Araguaína (TO) - Este mês, o Município de Araguaína será palco do Projeto Quelônio, reconhecido nacionalmente por proteger as áreas de desova e reprodução das tartarugas-da-amazônia na bacia do Rio Araguaia. No Tocantins, o projeto é desenvolvimento em uma área que compreende, além de Araguaína, o Município de Santa Fé, na área das Terras Indígenas Xambioá, no norte do Estado.
Em Araguaína, a Praia do Garimpinho, a cerca de 140 km da cidade, vai receber as ações de educação ambiental das equipes do Projeto Quelônio. Segundo o secretário municipal do Planejamento, Frederico Minharo Prado, foram montadas tendas na praia que podem servir de apoio às ações do projeto. “Nossa intenção é garantir a vida das tartarugas no Rio Araguaia em uma área da ação compreende cerca de 22,3 Km às margens do Araguaia, no Município”, destacou o secretário.
As atividades do projeto incluem oficinas, aulas de campo e palestras nas escolas indígenas, não indígenas e nas comunidades, bem como intercâmbio cultural entre as populações envolvidas. As ações na região seguem até dezembro deste ano.

Apoio
O projeto é acompanhado por técnicos do Grupo de Pesquisa de Crocodilos e Quelônios da Região Norte (Croque) da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e é realizado desde 2005, dada a importância da tartaruga na cultura indígena. Entre os objetivos está assegurar o aumento populacional, preservar as espécies dos quelônios, resgatar a sustentabilidade nas comunidades tradicionais e garantir a segurança alimentar do povo Xambioá, que contabiliza atualmente 500 pessoas em quatro aldeias.
Educação ambiental, monitoramento, fiscalização e manejo são etapas do projeto, que além da parceira da Prefeitura, tem como apoiadores a Funai, Naturatins, Ibama, Prêmio Culturas Indígenas, DREA, Projeto Gestão Ambiental e Territorial Indígena (Gati).

Números
O projeto já devolveu à natureza mais de 52 mil filhotes de tartaruga. Somente em 2014, retornaram para o habitat natural mais de 8.730 filhotes. Os quelônios da tartaruga-da-amazônia se desenvolvem em água doce, alimentam-se de carnes, peixes e vegetais, têm hábitos diurnos, podem atingir o tamanho de até 90 cm de comprimento e pesar 60 kg.
A reprodução dessa população aquática acontece entre setembro e novembro, quando a fêmea sai da água e deposita entre 60 e 100 ovos na areia da praia, que eclodem passados 45 dias. “É nesse momento, que os órgãos ambientais somam forças para livrar esses ovos dos seres humanos e de predadores naturais”, explicou o secretário Frederico Minharo Prado, assegurando que outras ações estão sendo realizadas no local.
Segundo ele, durante a temporada, três servidores municipais do Meio Ambiente ficarão na praia para desenvolver ações de limpeza e orientação nos acampamentos familiares e ribeirinhos.