Araguaína (TO) - Uma invenção simples e ecológica, a armadilha de garrafa pet para capturar mosquito está sendo utilizada em algumas cidades do Brasil no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, chikungunya e zika. Diante da sua eficiência, a Prefeitura de Araguaína, por meio da Secretaria da Saúde, aderiu à ideia e realizará a primeira etapa do Projeto Araguaína contra a Dengue usando a armadilha.
Nesta segunda-feira, às 15 horas, 16 internos da Comunidade Terapêutica Vida Nova irão aprender a confeccionar as peças através de oficina. Depois de prontas, as armadilhas serão distribuídas em residências por agentes de endemias, que passarão as instruções de uso aos moradores. Outras oficinas serão realizadas em escolas municipais, onde equipes de Educação em Saúde, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), também ensinarão as crianças a confeccionar as mosquitéricas.
“Apostamos neste projeto, porque acreditamos no trabalho em conjunto. Além de ajudarmos o meio ambiente, também estamos trabalhando com a terapia ocupacional dos internos da Comunidade e alcançando o combate ao mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. Lembramos a população que todos devem ser conscientes e manter a limpeza nos quintais e lotes baldios para evitar focos”, lembrou o secretário da Saúde, Jean Coutinho.
De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde do Município, Eduardo de Freitas, houve uma força tarefa com os agentes de endemias, que estão recolhendo garrafas pet, um dos materiais utilizados na armadilha. “Todos estão engajados nesse projeto, que além de ser reciclável, pode ajudar a eliminar o mosquito”, disse.
“Estamos felizes em contribuir com a ação de combate ao mosquito, sabemos que o trabalho na confecção das peças será uma terapia para os internos”, destacou o presidente da Comunidade Terapêutica Vida Nova, Wagner Enoque de Souza.

Meio ambiente

Para a confecção das primeiras armadilhas, serão recolhidas pela Prefeitura cerca de cinco mil garrafas pet. O projeto prevê mais de 50 mil armadilhas distribuídas em Araguaína, ou seja, serão 50 mil pets a menos no meio ambiente. O trabalho de recolhimento está sendo feito junto a moradores e empresas. 
“Além de estarmos contribuindo para diminuição dos mosquitos e consequentemente das doenças que eles transmitem, estamos contribuindo para que as garrafas que se tornariam criadouros agora sejam armadilhas”, pontuou o secretário.

Armadilha
Criada por um professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a armadilha (mosquitérica) é fácil de fazer. São necessários uma garrafa pet, fita isolante, microtule e tesoura. O primeiro passo é cortar a garrafa, em seguida retirar o anel da boca da garrafa e colocar o tecido de microtule. O anel é reutilizado para prender o tecido. No interior, coloca-se ração de gato e água limpa, em seguida encaixada a outra parte da garrafa, com o bico para baixo. A fita isolante para unir as duas partes e está pronta.
O mosquito atravessa o para o local, onde a fêmea deposita os ovos. As larvas descem pelo tule em busca da comida (ração que foi depositada), elas se alimentam e crescem. Com isso, não passam pelo tecido, ficam presas e morrem. A armadilha deve ficar em local ensolarado e ser lavada sempre que tiver as larvas mortas para ser reutilizada.