PALMAS - Cerca de 730 armas foram entregues ao Estado pelos policiais grevistas até as 18 horas dessa segunda-feira, 16. O balanço parcial é do Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins (Sinpol). A entrega foi realizada na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), em Palmas.
De acordo com o presidente do Sinpol, Moisemar Marinho, além de servidores da Capital, policiais civis do interior também devolveram os equipamentos de trabalho. “Gostaríamos de esclarecer mais uma vez a população que a determinação de entregar as armas foi uma atitude intimidatória do governo do Estado, que mandou, por meio de Portaria, que os policiais entregassem as armas”, disse.
A Portaria foi publicada na sexta-feira, 13, no Diário Oficial do Estado, assinada pelos titulares da SSP e Defesa Social. Conforme o documento, os servidores devem entregar as armas sob pena de serem acionados por peculato e formação de quadrilha. Em nota, o comando de greve pediu compreensão da população e elencou os motivos que fizeram tomar a decisão.

Delegados
A greve contou com a adesão de delegados, que também entregaram as armas e munições. “Queremos que o governo cumpra uma Lei. E a adesão dos delegados muito nos honra, pois a Polícia Civil é uma só, feita por todas as categorias”.
A entrega das armas começou pela manhã e se estendeu até o final da tarde. De acordo com Moisemar Marinho, outros servidores deverão fazer o mesmo nos próximos dias. “Os servidores atenderam ao chamado, cumprindo aquilo que o Estado determinou. Agora, esperamos a contrapartida do Estado, que sente conosco e negocie para por um fim ao impasse criado por ele, que simplesmente anulou uma lei por decreto”, declarou.

Greve
Os policiais entraram em greve após o governador Marcelo Miranda (PMDB) suspender, por decreto, os efeitos financeiros da Lei 2.851 de 2014. A Legislação prevê alinhamento da carreira dos servidores.
O alinhamento foi promovido por Marcelo Miranda em 2007, na sua penúltima gestão. Porém, a regulamentação só veio a ocorrer em abril de 2014, para ter efeitos financeiros parcelados em quatro vezes a partir de 2015. A parcela de deste ano corresponde a apenas 1% da folha de pagamento do Estado, conforme o Sinpol.