Sem receber desde maio, categoria está trabalhando de preto dentro das unidades hospitalares como demonstração de luto e protesto

(PALMAS-TO) - Na tarde desta quarta-feira, 9, o presidente do Sindicato dos Profissionais da Enfermagem do Estado do Tocantins (Seet), Claudean Lima, oficiou ao secretário da Saúde, Luiz Antônio Ferreira, solicitando o pagamento dos plantões extras e salários atrasados dos contratos temporários até terça-feira, 15. Caso o secretário não cumpra com o pagamento dos referidos débitos, a entidade que representa a categoria estará pleiteando a manifestação dos profissionais por todo o Tocantins, até que se regularize os débitos.
Desde terça-feira, 8, os profissionais realizam manifestações contra a atual gestão. A categoria está trabalhando de preto dentro das unidades hospitalares como demonstração de luto. A mobilização também ganha força nas redes sociais.
O Sindicato relata que o governo do Estado não está honrando com os pagamentos dos plantões extraordinários e pagamento dos salários em regime de contrato temporário que iniciaram exercício em março deste ano. Além disso, profissionais de enfermagem dos hospitais públicos estão sem receber os plantões extraordinários desde maio.
Segundo denúncias dos servidores do Hospital Regional de Pedro Afonso, nesta segunda-feira, 7, o hospital funcionou com 100% de profissionais de enfermagem em escala extra.  De acordo com informações colhidas no setor Financeiro da Secretaria de Saúde do Estado (Sesau), o governo gasta em torno de R$ 4 milhões por mês com o pagamento desses plantões, isso ocorre pela falta de profissionais para atender a atual demanda dos hospitais públicos do Tocantins. Só em junho, no Hospital Regional Público de Araguaína, a categoria executou cerca de 850 extras dentro dos setores assistenciais do Hospital Regional Público do Araguaia (HRPA).
Para a enfermeira do Hospital Geral Público de Palmas (HGPP) Luana Aires Mayer, é desrespeitosa a forma como vem sendo tratada a enfermagem no Tocantins. “Não aceitaremos mais esses desmandos do governo, pois nenhum profissional deve pagar para trabalhar uma vez que saem de suas casas e não recebem pelo seu laboro”.
O presidente do Seet informou que buscou informações junto ao setor financeiro da Sesau e, de acordo com a Secretaria, não há previsão e não é prioridade da atual gestão da pasta o pagamento dos extras atrasados. Segundo Claudean, isto é inadmissível, visto que os recursos para o pagamento desses plantões extraordinários são recursos próprios repassados pelo governo para a Secretaria da Saúde.