(PALMAS-TO) - Em um cenário onde o incremento à demanda de carne bovina é uma tendência, o Tocantins é destaque. Isto graças ao conjunto de ações executadas pela Adapec – Agência de Defesa Agropecuária, em parceria com a cadeia produtiva, que levará o Estado a comemorar, em maio deste ano, 15 anos sem foco de febre aftosa e a manutenção do status sanitário, livre da enfermidade com vacinação.
Para alcançar este patamar, Governos Estadual e Federal têm investido, continuamente, no sistema operacional e infraestrutura. Com isso, a Adapec está presente nos 139 municípios do Estado, priorizando um controle rígido de trânsito de animais com suas barreiras fixas, volantes e fluviais, além de um ágil atendimento à notificação de doenças. “Temos de ser vigilantes, já que a febre aftosa é considerada uma das piores ameaças sociais e econômicas, gerando queda na produção e embargos econômicos impostos pelos países importadores”, destaca o diretor de Defesa, Sanidade e Inspeção Animal da Adapec, João Eduardo Pinto Pires.
A vigilância e a inspeção da carne tocantinense começam no campo para oferecer aos mercados consumidores produtos de qualidade. Com cerca de oito milhões de bovídeos (bovinos e bubalinos) em território tocantinense, é preciso vigilância ativa para manutenção da sanidade do rebanho, priorizando a vacinação. Em maio de 2011, o índice vacinal chegou 99,41% dos animais. Na segunda etapa, realizada em novembro, o índice alcançado foi de 99,43%.
Atualmente, a grande maioria do gado é criada de modo extensivo, ou seja, solta no pasto, e se destaca pela qualidade da carne, produzida sob o manejo natural. O quantitativo de gado em confinamento ainda é pequeno e representa menos de 2% no número de animais. Apesar do Estado contar com sete frigoríficos registrados pelo SIF - Serviço de Inspeção Federal, eles ainda não trabalham na sua capacidade máxima de produção, já que o abate clandestino ainda é um desafio a ser superado. Porém, vem sendo combatido pela Adapec, em parceria com a Vigilância Sanitária e o Ministério Público Estadual.
De acordo com o presidente da Adapec, Geraldino Ferreira Paz, a Agência tem investido continuamente em treinamento dos profissionais, educação sanitária e na modernização da defesa sanitária animal e vegetal. “Precisamos continuar avançando, para que num futuro próximo, possamos conseguir a elevação do status sanitário, para livre de febre aftosa sem vacinação, a exemplo de Santa Catarina”, pontua.
Paz considera que ainda há muitos desafios a serem superados, mas que os avanços, principalmente na Inspeção Estadual, foram significativos, já que os seis frigoríficos registrados no SIE – Serviço de Inspeção Estadual operavam sem atender integralmente a legislação. Hoje, os estabelecimentos já estão com toda a sua carne resfriada, exceto um, que por força da liminar ganhou mais prazo para cumprir todas as determinações. “Podemos comemorar, pois o principal beneficiário é o consumidor”, disse.

Exportações
O Tocantins está habilitado a exportar carnes, produtos e subprodutos para mais 130 países. Atualmente, os sete frigoríficos registrados no SIF – Serviço de Inspeção Federal estão localizados nos municípios de Araguaína, Nova Olinda, Paraíso, Gurupi e Alvorada.
De acordo com informações da Seagro – Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, o agronegócio continua sendo o principal impulsor para o crescimento das exportações do Tocantins. No primeiro trimestre de 2012, o aumento nas exportações em relação ao mesmo período de 2011 foi de 145% em valores e 673% em toneladas de produtos, levando em conta o levantamento divulgado pelo MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Ainda segundo a Seagro, em janeiro foram exportadas mais de três mil toneladas de produtos, dos quais 98% são referentes à carne, gerando um volume de cerca de US$ 14 milhões. Em fevereiro, a quantidade exportada foi maior que três mil toneladas, gerando aproximadamente US$ 15 milhões. Em março, a exportação foi superior a 45 mil toneladas, sendo 33 mil de soja e mais de 8 mil toneladas de carne, atingindo um volume de US$ 30,6 milhões. O que significa um crescimento de 187% em valores praticados e 1.465% de volume exportado (kg) negociadas em relação a 2011. (Dinalva Martins)