Dianópolis (TO) - A audiência pública para tratar da situação da Hospital Regional de Dianópolis (HRD) realizada na segunda-feira, 12, na Câmara de Vereadores, foi alvo de críticas do promotor de Justiça Luiz Francisco Oliveira, que condenou, em postagem no Facebook, o fato de a reunião ter sido realizada de portas fechadas, a ausência de representantes da sociedade, além da atuação dos políticos presentes.
Em publicação nas redes sociais, Luiz Francisco Oliveira destaca que a audiência pública é um mecanismo de participação popular, mas considera que não foi o que aconteceu em Dianópolis. “Deve ser mencionado que quando cheguei na casa de leis as portas estavam fechadas. Muitos ligaram para mim dizendo que foram impedidos de entrar na Câmara”, diz o promotor. O presidente do Legislativo, Tuca do Ferro Velho, argumentou que a razão seria o ar condicionado, informação também questionada. “Seria cômico, se não fosse trágico: no momento da audiência estava chovendo e o clima estava muito ameno.”
O promotor de Justiça comenta que “esperava mais” do prefeito de Dianópolis, Régis Melo (PSC), e do deputado estadual José Salomão (PT). Em contrapartida, o promotor cita como bom exemplo a chefe do Executivo de Porto Alegre do Tocantins, Edvam Carvalho (PMDB). “Ela demonstrou que pode haver político sem ficar com puxa-saquismo. Ademais, audiência pública não é para puxar saco de políticos”, resume.
Além de José Salomão, os deputados estaduais Ricardo Ayres (PSB) e Valdemar Júnior (PMDB) também estiveram presentes no evento, mas o promotor condenou a postura dos parlamentares. “O que fizeram foi falar que o secretário está chegando agora e que a culpa não é dele. Ora, chegando agora porque mora no Rio [de Janeiro]. E a culpa é dele sim. Ou ele assumiu uma pasta sem saber dos problemas?”, questiona.
Luiz Francisco Oliveira destacou a postura do secretário da Saúde do Tocantins, Marcos Musafir, que “em diversas vezes” interpelou o Valdemar Júnior sobre a realização do processo licitatório. “Puxa, se ele é gestor, como ele não sabe disso?”, indaga. “Acho que toda a população de Dianópolis tem plano de saúde, pois é impressionante como está havendo tamanha omissão”, acrescenta o promotor.
A fala de participação popular de pré-candidatos também foi levantada pelo promotor. “Infelizmente a audiência pública estava cheia de políticos. Cadê o povo de Dianópolis? Cadê os pretensos candidatos? Nos movimentos de rua querem participar para aparecer junto ao população, mas quando está perto de uma autoridade de prestígio, colocam o rabinho no meio das pernas. No balançar do rio, podem ser que alguns pretensos candidatos se aliem ao governo”, cita.
Por fim, o promotor de Justiça voltou a criticar o secretário, que no fim da audiência garantiu a regularização do Hospital Regional de Dianópolis ainda na terça-feira, 12, mas, na realidade, os médicos só chegarão a partir desta quinta-feira, 14, e depois, somente no mês de maio. “O que mais me estarreceu é ver no final grande parte do povo ter se dirigido ao secretário estadual de Saúde para tirar fotos”, comenta.
Deliberações
O chamamento para contratação de pessoa jurídica para complementar a escala de profissionais na unidade foi um dos encaminhamentos da audiência pública. Além disso, a Sesau vai avaliar a possibilidade de realização de concurso público regionalizado para lotar profissionais na região e viabilizar uma pequena reforma imediata nas dependências do hospital para que melhore o fluxo e o atendimento na área da emergência.
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