(PALMAS-TO) - Apontada como oportunidade à geração de renda e ao mesmo tempo como forma de contribuir para reduzir os impactos negativos de ações sobre a natureza, a economia de baixo carbono vai deixando de ser algo distante e inacessível para se tornar uma realidade, principalmente no Tocantins.
Tanta é a atenção direcionada para viabilizar a construção de uma política nacional e nos Estados de economia de baixo carbono, que o Governo federal já destinou para as instituições públicas e privadas linhas de crédito específicas, na ordem de R$ 3,4 bilhões. Recursos que, conforme o coordenador do Grupo Gestor ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) no Tocantins, engenheiro agrônomo da Secretaria de Estado da Agricultura Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, Fernando Garcia, irão premiar toda uma cadeia na qual o produtor rural está no centro dela, mas com ganhos a beneficiar toda a sociedade brasileira. “O nosso objetivo é levar tecnologia para o produtor e ele entra com a contrapartida para promover uma agricultura com sustentabilidade e economicamente viável”, destacou.
Tocantins assumiu plano ABC
Em fase de implantação, o plano estadual da Agricultura de Baixa Emissão de Carbono já é destaque na região norte, no Grupo Gestor ABC. De acordo com o coordenador estadual, sete programas compõem o plano ABC no Tocantins, com destaque para Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e Sistemas Agroflorestais e Sistema de Plantio Direto. Ao todo, já foram capacitadas 800 pessoas no estado, entre técnicos e produtores; e instaladas mais de 60 unidades demonstrativas tecnológicas do programa, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins). No Estado, 22 órgãos e instituições trabalham de forma integrada.
Conforme Fernando Garcia, o Plano ABC elaborado pelo Governo do Estado aguarda obter Portaria do Plano Gestor e deve ser abraçado por todos porque, em sua ótica, “além de beneficiar o produtor é uma ação que ao mesmo tempo beneficia o conjunto da população”, assegura.
Recursos
O plano pretende evitar a emissão de 165 milhões de toneladas equivalentes de CO2 nos próximos dez anos. No total, os projetos de investimento voltados a esses sistemas de produção já têm disponibilizados, via plano Safra, cerca de R$ 3,15 bilhões que poderão ser contratados nas agências bancárias, com taxa de juros de 5,5% ao ano, carência de até oito anos e prazo para pagamento de 15 anos. Para o Tocantins já foram liberados R$ 84 milhões aos produtores rurais, informou Garcia.
Com o incentivo governamental, estará sendo incrementada nas ações de ABC a recuperação com reflorestamento de áreas de pastagens degradadas e outras, com fixação biológica de nutrientes no solo, adaptações de mudanças climáticas, favorecimento de sistema de plantio direto e sistema de culturas integradas (silvicultura, seringueira) de lavoura/pecuária entre outras alternativas.
ABC
O Programa ABC, do Governo Federal, prevê o desenvolvimento de uma economia baseada na baixa emissão de gases de efeito estufa no setor agropecuário. Para isso, incentiva a adoção de tecnologias voltadas à obtenção de uma agricultura sustentável no país. O programa também promove ações que permitam ao produtor realizar a regularização ambiental de sua propriedade, bem como estimula a redução do desmatamento de florestas e incentiva a implantação de sistemas produtivos ambientalmente sustentáveis. O Tocantins foi um dos primeiros estados da Federação a aderir ao programa, ainda em 2010.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 14710
Comentários