Brasília, informou que a operadora do plano de saúde dos servidores do Estado do Tocantins (Plansaúde) é a Secretaria de Administração (Secad), e que o papel da Unimed Centro-Oeste e Tocantins é prestar suporte operacional ao Plansaúde.
Conforme a nota, a suspensão na comercialização de alguns planos da Unimed não afetará a operação do Plansaúde, tampouco trará impacto aos usuários do referido plano.
No entanto, de acordo com o governo, a decisão é da ANS com a Unimed Centro-Oeste e que “não tem nada a ver com o PlanSaúde dos servidores do Estado”. O governo também garantiu que o PanSaúde “segue normal e que os 80 mil beneficiários não serão afetados”.
Segundo o ministro Alexandre Padilha, As empresas terão três meses para se adequarem aos prazos que variam conforme a especialidade médica.

Simed
Para a presidente do Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed), Janice Painkow, a suspensão ocorreu em virtude da “ganância de ter mais renda”. “Na intenção de ganhar mais em cima dos beneficiários, os planos de saúde diminuíram a rede deles, ou seja, descredenciou serviços hospitalar, profissionais da saúde e aumentaram o número de beneficiário”, explicou a presidente.
Janice disse ainda que, com este posicionamento, as redes dos planos de saúde não têm como cumprir os atendimentos. “A rede ficou de forma que eles não dão mais conta de cumprir a assistência devida”, enfatizou.
Outro ponto negativo é também o descredenciamento dos próprios médicos. “Os planos de saúde pagam uma tabela irrisória que não compensa o atendimento do profissional. Hoje, os médicos não estão dando conta de manter o seu próprio estabelecimento com o atendimento do plano. Os médicos vivem com prejuízo”, garantiu a presidente do Simed.
Janice enfatizou que os planos de saúde precisam se adequar a Resolução Normativa 259 da Agência Nacional de Saúde (ANS). “Os planos de saúde não podem mais ser expandidos e devem se adequar as normas exigidas, porque só assim eles [os planos] voltarão ter credibilidade junto a Agência de Saúde”, comentou.