(PALMAS) - A equipe do Colégio Girassol de Tempo Integral Augusto dos Anjos, em Palmas, promove de 17 a 21 de novembro, programação especial alusiva à Semana da Consciência Negra. O projeto está sendo desenvolvido de forma interdisciplinar com os professores de Língua Portuguesa, de História, Geografia e Filosofia. A culminância do projeto será na sexta-feira, 21, a partir das 16 horas, com apresentações artísticas, comidas típicas africanas e exposição de trabalhos artísticos e recital de poesia.
Maria Aparecida Pereira dos Santos, coordenadora pedagógica e de programas da unidade escolar explicou que as discussões sobre as ações do projeto vêm sendo realizadas desde o início do semestre. “Percebemos que na nossa escola é preciso ter ações afirmativas para ajudar a ampliar a autoestima e a identidade entre os alunos. Por isso, vamos realizar uma oficina destinada às meninas negras para que elas percebam sua beleza e passe a se valorizar”, frisou.
O professor de Língua Portuguesa, Mário Ribeiro Morais, levou os alunos para representarem uma audiência de julgamento, com réu, juiz, testemunhas, levantamento de provas. O objetivo da ação, segundo o professor, é repassar aos alunos lições sobre preconceito racial e suas consequências. “Além dos alunos desenvolverem o poder de persuasão estão discutindo o racismo, porque o réu é negro e há toda uma história entorno do preconceito. É uma satisfação ver os estudantes tão envolvidos num projeto contextualizado”, ressaltou.
A educadora Mara Bassan Bayer, do grupo de trabalho de Educação e Cultura Afro-brasileira e Quilombola, ministrou uma oficina sobre racismo, preconceito e discriminação, estudando com os alunos os conceitos de cada um destes. “A escola está realizando um ótimo trabalho de consciência negra, por isso a minha tarefa é refletir com os alunos a forma que eles percebem o preconceito na escola, na família, na igreja e no ônibus. Percebemos que na escola há uma ampliação da Lei nº 10.639, porque esta instituição realizou um projeto não apenas de um dia, por causa da data (20 de novembro – Dia da Consciência Negra), mas promoveu uma discussão mais ampla sobre o tema”, explicou.
Resultados nas crianças
A estudante do 3º ano do ensino fundamental, Hana Beatriz Alves de Oliveira, de 9 anos, participa das discussões sobre a consciência negra. A garotinha, que pretende ser médica no futuro, demonstrou que é uma observadora da sociedade. “Gosto de vir à escola para brincar e estudar, pretendo ser médica para ajudar as pessoas. No mundo precisa mudar muitas coisas”, disse.
Lorrany Capistano Pinheiro, 12 anos, aluna da 7ª série do ensino fundamental, vai apresentar na sexta-feira, uma poesia sobre o racismo. Ela e a colega de grupo de poesia, Gisele Silva Rodrigues, destacaram a importância de se garantir a igualdade racial “Acho que deveria parar com o racismo, porque todos somos iguais”, completou Lorrany.
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