A investigação que desencadeou a Operação Reis do Gado, da Polícia Federal (PF), nessa segunda-feira, 28, teve início após um suposto "laranja" da família Miranda, chamado Alexandre Fleury, denunciar esquemas envolvendo agentes públicos na prática de crimes de associação criminosa, peculato, falsificação de documento, corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo consta na decisão do Superior Tribunal de Justiça, as investigações apontam que "há aproximadamente dez anos o erário público estaria sendo possivelmente dilapidado pelas práticas criminosas".
"As vultuosas quantias possivelmente movimentadas, que provavelmente ultrapassam R$ 500 milhões, de forma ilícita, somente acentua a gravidade, bem como a necessidade de medidas investigativas mais efetivas do que aquelas até então realizadas a fim de clarear o funcionamento da possível associação criminosa, bem como identificar todos os seus envolvidos", enfatiza o ministro do STJ, Mauro Campbel, relator do caso.
Inquéritos do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal indicam que o objetivo do suposto "grupo criminoso" era a provável aquisição "fraudulenta" de bens e direitos, em especial fazendas, aviões, veículos, gado e outras propriedades sem a devida escrituração em nome dos reais proprietários; "possivelmente para ocultar a origem dos recursos utilizados para aquisição de tais bens, em posse e no interesse do governador Marcelo Miranda [PMDB] e de membros de sua família".
Ainda de acordo com as investigações, há indícios de que a família Miranda recebia quantias "ilicitamente", em troca de "favorecimento em contratos e pagamentos" realizados pelo governo do Estado, bem como, de possíveis doações eleitorais irregulares às campanhas do atual governador.