(PALMAS-TO) - O Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (Simed), juntamente com o Conselho Regional de Medicina (CRM) e a Associação Médica do Tocantins (AMT), emitiu um nota de repúdio contra declarações feitas pelo governador Siqueira Campos nesta quarta-feira, 21, sobre os salários dos médicos. Na ocasião Siqueira teria relacionando a expressão “marajás” aos médicos tocantinenses.
De acordo com o sindicato as declarações do governador são uma iniciativa de desviar o foco dos problemas da saúde do Estado. “[As declarações] são uma iniciativa rasteira de tentar desviar o foco do problema, que é a gestão desastrosa na área da saúde imposta em seu governo que, incompetente para cumprir suas promessas de campanha, transferiu para uma Organização Social uma responsabilidade constitucional, resultando no atendimento à população cada dia mais precário e sem as condições mínimas como tem sido amplamente divulgado”, disse o sindicato na nota.
Conforme a nota, marajá é expressão pejorativa e refere-se ao funcionário público que recebe salário privilegiado sem trabalhar. “Ao associá-la aos médicos, o governador ofendeu e desrespeitou publicamente quem trabalha diuturnamente para salvar vidas nos hospitais públicos do Estado em condições sub-humanas que a imprensa revela a cada dia”, disse o sindicato na nota. Quanto aos salários, o sindicato ressaltou que muitos dos médicos que alcançaram o teto constitucional, trabalham a quase duas décadas no serviço público.
Na nota, o sindicato desafia o governador a acompanhar um plantão de 24 horas para apontar os supostos “marajás” e afirma que apoiam qualquer iniciativa legal para identificar e punir estes profissionais.
Confira nota na íntegra
“O Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (SIMED-TO), o Conselho Regional de Medicina (CRM) e a Associação Médica do Tocantins (AMT) expressam seu espanto e repúdio às declarações do excelentíssimo governador do Tocantins, José Wilson Siqueira Campos, dadas à imprensa, relacionando a expressão “marajás” aos médicos tocantinenses.
Sabe-se que marajá é expressão pejorativa e refere-se ao funcionário público que recebe salário privilegiado sem trabalhar. Ao associá-la aos médicos, o governador ofendeu e desrespeitou publicamente quem trabalha diuturnamente para salvar vidas nos hospitais públicos do Estado em condições sub-humanas que a imprensa revela a cada dia.
Quantos aos salários dos médicos que alcançaram o teto constitucional, justamente o subsídio do governador, é um limite legal e alcançado por 126 médicos servidores do Estado, alguns com quase duas décadas de dedicação ao serviço público.
Serviço no qual ingressaram por concurso público e, com a comprovação de qualificação, estudo e pesquisa, cumpriram todos os requisitos legais para obter as progressões funcionais, atuando hoje em carga horária de 270 horas, cumprida religiosamente nos hospitais de referência.
As entidades médicas desafiam o governador a acompanhar um plantão médico de 24 horas nos hospitais públicos. O mesmo repto é lançado para que sejam localizados entre médicos os supostos marajás apontados nas ilações do governador.
O Simed, o CRM e a AMT apoiam toda e qualquer iniciativa, revestida de legalidade, para apurar a existência de marajás não só na saúde, mas em todas as áreas do serviço público.
Ao lançar ao léu a associação do médico ao marajá, desprovida de evidência factual, o governador imita a desastrosa ação de marketing do ex-presidente Fernando Collor que, auto-intitulando-se “caçador de marajás” viu-se cassado pelo Congresso Nacional sob acusação de corrupção e escândalos como a Casa da Dinda e saiu pelas portas do fundo do Palácio do Planalto.
O destempero do senhor governador nada mais é do que uma iniciativa rasteira de tentar desviar o foco do problema, que é a gestão desastrosa na área da saúde imposta em seu governo que, incompetente para cumprir suas promessas de campanha, transferiu para uma Organização Social uma responsabilidade constitucional, resultando no atendimento à população cada dia mais precário e sem as condições mínimas como tem sido amplamente divulgado.”
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