PALMAS - As entidades representantes dos servidores da área da saúde recusaram a proposta do governo do Estado formalizada nessa segunda-feira, 23, durante reunião com o secretário da Administração, Geferson Barros. Insatisfeitos com a posição do Palácio Araguaia, os sindicatos vão apresentar contraproposta nesta semana e já sinalizaram paralisação na segunda-feira, 30. Caso as partes não cheguem ao consenso, os trabalhadores irão iniciar greve a partir de 6 de abril.
O Sindicato dos Médicos (Simed) ainda não confirmou a adesão à programação de paralisação e greve. As entidades representantes dos Trabalhadores em Saúde (Sintras), dos Profissionais de Enfermagem (Seet), dos Cirurgiões Dentistas do Tocantins (Sicideto) e dos Farmacêuticos (Sindifato) apoiam a deflagração do movimento paredista. As cinco instituições em conjunto negociam com o governo do Estado.

Proposta
O secretário de Administração propôs na segunda-feira o parcelamento do adicional de insalubridade, noturno e do retroativo das progressões. A posição do Palácio Araguaia visa conciliar os anseios do funcionalismo e a capacidade financeira do Executivo, que tenta equilibrar a folha dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “Dentro de uma lógica financeira, queremos criar um fluxo de pagamento que o Estado tenha condições de honrar e que não implique no aumento do índice de pessoal sobre a receita”, argumentou Geferson Barros na reunião com as entidades.
O titular da Administração ainda garantiu que o Estado tem se esforçado para honrar os compromissos e se comprometeu a realizar novo estudo de impacto financeiro, se houver necessidade. “É o que podemos fazer na atual situação em que nos encontramos”, enfatizou o secretário, que ponderou: “Precisamos respeitar a capacidade de fluxo de caixa”.

Sintras
Em assembleia geral, o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Tocantins (Sintras) recusou oficialmente a proposta do governo, considerando-a “vergonhosa e descabida”. A entidade deliberou na reunião a adesão à paralisação e greve, caso o Estado não entre em consenso com a categoria.
A contraproposta foi formalizada nessa terça-feira, 24. A categoria propõe que os retroativos do adicional noturno e insalubridade sejam pagos a partir de maio, em apenas quatro parcelas para quem tem valores retroativos a receber até quatro salários mínimos vigentes; e em oito parcelas para quem tem a receber os retroativos acima de quatro salários mínimos.
Na proposta da categoria também está à inclusão e pagamento das parcelas retroativas das progressões a partir de maio dividida em quatro parcelas para quem tem a receber parcelas retroativas até quatro salários mínimos, e em oito vezes quem tem a receber acima de quatro salários mínimos. O documento também requer melhorias das condições de trabalho dos profissionais da saúde.

Enfermagem
O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Tocantins (Seet) também aprovou em assembleia a deflagração de paralisação para segunda-feira, 30. A entidade não aceitou a proposta do governo do Estado. Conforme a classe, o Palácio Araguaia não apresentou nenhuma proposta para a inclusão das progressões dos servidores, em atraso desde 2010.
Conforme deliberado em assembleia, caso o governo não apresente nenhuma uma proposta até o dia 5 de abril, os profissionais de enfermagem entrarão em um movimento grevista por tempo indeterminado, a partir do dia 6 de abril. “O que estamos buscando é o pagamento dos nossos direitos, pois estes benefícios são de 2010, 2011 e 2012. Entendemos que o governo está com a saúde financeira complicada, mas os gestores não podem penalizar os profissionais de enfermagem por todos os desgovernos que vem acontecendo ao longo de anos de gestão no Estado”, afirmou o presidente do Seet, Claudean Pereira.
O líder sindical também criticou a postura do Palácio Araguaia. “O governo não apresenta nada de palpável para resolver esta situação e sabemos que a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece que a suspensão dos direitos de servidores efetivos é a última medida a ser adotada; e o governo faz ao contrário, continua fazendo contratação e quer tirar o pagamento destas e demais despesas dos nossos bolsos, isso é um abuso”, disse.