(Araguaína-TO) - Com o objetivo de criar condições de modernização da pecuária na Amazônia Legal, visando garantir uma maior rentabilidade da atividade, utilizando de forma adequada os recursos naturais disponíveis, além de atualizar produtores, técnicos, estudantes nos assuntos relacionados ao manejo de pastagens versus viabilidade em sistemas intensivos de criação de bovinos de corte e diminuir a pressão sobre as áreas de floresta será realizado no auditório do Sebrae em Araguaína, de amanhã (4) até o dia 6 o II PRODUPASTO - Simpósio brasileiro sobre produção intensiva de bovinos em pastejo. O evento conta com renomados pesquisadores do Brasil, onde serão ministradas 9 palestras abordando temas de grande relevância para o desenvolvimento da pecuária.
O Brasil é atualmente o maior exportador de carne bovina do mundo com um total médio de 2,2 milhões de toneladas/ano e o detentor do maior rebanho comercial do mundo. A maior parte dessa produção é oriunda de animais mantidos em pastagens cultivadas, que ocupam em torno de 180 milhões de hectares. Entretanto, desse total de hectares, 80% encontra-se em franco processo de degradação, o que tem levado a severas críticas pela sociedade de maneira geral, que classifica a produção de bovinos como uma atividade meramente exploratória de recursos naturais.
Sabe-se na verdade, que embora esse fato seja verdadeiro para boa parte dos produtores, as instituições de pesquisa e de difusão tecnológica detêm conhecimento que podem tornar a atividade lucrativa e sustentável econômica, ambiental e socialmente. No entanto, há falhas no sistema como um todo e as tecnologias que podem modificar esse panorama são escassamente utilizadas pelos produtores.
Dentre as tecnologias disponíveis podem ser destacadas o manejo adequado do pastejo, a adubação de pastagens, a suplementação alimentar no período seco do ano, o controle de plantas invasoras, a integração da produção a pasto com a agricultura e por fim um adequado gerenciamento da propriedade que permita ao produtor identificar os pontos de estrangulamento da produção em sua propriedade. Todos esses fatores levam a uma produção de carne e leite de forma eficiente e principalmente com elevada qualidade.
Com base nesses fatores que afetam a produção pecuária no Brasil foi elaborada a proposta do II Produpasto onde serão ministradas palestras com os mais renomados especialistas das áreas citadas acima. O objetivo é apresentar aquilo que há de mais novo no Brasil em termos de produção de bovinos de corte em pastejo.
É importante destacar que na Amazônia Legal encontra-se a maior parte do rebanho brasileiro de corte e apresenta os maiores índices de crescimento na pecuária leiteira. Segundo VALENTIM e ANDRADE (2009)[1] a atual área de abrangência da Amazônia Legal corresponde à totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Estado do Maranhão (a oeste do meridiano de 44º), perfazendo uma superfície de aproximadamente 5.217.423 km². Representa 59% do território brasileiro, distribuído por 775 municípios, com uma população de 23,6 milhões de habitantes em 2007.
Nos últimos anos o crescimento da pecuária na região da Amazônia Legal foi expressivo, pois em 1975 detinha 6,8% do rebanho bovino nacional e em 2007 já representava 35,1% desse rebanho. Assim, fica clara a importância que a região apresenta em termos de produção bovina no Brasil.
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