Sumido há alguns anos da mídia, José Edmar Miranda Júnior, o Júnior Miranda, irmão do ex-governador Marcelo Miranda (PMDB), foi um dos destaques da revista Época desta semana, na coluna do jornalista Felipe Patury. Na nota "Mamão com laranja", o colunista de Época diz que Júnior Miranda está sendo acusado de ter se apropriado do patrimônio do fazendeiro Alexandre Jardim, conhecido como Mamão. A ação tramita na 5ª Vara Cível de Palmas desde o dia 11 de dezembro.
De acordo com a revista, Mamão afirma que, em 2004, tinha terras e vacas que valiam R$ 8 milhões. Associou-se a Júnior Miranda, "e o negócio cresceu". "Juntos, chegaram a ter quatro fazendas e 20 mil reses, avaliadas em R$ 60 milhões", afirma o jornalista.
Júnior Miranda, irmão do ex-governador
Mamão diz que, em 2012, vendeu tudo a Júnior Miranda, que lhe deu o calote. Agora o fazendeiro cobra os R$ 8 milhões que tinha antes da sociedade e ainda R$ 2 milhões por danos morais. Marcelo e Júnior Miranda não se manifestaram à revista.
Para entender
Alexandre Jardim, o Mamão é cunhado dos irmãos Alex e Miguel Peixoto, muito próximos dos Miranda entre 2003 e 2009. Ele eram donos da Feci Engenharia, que ganhou alguns milhões de reais de obras no governo de Marcelo.
Outra informação resgatada remonta ao episódio em que o ex-secretário estadual de Infraestrutura Brito Miranda foi colocado como dono de 30 mil cabeças de gado da Fazenda Ouro Verde, em São Félix do Xingu (PA). Quem disse isso foi uma revista do Pará, a Expressão Pará. Na época, Brito Miranda negou ser dono das milhares de cabeças de gado.
O responsável por levar a informação à revista naquela época foi o o presidente do Sindicato Rural de São Félix do Xingu, José Wilson Alves Rodrigues. Pressionado depois das publicações, Alves Rodrigues negou tudo. E atribuiu a propriedade a ninguém mais, ninguém menos do que Alexandre o Mamão, personagem da revista Época desta semana.
Laranja
Na inicial de Mamão à Justiça do Tocantins ele admite que era laranja de Júnior Miranda, diz que acompanhou o recebimento de R$ 4,8 milhões, em espécie, na reeleição de Marcelo em 2006 [segundo Mamão, o dinheiro foi sacado numa agência bancária de Araguaína e entregue a Brito Miranda]; e afirma que os acusados usaram de má-fé "para locupletar-se do patrimônio do autor [Mamão], intimidando-o a assinar vários documentos, sob a alegação de proteção do patrimônio contra a ameaça de perda patrimonial decorrente" da iminente cassação de Marcelo, em 2009.
Enfim, são 31 páginas envolvendo negócios de milhões e milhões de reais, laranjas e muitas acusações.
O outro lado
O ex-governador Marcelo Miranda afirmou que está muito tranquilo em relação às acusações e que vai aguardar a decisão judicial. "Primeiro que isso não tem nada a ver comigo. E pergunto: se é no Pará, por que entrou na Justiça do Tocantins? O que está por trás disso?. Marcelo reafirmou que prefere não se manifestar mais e aguardar um pronunciamento da Justiça.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 14929
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