PALMAS - Proporcionar alternativas de geração de renda, bem como a melhoria da qualidade de vida para as famílias de mulheres que vivem no campo. Esses são os objetivos de um trabalho de capacitação, aliado a preservação ambiental, desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), com um grupo de mulheres agroextrativistas dos nove municípios que compõem a APA Cantão, na região oeste do Estado.

Proposta
A iniciativa propõe o aproveitamento de frutos do cerrado, extração de óleo vegetal das diversas espécies existentes em cada região, fabricação de artesanatos com a utilização de natureza morta, distribuição e troca de sementes crioulas do cerrado local. Sendo que os óleos vegetais são produzidos da extração do buriti, pequi, babaçu, tucum, macaúba, gergelim, mamona, baru, bacaba e amendoim.
De acordo com a técnica do escritório local do Ruraltins, de Caseara, Francisca Helena Rosendo Martins, instrutora das oficinas em processamento artesanal de frutas, extração de óleos, fabricação de artesanatos e biojóias, a ação é um resgate das tradições culturais, que se encontravam esquecidas e sem gerar nenhuma renda extra para as famílias. “Com esta atividade, verificamos que a renda obtida com a comercialização dos produtos tem ofertado uma melhor qualidade de vida às famílias, tornando - as mais autônomas financeiramente, pois com a produção obtida, de acordo com as safras existentes, conseguem acrescentar na renda aproximadamente R$ 2.500 reais. Já tivemos propostas de venda dos produtos (óleos) para o Boticário e Natura. Além da grande procura de outras empresas”, revela a técnica.

Preservação
Segundo ainda Francisca Helena, o extrativismo é realizado respeitando a natureza, despertando nas participantes a consciência ecologicamente correta, enfatizando a importância de manutenção da APA Cantão recuperada. “Após a colheita para obtenção da matéria prima, 30% dos frutos colhidos são destinados ao replantio em viveiros de mudas nas comunidades. Atualmente, 100 mulheres entre jovens e adultas, todas oriundas da agricultura familiar, provenientes de projetos de assentamento, colônias de pescadores, projetos de crédito fundiário, associação de torronzeiros e associação de chacareiros, participam dessa iniciativa”, explica.