BRASÍLIA - Uma onda de boatos afirmando que cidades inteiras do Vale do Araguaia seriam desapropriadas e entregues a povos indígenas tomou uma proporção tão grande que a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e o Ministério Público Federal (MPF) tiveram que emitir ontem uma nota de esclarecimento para desmentir o fato.
O boato teve origem após publicação da Portaria de Declaração de Interesse do Serviço Público (PDISP) nº 294, editada pela SPU, em novembro do ano passado.
A mensagem afirmava que a portaria seria um decreto para expulsar todos os moradores do Vale do Araguaia. As áreas seriam destinadas aos “povos originários”. Nem mesmo os camponeses e moradores das cidades seriam perdoados. Além do boca a boca, as mensagens estavam sendo disseminadas por emails e pelas redes sociais como Facebook e WhatsApp.
Ainda não se sabe ao certo quem deu início aos boatos, porém as falsas informações geraram pânico aos moradores da região do Vale do Araguaia em Mato Grosso e Tocantins, região que costumeiramente sofre com conflitos agrários.
A nota divulgada pela SPU e pelo MPF classificou os boatos como “maldosos”. Segundo a nota, as afirmações não possuem nenhum fundamento e têm apenas o objetivo de difundir a insegurança e o medo em prol de interesses escusos.
O documento afirmou que a Portaria atendeu apenas a uma recomendação do MPF de Barra do Garças (MT), que solicitou a identificação e a delimitação dos terrenos da União na região do rio Araguaia, como prevê na Lei nº 9.636/98. Segundo o MPF, o objetivo da portaria era proteger o patrimônio público federal, combater a grilagem das terras e assegurar o uso sustentável da área.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 15214
Questão indígena: onda de boato causa pânico em moradores do Vale do Araguaia
Governo e MPF divulgam nota para conter histeria criada a partir de boato de que índios ocupariam municípios
Comentários