O secretário de Administração do Estado, Geferson Barros, falou nessa quinta-feira, 11, sobre os grevistas da enfermagem que se encontram acampados em frente à Secretaria de Administração, buscando diálogo com o governo. Para Geferson, o acampamento é desnecessário, pois não há “solução milagrosa” para os problemas da saúde. “Não adianta acampar na porta da secretaria. Acho que é o tipo de pressão desnecessária, eles já chamaram a atenção que queriam, não têm mais necessidade de ficar aqui. É uma manifestação legítima, mas acho que é uma intransigência deles também acamparem na porta. A gente não tem solução milagrosa para os problemas da saúde”, disparou o secretário.
Na entrevista, o secretário afirmou que é responsável pela questão financeira do Estado, mas quanto a principal reivindicação da categoria, que é as condições de trabalho, quem responde é o recém empossado secretário da Pasta da Saúde, Marcos Musafir. “No que diz respeito à administração, eu falo da matéria financeira. Já essa questão das condições de trabalho fica à cargo do secretário da Saúde”.
Audiência pública
De acordo com Geferson Barros, os grevistas pleitearam oficialmente uma audiência com os secretários da Fazenda e da Saúde. “Eu já sinalizei que nós vamos ter essa audiência para tratar de todos os assuntos, por isso não acho necessário eles ficarem acampados aqui na porta. Mas cada um manifesta do jeito que achar melhor, eu só não vejo utilidade, nem vejo também que vai ter qualquer resultado, porque não vai mudar a postura do governo”, disse o secretário adiantando que o “próprio governador já afirmou que, infelizmente, não há recursos financeiros para saldar todos os compromissos que a gente gostaria de saldar e muito menos para aumentar despesa com pessoal”, completou.
O secretário afirmou que ainda não há uma data para realização da audiência, mas garantiu que ela ocorrerá nos próximos dias. “Ontem inclusive o presidente do sindicato subiu aqui e eu pedi para ele despedir o pessoal, aguardar essa audiência e nela a gente sentar para discutir os problemas, como a gente tem feito. Na verdade, a gente nunca se privou de conversar com os presidentes de sindicato”, disse.
Reflexos da crise
Para o secretário, falta compreensão das pessoas por não avaliar as consequências da crise nas finanças do Estado. “Em janeiro, nós perdemos R$ 40 milhões de FPE. O novo modelo de cálculo nos atingiu. Existe uma crise na economia na área do consumo, principalmente de veículo, isso nos atinge diretamente por conta da composição do FPE. Aí isso ninguém quer entender quando a gente fala. Todo mundo fica cego e só quer saber do seu direito. Não é assim que funciona. A gente tem que avaliar o todo e nós estamos muito preocupado com a economia”, ressaltou Geferson Barros.
Geferson ainda destacou que está cumprindo os pagamentos dos funcionários em dia e disse que quem apela para greve no momento de crise age com intransigência. “Há alguns dias atrás uma pessoa me falou que nós estávamos agindo com intransigência, eu falei: nós com intransigência? O salário está sendo pago em dia, amanhã inclusive vai estar pago o salário do Executivo. Nós estamos honrando agora, nesta folha de pagamento, todos os adicionais dos meses que estavam em atraso, a insalubridade a gente paga em dia. Como é que nós que estamos agindo com intransigência? Quem está agindo com intransigência é quem apela para greve no momento de crise. Não é momento, não está na hora”, criticou.
Foco do governo
Conforme o secretário, o foco do governo está muito claro este ano: “Nós vamos restabelecer a condição fiscal do Estado”, garantiu. “Greve e acampar na porta da secretaria não nos sensibiliza, muito menos vai adiantar alguma coisa”, disparou, acrescentando que o que sensibiliza o governo é a condição precária de trabalho que eles estão lutando para poder corrigir. “Não é um serviço fácil, porque isso já vem ao longo dos anos, você não corrige do dia para noite. O que nos preocupa é o atendimento à população, como um todo. Não é só um quadro especifico que entra de greve, a gente olha a conjuntura do todo”, finalizou Geferson Barros.
Entenda o movimento
Cerca de 80 profissionais grevistas decidiram acampar, nessa quarta-feira, 10, em frente à Secretaria de Administração do Estado para cobrar audiência com os secretários da Administração, Geferson Barros; da Fazenda, Edson Ronaldo Nascimento; e da pasta da Saúde, Marcos Musafir. De acordo com o presidente do Sindicato dos Profissionais da Enfermagem do Estado do Tocantins (Seet), o técnico de enfermagem Claudean Pereira Lima, os profissionais permanecerão no local até resposta do governo. (Wendy Almeida / Da Redação)
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