PALMAS - Os professores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) decidiram em assembleia realizada nessa terça-feira, 26, deflagrar greve a partir desta quinta-feira, 28. A deliberação segue o posicionamento do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que já tinha optado pelo movimento paredista no dia 16.
Entre as reivindicações dos docentes federais estão: melhoria nas condições de trabalho; garantia da autonomia; reestruturação da carreira e valorização salarial de ativos e aposentado; retomada da negociação de acordo assinado com a Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC), em abril de 2014; e reversão dos cortes no orçamento e ampliação de investimento nas instituições.
Após o movimento ser referendado por assembleias regionais - como a da Seção Sindical dos Docentes da UFT (Sesduft) -, o Andes irá notificar as reitorias e as atividades serão suspensas por tempo indeterminado. O sindicato nacional determina a constituição de comandos locais de greve (CLG). Conforme a entidade, as eventuais atividades consideradas essenciais serão assim entendidas e negociadas entre as instituições e os CLG, considerando suas especificidades.

Servidores administrativos
Os serviços administrativos da Universidade Federal do Tocantins (UFT) também estarão suspensos a partir de quinta-feira, 28, devido à aderência dos servidores ao movimento paredista nacional. A Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior (Fasubra) confirmou a greve na segunda-feira, 25. Assim como os docentes, a categoria também reivindica reposição de perdas, aprimoramento da carreira e condições de trabalho.

Crise profunda
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, Paulo Rizzo, a crise das universidades está mais profunda. As negociações com o Ministério da Educação (MEC) não tiveram solução e a greve foi a saída para pressionar o governo a ampliar os investimentos na educação. A diretoria do sindicato reuniu-se com representantes do MEC na sexta-feira, 22, mas não houve acordos entre as partes.
“A reunião foi muito ruim, porque o acordo de organização de carreira que tínhamos firmado com o então secretário de Ensino Superior [Paulo Speller] foi suspensa com a justificativa de falta de autonomia para firmar tal acordo”, disse o presidente. “Eles [representantes do MEC] disseram que não há nada para negociar conosco”.
A pauta do setor das instituições federais de ensino superior está dividida em cinco eixos: a defesa do caráter público da educação, as condições de trabalho, a garantia de autonomia, a reestruturação da carreira e a valorização salarial dos professores ativos e aposentados. Paulo Rizzo disse que as negociações do momento referem-se ao que vai entrar no Projeto de Lei Orçamentária de 2016, com previsão de fechamento no mês de agosto.
Com o anúncio do corte de R$ 9,43 bilhões no Orçamento do ministério em 2015, o presidente do sindicato acredita que as atividades acadêmicas podem ser comprometidas. “Há prédios que não foram construídos, laboratórios que não estão prontos e que, se forem suspensos os concursos públicos, vai faltar professor para as universidades”, destacou. Com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que busca ampliar o acesso e a permanência na educação superior, os investimentos aumentaram e a demanda por professores em todas as universidades também. (Com informações da Agência Brasil)