Brener Nunes 
Da Redação

Representantes do comando de greve da Universidade Federal do Tocantins (UFT) realizaram na manhã desta sexta-feira, 9, uma reunião de homolagação, quando foi apresentado o resultado das assembleias ocorridas nos campi da instituição. No total, foram 93 votos a favor do fim da greve, 20 contra e 7 abstenções. As assembleias foram realizadas em dias diferentes.
O campus de Palmas decidiu acabar com o movimento por 40 votos a favor, 2 contrários e 3 abstenções. A capital está em greve desde o dia 28 de maio. Ficou decidido que às aulas retornam no dia 19. Está marcada para o dia 16 uma reunião para entre o Sindicato dos Docentes da UFT (Sesduft), Sindicato dos Técnicos Administrativos da UFT (Sintad/UFT) e estudantes, quando será discutida a reposição do calendário acadêmico.
Conforme a professora do curso de Arquitetura e membro do comando de greve, Patricia Orfila, os campi de Gurupi e Arraias não realizaram assembleias e não enviaram atas. Segundo ela, Gurupi não estava em greve e se encontra em recesso, e Arraias deu fim à paralisação e retornou com as aulas sem nenhum comunicado oficial.

Araguaína
De acordo com os dados apresentados em reunião, o campus de Araguaína, em assembleia realizada na terça-feira, 6, decidiu por unanimidade voltar às aulas. Foram 26 votos a favor. A proposta para retorno das aulas ficou para o dia 16. Em Miracema foram 6 votos a favor, 3 contra e 4 abstenções. Os alunos devem voltar às aulas no dia 3 de novembro.
Já no campus de Tocantinópolis, em assembleia realizada dia 29 de setembro, os professores decidiram por unanimidade acabar com a greve, com 11 votos a favor. O campus de Porto Nacional foi o único a decidir manter a greve, com 15 votos a favor, 10 contrários e nenhuma abstenção. Contudo, a unidade também acompanhará a decisão geral e voltará às aulas.

Saída unificada
Em entrevista ao CT, a professora Patricia Orfila disse que o comando de greve da UFT procurou seguir os encaminhamentos do comando nacional de greve. Segundo ela, o último comunicado indicava que todas as universidade fizessem uma saída unificada para o movimento, e isso foi colocado em pauta nas assembleias realizadas nos campi. Patrícia explicou que a decisão foi tomada pelo tempo que a greve já dura e pela falta de negociação com o governo federal.
Os docentes não concordam com os cortes feitos pelo governo federal no orçamento da Educação. Segundo a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), as instituições sofrem com a redução no número de bolsas, paralisação de obras, cortes na pós-graduação, suspensão de programas e novos projetos e até com a demissão de trabalhadores terceirizados. 
A pauta dos professores também inclui reajuste salarial de 27,3% e data-base.

Negociações
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão propôs um reajuste de 21,3%, a ser pago em quatro anos. A proposta foi considerada insuficiente pela maioria das entidades de servidores federais e acabou rejeitada. (Com informações do G1)