(PALMAS-TO) - Movimentos sociais e entidades ligadas à classe trabalhadora realizaram nessa terça-feira, 30, um ato unificado em comemoração ao Dia do Trabalhador (1º de maio). Iniciado com uma marcha, que partiu do cruzamento das avenidas JK e NS-04, trabalhadores do campo e da cidade se dirigiram à Assembleia Legislativa, onde realizam o ato.
Coordenador do Movimento dos Sem Terra no Estado, Antônio Marcos Nunes Bandeira informou que a marcha foi realizada tendo como foco a luta pelas reformas urbana e rural. Movimentos de lutar por moradia encabeçaram a luta pela reforma urbana, enquanto os rurais, como MST e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), cobraram a reforma rural.
Na Assembleia Legislativa, os manifestantes protestaram contra o auxílio-moradia concedido aos deputados estaduais. Antônio Marcos defendeu que, na atual conjuntura, o governo do Estado deveria se preocupar com a situação das famílias que não têm teto, ao invés de destinar mais recursos para quem já tem altos salários e até “mansões”.
Coordenador do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), o ex-vereador Bismarque do Movimento (PT), chamou, durante discurso em frente ao Parlamento, deputados e deputadas de “marajás”. Ele também reforçou o questionamento do MST referente à criação da Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Regularização Fundiária, bem como a nomeação do deputado federal Irajá Abreu (PSD) para o cargo de secretário.
Para o MST, a secretaria teria sido criada para “regularizar a grilagem” no Estado. O coordenador destacou também que o governo é consciente de que Irajá é filho da presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a senadora Kátia Abreu (PSD), “inimiga” dos movimentos sociais.
A princípio, os manifestantes chegaram a ser barrados no Parlamento e os deputados Zé Roberto (PT) e Sargento Aragão (PPS) defenderam, no plenário, o direito de os manifestantes entrarem. Os trabalhadores entraram e passaram a acompanhar a sessão, no piso superior da Casa, inclusive com gritos de ordem. Diante disso, eles foram orientados a ficar em silêncio, para evitar que fossem impedidos de permanecer no local. A sessão chegou a ser suspensa por alguns minutos e a maioria dos parlamentares deixaram o plenário, retornando em seguida. “O povo tem que poder falar”, considerou o coordenador do MST.