SÃO PAULO - Um dia depois de ter sido alvo de uma depredação promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), a empresa de biotecnologia FuturaGene ainda não calculou a dimensão dos prejuízos. Na ação criminosa, cerca de 1.000 mulheres invadiram a sede armadas com barras de ferro e madeira, facões e até machados. Nessa sexta-feira, funcionários da empresa realizaram trabalhos de limpeza e reparação das estufas danificadas pelo MST no centro de pesquisas em Itapetininga, interior de São Paulo. No local, era desenvolvida uma espécie de eucalipto transgênico há cerca de quinze anos.
A assessoria de imprensa da empresa, que faz parte do grupo Suzano Papel e Celulose, disse que a companhia não chegou a um valor estimado, tampouco avaliou quanto tempo demorará para retomar o estágio das pesquisas com a espécie geneticamente modificada de eucalipto. Apesar do ataque aos viveiros com as mudas de eucalipto, o prédio do laboratório onde os cientistas desenvolviam experimentos foi preservado. A empresa apresentaria estudos sobre o projeto em Brasília nessa quinta-feira, mas agora deverá revelar os dados à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em abril.
Nenhuma das mulheres que participaram do ato de vandalismo organizado pelo MST foi presa. A Polícia Civil investiga a ação por crimes como ameaça, dano ao patrimônio privado e crime ambiental. Para tentar justificar a depredação, MST afirma que o ato foi uma denúncia dos supostos males ambientais e sanitários do plantio em larga escala do eucalipto transgênico.
Histórico - A destruição das mudas é apenas mais uma das ações condenáveis do MST, um movimento que, como já mostrou VEJA em diversas reportagens, é comandado por agitadores profissionais que, a pretexto de lutar pela reforma agrária, usam uma multidão de desvalidos como massa de manobra para atingir seus objetivos financeiros. Sua arma é o terror contra fazendeiros e também contra assentados que se recusam a cumprir as ordens dos chefões do movimento e a participar de saques e atos de vandalismo. Com os anos, o movimento passou por um processo de mutação. Foi-se o tempo em que seus militantes tentavam dissimular as ações criminosas do grupo invocando a causa da reforma agrária. Há muito isso não acontece mais. Como uma praga, o MST ataca, destrói e saqueia - e seus alvos, agora, não são mais apenas os chamados latifúndios improdutivos.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 15254
Suzano celulose ainda calcula prejuízo após invasão do MST
Grupo de 1.000 mulheres destruiu mudas de eucalipto geneticamente modificado desenvolvido há cerca de 15 anos em São Paulo
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