PALMAS - O governador eleito Marcelo Miranda (PMDB) recebeu, no início da tarde dessa quinta-feira, 18, o relatório final da comissão de transição, que foi coordenada pelo futuro secretário geral do Governo, Herbert Brito. O documento aponta que o Estado acumula dívida de mais de R$ 4 bilhões. O peemedebista adiantou que irá tomar medidas “duras” para reduzir esse valor.
Após receber o relatório das mãos de Herbert Brito, Marcelo Miranda afirmou não ter ficado surpreso com o levantamento realizado pela transição e disse que a situação do Estado é “muito preocupante”. “A situação lamentavelmente não e boa. A partir do dia 1º [de janeiro] a população vai saber de tudo, e tem que saber, do que realmente está acontecendo no Estado”, garantiu.
O governador eleito voltou a criticar as matérias do Executivo que concedem benefícios a categorias do serviço público. “A lei é muito clara. Três meses antes e três meses depois não pode ter essas movimentações”, ressaltou Marcelo Miranda. Questionado sobre a possibilidade de revogar as decisões, o peemedebista disse que irá avaliar “caso a caso”. “Todos sabem que [o limite] da Lei de Responsabilidade Fiscal [LRF] já foi atingido. Entendo que as últimas medidas foram desfavoráveis”, completou.
Sobre a situação econômica do Estado e a dívida calculada em mais de R$ 4 bilhões pela comissão de transição, Marcelo Miranda avisou que pretende tomar “algumas medidas duras” para equilibrar as contas. O governador eleito ainda elencou as pastas da Saúde e da Segurança Pública como os “maiores desafios da próxima gestão”. “O relatório final da transição nos preocupa”, disse.
Marcelo Miranda ainda revelou que novos secretários participaram da reunião fechada à imprensa, antes da entrega do relatório da comissão de transição. O governador eleito afirmou que deve fazer o anúncio dos nomes no início da próxima semana.

Transição

O coordenador da comissão de transição e futuro secretário-geral do Governo, Herbert Buti, destacou o trabalho da equipe em apenas 33 dias e avalia que a gestão de Marcelo Miranda precisa adotar “medidas emergências”. “É necessário que a gente debruce sobre este detalhamento dos dados que foram entregues ao governador [eleito] para que se tomem medidas eficazes para o controle dos gastos públicos, através do enxugamento da máquina, do incremento da receita e da melhor parceria com o governo federal”, listou.
Herbert Buti considerou que a receita do Estado está “comprometida de forma considerável com a folha de pagamento” e projeta a necessidade de “mudar o perfil econômico” do Tocantins, através do “aquecimento” do comércio e da indústria.
O coordenador da comissão de transição também lamentou a demora do atual governo para enviar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015. “Infelizmente não sabemos qual é previsão orçamentária, e a gente aguarda essas informações, para que o novo governo possa fazer suas readequações, e na medida do possível, fazer com que o orçamento corresponda à realidade”, disse.